CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, abril 10, 2020

ANÍSIO MELLO: HÁ 10 ANOS


Completa-se neste sábado o primeiro decênio da morte do multiartista Anísio Mello. Nascido em Itacoatiara em 1926, morreu em Manaus, no antigo Hospital Getúlio Vargas, no domingo 11 de abril. 

Acompanhei-o nos derradeiros anos de vida, encerrado com a consumação de sua morte e enterramento no cemitério São João. Ao tempo, o envelhecido artista morava na avenida Joaquim Nabuco, em prédio secular da família, cuja referência era o Hospital Beneficente Portuguesa.
Entre as inúmeras atividades e efetivação de projetos, Anísio dirigia o Centro de Artes Ester Mello, ateliê de pintura inaugurado por sua genitora. Nesse endereço passaram alguns de nossos bons artistas plásticos. Ali igualmente entulhava-se sua produção: livros nas estantes empoeiradas, disco e partituras e violão esquecidos pela parede, telas e mais telas de todos as medidas pelas divisórias da casa, os desenhos de seus alunos entre recortes de jornais. O artista parecia não se importar com sua custosa obra.
Com sua morte, tudo isso maltratado ficou para trás, e seguiu descurado por quem cabia de direito. Arrecadei alguns objetos, confesso, antes que o esquadrão da limpeza não os lançasse ao camburão.
Alguns deles ilustram esta página: são cartões diversos, convites e dois haicais; manifesto com esta a reminiscência do mestre de tantas artes, que se foi há dez anos. Enfim, tentei junto com amigos promover um movimento literário capaz de possibilitar que Anísio Mello fosse mais bem apreciado, porém, até o coronavírus nos impediu.
Amanhã, tem mais.




Convites recebidos pelo homenageado






Nenhum comentário:

Postar um comentário