1908
– A faixa de terra que circunda o igarapé da Cachoeirinha, no bairro de Educandos,
então denominado de Constantinópolis, sofre marcante reurbanização. A artéria no
alto do barranco toma a denominação de boulevard Sá Peixoto; a paralela, que tem
de referência o provincial Instituto dos Educandos Artífices, hoje EE Machado
de Assis, e o saudoso dancing União
Atlética de Constantinópolis, do Alonso, o Marreteiro, intitula-se rua Amâncio
de Miranda.
Facsimile da firma de Sá Peixoto |
O primeiro homenageado era o então senador Antônio Gonçalves Pereira de Sá Peixoto, que marcou a vida política do Estado. Nascido em 1869 no Rio de Janeiro, então capital imperial, ao concluir a Faculdade de Direito de São Paulo, foi nomeado juiz federal na seção do Amazonas. Aqui desembarcou ao tempo do governo de Eduardo Ribeiro. Logo foi nomeado professor em colégios estaduais.
Em
1893, foi eleito intendente (vereador) e, sendo presidente, exerceu a superintendência
(prefeito) de Manaus. No ano seguinte, era deputado federal, quando exerceu o
magistério na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro. Em 1897, foi eleito deputado estadual e dois
anos depois voltava à Câmara Federal. E, senador em 1905, para concluir o
mandato do senador pelo Amazonas, almirante Costa Azevedo.
No
entanto, em 1908 foi eleito vice-governador do coronel Antônio Bittencourt. O período
foi de desavença entre ambos, resultando no episódio dantesco do Bombardeio de
Manaus, em outubro de 1910. Encerrado este mandato em 1912, foi no ano seguinte
nomeado desembargador do Tribunal do Amazonas, aos 44 anos.
Apesar
de afastado de cargo eletivo, porém, a partir desta posição no judiciário, Sá
Peixoto continuou exercendo sua forte influência. A Academia Amazonense de
Letras o conduziu a Cadeira 6, sucedendo a um fundador, J. Mendonça Lima. Faleceu
em Belém (PA), aos 79 anos, em 1948.
Facsimile da assinatura do padre Amâncio de Miranda |
O outro homenageado era o cônego Raimundo Amâncio de Miranda
(1848-1901). Nascido em Manaus, de família pobre, teve no bispo do Pará, Dom
Macedo Costa, assistência para alcançar o sacerdócio, servindo à Igreja em
Belém.
Em 1888, era vice-presidente da província do Amazonas e,
nessa condição, exerceu a presidência por escassos 20 dias, enquanto o novo
titular aqui desembarcava. Talvez na ocasião tenha sido professor do Liceu
Amazonense, o estabelecimento que antecede o Ginásio Amazonense, e também dirigiu
a Instrução Pública. São poucas as referências sobre este sacerdote.
É triste saber que não consta nenhum arquivo sobre o meu falecido pai Carlos filgueiras .
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