Carneiro, em festas |
Lamento registrar que meu amigo Francisco Carneiro da Silva, o coronel Carneiro, está sem condições de abraçar os familiares e amigos que hoje brindam seu aniversário. Nem de conhecer este registro fraternal. Segue amparado pelos seus mais próximos e, uma vez ou outra, lembrado pelos colegas da Polícia Militar do Amazonas.
Conheci o
Carneiro quando este, no final da década de 1960, foi reincorporado a PM,
depois de absolvido pela Justiça amazonense. Ele havia sido punido pelo Governo
Militar, em 1964. Era então entusiasmado capitão, que se fez amigo dos jovens tenentes,
entre os quais me incluía, admitidos na PM no biênio 1966-67.
Em Fortaleza, Roberto (à esq) e Carneiro (à dir.), demais colegas do CAO/1972 |
Coronel Carneiro
deve ser lembrado na Polícia Militar por alguns motivos, saliento um: trata-se
de um policial que incorporou como soldado e, vencendo empecilhos de diversas
ordens, alcançou o oficialato e, mais que isso, passou para a reserva (aposentou-se,
no jargão civil) no topo da carreira.
Delegado de Parintins |
Relembro dois
fatos que ele me narrou: a ida à então Capital Federal, em 1952, para um curso
nos Bombeiros. Era ele sargento e aproveitou o entusiasmo dos governantes em qualificar
os integrantes dos Bombeiros Municipais de nossa capital. Não lhe foi prazerosa
a estadia, pois, mesmo apoiado pelos colegas de curso, os vencimentos devidos
em Manaus chegavam com muito atraso em seu bolso. Em razão disso, ao lado de um
companheiro, fez publicar em O Jornal,
de Manaus, sua queixa. Resultado: tão logo retornou a Manaus, foi preso
disciplinarmente.
Em 1959, o saudoso governador Mestrinho nomeou, “coronel comandante da Polícia Militar do Amazonas”, ao Dr. Assis Peixoto. Peixoto fez do tenente Carneiro seu ajudante de ordens. Nessa condição, viajaram a Porto Alegre (RS) para um encontro com a cúpula das PMs do Brasil. A foto que ilustra esta postagem mostra, além dos citados amazonenses, o então governador gaúcho, Leonel Brizola.
Gov. Leonel Brizola (à esq.), Carneiro (centro) e Assis Peixoto (à dir.), em Porto Alegre |
A
corporação policial militar não possui esta informação, talvez a Amazonprev
possa comprovar: Carneiro, possivelmente, seja o oficial mais idoso. Se não, é
o segundo. Por isso e pelas tantas que não pude relatar, voltei hoje para
abraçá-lo, torcendo pela sua penosa saúde. Coisa de amigo.
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