Há cinquenta anos, em 17 de abril, vítima de acidente de trânsito no interior do campus da Universidade de Brasília (UnB), morreu o Dr. Aderson Andrade de Menezes.
Reitor Aderson de Menezes |
Como todo acidente, também este acarretou desesperança
à família, aos numerosos irmãos Menezes, que viam no filho mais velho do seu Tude
e dona Santinha Menezes a consagração universitária, entre outros galardões.
Quando ingressei no ensino superior, em
1969, Aderson era professor da disciplina Teoria Geral do Estado, na Faculdade
de Direito do Amazonas, já tendo publicado o livro com mesmo título (Rio:
Forense, 1960) para melhor encaminhamento de seus alunos. Esteve sempre ligado
ao campo da Justiça, visto que, ao alcançar o bacharelado de Direito (1943),
ocupou diversas funções conexas: delegado de Polícia, diretor da Penitenciária
do Estado, chefe de Polícia e juiz substituto de comarca de Manaus.
Em hora circunstancial esteve no campo
político, na condição de deputado constituinte, após a ditadura de Vargas. Todavia,
foi no campo do Direito que ocorreu sua maior contribuição ao Estado e onde
obteve aplaudidos êxitos. O mais respeitável colheu quando da reimplantação da universidade,
recriada em forma de fundação, daí se encontrar a designação de FUA (Fundação Universidade
do Amazonas). Quando da instalação desta, foi escolhido para o cargo maior, tornando-se,
portanto, o primeiro Reitor desta nova Escola Superior, atual Ufam
(Universidade Federal do Amazonas).
Convém registrar a admissão do autor de História
da Faculdade de Direito do Amazonas (1959) na Academia Amazonense de
Letras. Eleito em outubro de 1955, foi empossado um ano depois, em novembro,
assumindo a Cadeira 4, que tem como patrono Silvio Romero, saudado por Aristophano
Antony, na presidência de Waldemar Pedrosa.
Seu crescimento no magistério, alicerçado
com o desempenho administrativo, proporcionou-lhe o convite para lecionar na
Universidade de Brasília, para onde se mudou. E caminhava aos 51 anos de idade
para acender ainda mais. No entanto, seu caminho foi eliminado por um “guardador
de carro”, dirigindo um dos veículos estacionados, ocasião em que atropelou o professor
Aderson de Menezes, que não resistiu ao acidente a despeito dos cuidados
médicos.
Armando de Menezes prontamente se deslocou
à Capital Federal para o apoio à família e, mais que isso, para a busca incessante
pela recuperação de seu irmão. Objetivo que, infelizmente, não foi alcançado,
restando-lhe velar o morto. Quase trinta anos depois, Armando, em reverência à trajetória
do irmão, publicou uma biografia: Aderson de Menezes: o professor
(1997).
Feito o registro.
Nota circulada no Jornal do Commercio, 27 novembro 1956 |
Em que ano o Dr Aderson de Menezes mudou de Manaus para Brasília?
ResponderExcluirAcredito que no mesmo ano de sua morte, pois fui seu aluno em Manaus, em 1969.
ExcluirSou sobrinho neto dele. Sou professor da UFAM no ICET Itacoatiara. Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirTrabalho na Escola que carrega o seu nome em Parintins AM
ResponderExcluir