Completa-se
neste sábado o primeiro decênio da morte do multiartista Anísio Mello. Nascido em
Itacoatiara em 1926, morreu em Manaus, no antigo Hospital Getúlio Vargas, no domingo 11 de
abril.
Acompanhei-o nos derradeiros anos de vida, encerrado com a consumação de
sua morte e enterramento no cemitério São João. Ao tempo, o envelhecido artista
morava na avenida Joaquim Nabuco, em prédio secular da família, cuja referência
era o Hospital Beneficente Portuguesa.
Entre
as inúmeras atividades e efetivação de projetos, Anísio dirigia o Centro de Artes
Ester Mello, ateliê de pintura inaugurado por sua genitora. Nesse
endereço passaram alguns de nossos bons artistas plásticos. Ali igualmente entulhava-se
sua produção: livros nas estantes empoeiradas, disco e partituras e violão esquecidos
pela parede, telas e mais telas de todos as medidas pelas divisórias da casa,
os desenhos de seus alunos entre recortes de jornais. O artista parecia não se
importar com sua custosa obra.
Com
sua morte, tudo isso maltratado ficou para trás, e seguiu descurado por quem
cabia de direito. Arrecadei alguns objetos, confesso, antes que o esquadrão da
limpeza não os lançasse ao camburão.
Alguns
deles ilustram esta página: são cartões diversos, convites e dois haicais; manifesto
com esta a reminiscência do mestre de tantas artes, que se foi há dez anos. Enfim,
tentei junto com amigos promover um movimento literário capaz de possibilitar que
Anísio Mello fosse mais bem apreciado, porém, até o coronavírus nos impediu.
Amanhã,
tem mais.
Convites recebidos pelo homenageado |
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