CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

domingo, junho 02, 2019

OITENTANOS DE JURANDIR MACEDO


Abraço o Macedo nesta data por suas oito décadas de existência. 


Macedo, na festa de hoje
Hoje reformado do Exército, ele desfruta sua aposentadoria com entusiasmo, apesar de ter perdido a esposa – Jandira Macedo – paixão da vida e baluarte de seu progresso. Cuidam dele os filhos. E que herança ele dispõe: as filhas Suely, Juraci e Marisete, aqui em Manaus, a Soraia, na capital francesa, e Macedo filho, na capital carioca. Com a presença de netos e bisnetos, impôs-se o título de ‘imperador da Macedônia”.

Sua formação militar ainda impregna sua atividade. E ele possui motivos abrangentes para não olvidar do trânsito pela Força, pois, ingressando como soldado, ora desfruta a reserva como oficial superior.
Especializado na arte do desenho, da pintura e da escultura, deixou por onde passou sua marca indelével. Há no quartel do antigo 27 BC – hoje 1º BIS, um quadro da Santa Ceia observando o refeitório do quartel.
Também concebeu quadros de figuras lendárias do Exército, que podem ser encontrados em quarteis do país; seja onde Macedo serviu, como nos Colégio Militar de Manaus e Fortaleza, seja por encomenda de superiores e admiradores, como na AMAN. Há mais que comentar de sua arte, ou poderia eu fazer, se ele não tivesse aposentado os pinceis e a paleta.

Sua profissão permitiu que conhecesse o país, pois esteve servindo em várias capitais, e recolhido conhecimentos transmitidos pelos cursos e o contato com os camaradas. Todavia, uma passagem extraordinária precisa ser relembrada para entender ainda mais sua brasilidade. Aconteceu quando este foi transferido da guarnição do Rio de Janeiro para a de Manaus, no ano de 1978. Tomou a iniciativa de efetuar esta mudança guiando o próprio automóvel. E que auto, uma Variant, já com muitos e muitos quilômetros rodados.
Ilustração produzida pelo autor do livro Da selva de pedra...
A partir de Cuiabá (MT) dispensou os filhos, e com a “Verinha” (forma carinhosa como tratava a esposa) enfrentou a selva por uma rodovia aos pandarecos. Da aventura, Macedo produziu um livro: Da selva de pedras à selva amazônica (2008), no qual participei escrevendo o prefácio. Acolá encontra-se o registro de sua devoção às instituições pátrias.
Enfim, mantem-se vivaz, a despeito de advertências e broncas filiais, sorvendo quando possível uma cerveja. Sem distinção de categoria. Daí eu ter lembrado de poema de Farias de Carvalho, escrito em 1955, saudando a cerveja. “Loira, como as auroras e os trigais, / pura, como o romance que há nos ninhos; / és a chave de todos os caminhos, / princesa dos pecados noturnais.”

Vida longa ao imperador da macedônia!




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