Padre Nonato Pinheiro |
Em sua coluna
Letras & Livros, inserta no Jornal do Comércio (18 setembro 1958), Nonato Pinheiro registrou:
Candidatos à Academia
Inscreveram-se
como candidatos às vagas da Academia Amazonense de Letras, em ordem cronológica,
os intelectuais Djalma Passos, Waldemar Batista de Sales, Lafayete Carneiro
Vieira, Francisco Pereira da Silva e João Nogueira da Mata.
Djalma Passos
é poeta. É candidato à cadeira nº 13, cujo patrono é Tobias Barreto. A cadeira
teve primitivamente o patrocínio de Visconde de Taunay. Seu primeiro ocupante
foi Gaspar Guimarães, jurista de soberba cultura, que deixou uma tradição
flamejante, assim no Fórum como na Academia.
Sucedeu-lhe
na cadeira o desembargador Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro, que proferiu belo
discurso de posse. Apesar de reverenciar a memória de Escragnolle, Arthur Virgílio
não conseguia manter-se tranquilo. É que sentia falta de um lúmen em uma de
nossas poltronas: o patrocínio de Tobias Barreto.
Sabe-se que
o saudoso acadêmico, cujo segundo aniversário de falecimento comemoramos amanhã,
tinha o culto do excelso sergipano, a quem chamava “o maior brasileiro de Sergipe
e o maior sergipano do Brasil”. Conseguiu a troca de patrono, ficando extinto o
patrocínio do visconde.
Tenente-coronel PM Djalma Passos |
O poeta
Djalma Passos anexou ao seu requerimento as seguintes obras: Poemas do tempo perdido (edição do
Centro Plácido Serrano); As vozes amargas
(edição da Casa do Estudante do Brasil) e Tempo
e distância (Tipografia Fênix). O autor tem ainda duas obras inéditas: Vidas paralelas (contos) e Feira de ideias (discursos, artigos,
ensaios). E duas outras em preparo: Espírito
das ideias republicanas no Brasil e História
do Brasil.
Concorre como
candidato à mesma cadeira de Tobias Barreto o senhor Lafayete Vieira, contista,
poeta e cronista, que remeteu uma coletânea de trabalhos insertos na imprensa
local.
Notas deste: Apesar
da "declaração de voto" do padre-acadêmico, venceu a disputa o desembargador
Lafayete Vieira, que segue ocupando a referida cadeira. O poeta Djalma Passos
abandonou então a aspiração de pertencer à Casa de Adriano Jorge.
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