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quarta-feira, fevereiro 22, 2012

CANDIDATO À ACADEMIA

No instante em que já existe candidato em pré-campanha à vaga de Alencar e Silva, morto em setembro passado, transcrevo um texto do saudoso padre Nonato Pinheiro. Esclareço que este sacerdote possuía uma coluna jornalística, outra de noticias religiosas e prestava colaboração semanal com algum jornal. Além dessa imensa bagagem, noticiava sobre a Academia Amazonense de Letras.

Padre Nonato Pinheiro
Outro esclarecimento, o referido acadêmico integrou algumas das diretorias, na função de secretário-geral da Casa. Dessa maneira, sabia das coisas. E a transparência era mais patente.

Em sua coluna Letras & Livros, inserta no Jornal do Comércio (18 setembro 1958), Nonato Pinheiro registrou:

Candidatos à Academia

Inscreveram-se como candidatos às vagas da Academia Amazonense de Letras, em ordem cronológica, os intelectuais Djalma Passos, Waldemar Batista de Sales, Lafayete Carneiro Vieira, Francisco Pereira da Silva e João Nogueira da Mata.

Djalma Passos é poeta. É candidato à cadeira nº 13, cujo patrono é Tobias Barreto. A cadeira teve primitivamente o patrocínio de Visconde de Taunay. Seu primeiro ocupante foi Gaspar Guimarães, jurista de soberba cultura, que deixou uma tradição flamejante, assim no Fórum como na Academia.

Sucedeu-lhe na cadeira o desembargador Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro, que proferiu belo discurso de posse. Apesar de reverenciar a memória de Escragnolle, Arthur Virgílio não conseguia manter-se tranquilo. É que sentia falta de um lúmen em uma de nossas poltronas: o patrocínio de Tobias Barreto.

Sabe-se que o saudoso acadêmico, cujo segundo aniversário de falecimento comemoramos amanhã, tinha o culto do excelso sergipano, a quem chamava “o maior brasileiro de Sergipe e o maior sergipano do Brasil”. Conseguiu a troca de patrono, ficando extinto o patrocínio do visconde.
Tenente-coronel PM Djalma Passos

O poeta Djalma Passos anexou ao seu requerimento as seguintes obras: Poemas do tempo perdido (edição do Centro Plácido Serrano); As vozes amargas (edição da Casa do Estudante do Brasil) e Tempo e distância (Tipografia Fênix). O autor tem ainda duas obras inéditas: Vidas paralelas (contos) e Feira de ideias (discursos, artigos, ensaios). E duas outras em preparo: Espírito das ideias republicanas no Brasil e História do Brasil.

Concorre como candidato à mesma cadeira de Tobias Barreto o senhor Lafayete Vieira, contista, poeta e cronista, que remeteu uma coletânea de trabalhos insertos na imprensa local.

Notas deste: Apesar da "declaração de voto" do padre-acadêmico, venceu a disputa o desembargador Lafayete Vieira, que segue ocupando a referida cadeira. O poeta Djalma Passos abandonou então a aspiração de pertencer à Casa de Adriano Jorge.

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