Junho tem nos castigado!
Oscar Ramos - A Crítica |
Nascido
em Itacoatiara (AM), morreu ontem este respeitado artista plástico e
gerenciador de movimentos artísticos na cidade. Aos oitenta anos, depois de breve
internação hospitalar. Foi velado no Centro Cultural Palácio Rio Negro e
sepultado hoje no cemitério São João Batista.
Estive
no PRN para as despedidas, quando em silêncio refiz o itinerário que me levou em
várias oportunidades ao Óscar.
Em
2004, decidi homenagear um saudoso professor de meus tempos de Seminário, padre-poeta
Luiz Ruas, autor de Aparição do clown (1958). Trata-se de um longo poema
religioso que, pela sua complexidade, segue exigindo interpretação.
A
capa do livro era obra de Óscar Ramos, amigo de L. Ruas, que me recebeu com sua
lhaneza peculiar para explicar a concepção e a elaboração do trabalho gráfico, elaborado
manualmente. É fácil entender, as artes gráficas não possuíam a tecnologia hoje
disponível. Daí, pois, o valor alcançado pelo ofício.
Pouco
mais adiante, ao elaborar uma pesquisa sobre os livros publicados (impressos) em
Manaus entre 1900 e 1960, entendi a primazia do Óscar. Lá estava o Aparição...
marcante, balizando, quebrando aquela simetria de tantas capas padronizadas, elaboradas
à beira do rio Negro.
Ainda
nessa primeira conversa, Óscar me ajudou fartamente com apreciações sobre seu
amigo Ruas, colaborando naquilo que “parece” uma biografia do reverendo – L.
Ruas: itinerário de uma vocação.
Banner comemorativo |
Voltamos
a conversar, sempre sobre os artistas amazonenses, um deles, Anísio Mello,
morto há nove anos e que foi “esquecido” pelos seus contemporâneos. Nesse
sentido, meu último papo com o Óscar aconteceu na sede do Paço Municipal, quando
ele me declarou que neste 2019 iria produzir duas exposições, sobre dois astros
da casa: Moacir Andrade e Anísio Mello.
Não
vão sair, claro. Porém, nesse momento, Óscar já se desculpou com os velhos
camaradas de tintas e pinceis, de sonetos e cinema. E de raríssimo valor
artístico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário