Acerquei-me da
sede (Praça da Polícia) do Clube da Madrugada, em 1966, quando ingressei na Polícia Militar do
Estado, doze anos depois da criação daquele. Todavia, confesso tristemente que não
participei, sequer, dos encontros costumeiros, das exposições e dos lançamentos
de livros ocorridos na Praça da Polícia, portanto, diante de meus olhos.
Logo do Clube da Madrugada |
O trânsito
pelo Café do Pina, região sagrada dos madrugadores, permitiu-me conhecer
“de vista” um bom número de seus integrantes. A configuração desta agremiação
permaneceu em minhas lembranças, que foram se diluindo diante das mudanças
ocorridas no logradouro e, também, porque o Clube diminuiu suas mesas-redondas.
Assim se
passaram anos...
Em 2004, voltei
a me preocupar com o CM, quando passei a catar papeis sobre um dos seus
integrantes: L. Ruas, o padre-poeta autor do livro de poesia – Aparição do
Clown (1958). Desse modo, chafurdando nos jornais de antanho, redescobri o “clown”
e os múltiplos acólitos. Então, aquelas figuras notórias na República do Pina
foram se revelando, tendo L. Ruas me “ensinado” várias lições sobre poesia. Todavia,
em se tratando desta arte, prefiro o saudoso Farias de Carvalho.
Reunião do CM, ao centro, o governador Henoch Reis |
Mantive amizade
com dois saudosos integrantes do CM: Jorge Tufic e Luiz Bacellar. Além de grandiosas
conversas e muitos ensinamentos sobre o Movimento, rolaram alguns uísques
com Tufic e, no Pina restaurante (da av. Joaquim Nabuco), várias ceias com o
eclético Bacellar.
Ainda naquele
ano, auxiliei nos festejos do cinquentenário do Madrugada, celebrados no
início da noite, no Largo de São Sebastião. Compareceu uma gama de
intelectuais, que louvaram ao extremo as benesses oriundas desse Movimento.
Lançamento de livros no cinquentenário do Madrugada |
Hoje, são
contados 65 anos de fundação. No entanto, os ralos admiradores pouco hão de
celebrar, em particular aos pés do mulateiro da Praça da Polícia, onde
tudo começou, e serve de símbolo desse movimento. A data será aproveitada pelo
poeta Elson Farias, pertencente a 2ª geração do CM, para festejar seu jubileu
de ouro de ingresso na Academia Amazonense de Letras.
Quando o Clube
da Madrugada completou 15 anos, em 1969, seu presidente Aluízio Sampaio
promoveu a festa do
debutante, tendo convidado a cidade em publicação do
matutino A Crítica (22 nov. 1969), aqui compartilhada.
Mulateiro, símbolo do Madrugada, 2016 |
O
Clube da Madrugada, entidade responsável pela renovação das artes e das letras
amazonenses, está no dia de hoje fazendo o seu “debut”, completando os seus quinze
anos de atuante presença no cenário cultural do Amazonas. Fundado no dia 22 de
novembro de 1954 por um grupo de jovens idealistas — escritores, poetas,
artistas, economistas, sociólogos decididos a desoprimir o ambiente do desânimo
e do marasmo em que vivia mergulhado e que se refletia desoladoramente no
caráter decadente das atividades criadoras, em nosso Estado. O Clube da Madrugada
vem, desde então, ao longo destes quinze anos renovando, agitando, inoculando
alma nova e abrindo novas perspectivas às atividades criadoras do nosso espírito,
no afã de integrá-las, em grau qualitativo e contributivo, ao nível em que elas
se exercem nos centros mais desenvolvidos do Sul do País.
Pela
sua importância, será a efeméride condignamente festejada pelos madrugadores,
os quais têm encontro marcado hoje à noite, às 20 horas, na Praça Heliodoro BaIbi
segundo adiantou-nos o presidente Aluízio Sampaio, que por nosso intermédio
pede o comparecimento de todos os seus pares àquele encontro.
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