Fevereiro, 24
1898 – Nasceu em Manaus, Leopoldo Amorim
da Silva Neves, o Pudico, que foi governador
do Estado (1947-51). Graduou-se em agronomia pela Escola Agronômica de Manaus
(1921), quando nascia seu cunhado, o desembargador Paulo Jacob (tópico abaixo).
Politico, foi prefeito de Parintins (AM). E durante seu mandato, em 1932, em apoio à revolução
constitucionalista de São Paulo, os amotinados do forte de Óbidos (PA)
invadiram a cidade do Pudico.
Essa história é bem
conhecida pelo codinome de Batalha Naval de Itacoatiara, que está completando
80 anos. Deixando Parintins, os revoltosos intentavam chegar a Manaus, mas foram
rechaçados em frente a Velha Serpa, em confronto com características marcantes.
Ambas as forças, legais e rebeladas, utilizavam barcos regionais ou navios cargueiros.
E tudo terminou no rio Amazonas.
Neves, em 1947, ao
final da ditadura Vargas, foi eleito governador do Estado. O patético apelido
de Pudico (invenção familiar) não
teve condições de manter o desfigurado Estado na superfície, de bubuia. Ao
final do mandato, passou ao Cabeleira
(Álvaro Maia) o Amazonas com mais obstáculos.
Morto, o nome de
Leopoldo Neves, ainda bem que instalado em duas artérias de Manaus, foi cassado
da mais vistosa e mais movimentada, a hoje avenida Kako Caminha. A outra
homenagem é mantida no bairro de Santa Luzia, onde ainda abriga outro tributo: a
Escola Estadual.
Leopoldo Neves morreu
pobre, gabavam-se seus admiradores, em 1953.
Almir Diniz |
No entanto, os saudosos
desembargadores Oyama Ituassu e Mário Verçosa, portanto colegas, em estudos
publicados sobre o Tribunal de Justiça, registram o nascimento de Paulo Jacob
em Belém do Pará.
Admitido o registro do
Tribunal, o autor de Chuva Branca vem
engrossar a delegação paraense na Casa de
Adriano Jorge. Agora são dez, a maior representação, aqui indicados pela antiguidade:
Alcides Bahia; Benjamin Malcher de Souza; José Francisco
de Araújo Lima; Benjamin Franklin de Araújo Lima; João Huascar de Figueiredo;
Genesino Braga; Dom Alberto Gaudêncio Ramos; Mário Augusto Pinto de Moraes;
Paulo Herban Maciel Jacob (de 1971 a 2003) e Zemaria Pinto de Figueiredo.
Romancista premiado
nacionalmente, Jacob produziu quinze livros, de Muralha Verde (1965);
passando por Dos ditos passados nos
acercados do Cassianã (1969), encerrando
com Tempos infinitos (1999).
Residiu durante anos em
majestosa casa à rua Major Gabriel, de frente para o igarapé de Manaus. Motivo
por esse apego, o governo do Estado adotou seu nome no espaço que o Prosamim
transformou aquele degradado igarapé em Parque. Parque desembargador Paulo Jacob, onde
eu moro.
Já contei isso neste
canto. Na parte que circunda o Palácio Rio Negro, a continuação do mesmo igarapé
tem a denominação de Parque senador Jefferson Péres, administrado pela
Secretaria de Cultura. Uma beleza: tem segurança, horário, diversão para as
crianças, ausência de cães, a Bandeira Estadual marcando aquele território e
grama aparada e...
Atualmente, “seu” (desculpe
a intimidade) Paulo Jacob, o seu Parque anda entregue às baratas, com o perdão
desses insetos. Ele está entregue mesmo é ao mato, às capoeiras; aos
desocupados, a colônia de pés-inchados; aos vândalos e à merda de cachorros e
de humanos. Pois é, sem segurança, o pessoal faz o que bem entende.
Eu sei que hoje você habita
os “acercados do Cassianã”, mas bem que poderia ainda exercer suas influências
junto a Prefeitura, a fim de que a turma não destrua o profundo saneamento que
embelezou a cidade, cuja conta deve ser paga por “nosostros”.
O acadêmico e
desembargador Paulo Jacob morreu em 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário