Onde
andarão os jovens atletas de futsal, ontem de futebol de salão, que –há exatos 50 anos–
lavraram sob a baixa temperatura sulista uma excelente página para a história
da antiga Escola Técnica, cujo ensino tanto evoluiu que se tornou uma Escola Superior (IFAM).
A
aventura foi relatada pelo “enviado especial” de A Crítica, Ricardo
Bessa, estampado na edição de 20 de novembro de 1969. Os nomes da embaixada esportiva ficaram pela metade, incompletos. Somente
os dos jogadores, ainda assim, os de quadra. Deles, lembro apenas o do
Torrado, que se aventurou pelo futebol profissional. Quem dirigiu a delegação? E
o médico?
Este
achado me obrigou a procurar aquela Casa de Ensino, quem sabe, possa ali encontrar
algum registro mais plausível dessa maratona. Assim prometo!
Ilustração da reportagem, sem identificação dos membros da delegação (A Crítica, 20 nov. 1969) |
Toda a saudade
da cidade de Manaus, a acentuada diferenciação climática e a fadiga de uma
viagem heroica, foram as dificuldades encontradas pela delegação da Escola
Técnica do Amazonas, que representou muito bem nosso Estado nos IV Jogos de
Estudantes Brasileiros do Ensino Industriai (JEBEI-4), realizado na cidade de
Pelotas – Rio Grande do Sul.
Superando
todos esses imprevistos, os amazonenses brilharam no Sul, conquistaram vitórias
difíceis e mostraram aos estudantes do extremo Sul como se vive em Manaus; beneficiados
por uma Zona Franca e sobre a amizade de um povo bastante hospitaleiro. O
Amazonas classificou-se na JEBEI, venceu quatro Estados, inclusive os próprios gaúchos,
destacando, enfim, o nosso Estado em todas as maneiras necessárias.
SHOW NO GELO
Até os
sulistas condenavam o clima que no momento imperava na cidade de Pelotas. A
temperatura baixou a 6 graus. O pessoal do Norte é quem mais sofria. Nos dois
dias de realizações, ninguém conseguia sair para as quadras. Os amazonenses
foram escalados para jogar no segundo dia contra o Maranhão. Caía neve na
quadra da AABB e o Amazonas deu show no gelo. O Maranhão derrotado por um
placar de 1x0, passou a ser considerado o GELAR de Pelotas.
Era a nossa primeira
vitória, uma estreia no gelo. Não tínhamos aparelhos para esquiar, mas a bola
corria de pé em pé. A temperatura subiu para 7 graus, e tivemos que enfrentar
os gaúchos de Parobé. Nos ataques gaúchos quase sempre a nossa defesa ficava paralisada,
mas de frio, e surgia a oportunidade para nosso goleiro, Raimundo Silva,
classificar-se como o melhor de todo o JEBEI.
Iniciamos com
um tento a zero, mas o final foi de 3x2 em nosso favor. A equipe amazonense venceu
com: Raimundo, Zé Raimundo, Lourival (Zé Paulo), Walmir (Lucio), Paulinho
(Torrado).
Começamos a
jogar de manhã e à noite, sempre ganhando com dificuldade, lutando por um
destaque. No mesmo dia, saímos para enfrentar o Piauí que vinha de uma campanha
muito boa e já havia participado de diversos encontros desportivos. Era o
primeiro que participávamos. Não tememos, e vencemos por 4x1. Daí, os amazonenses
começaram a ser olhados com mais respeito e seriedade. Também iniciou a
divulgação de nosso Estado. Muita gente procurava os amazonenses para saber sobre
o Amazonas. Lá se desconhece o nosso modo de vida, a nossa civilização etc.
Partimos para
uma quarta atuação e nossa equipe, até os reservas já estavam esgotados e então
jogamos contra Alagoas já sem condições e somente por amor ao nosso Estado.
Devido a longínqua distância, os Amazonenses participaram apenas de futebol de
salão, composta de nove atletas. Contra o Alagoas só éramos três em forma, os
outros 6 estavam quebrados sem poderem ao menos movimentarem-se. Jogamos
desfalcados, mas conseguimos com muito esforço e boa vontade implantar um placar
de 2X1 nos alagoanos.
Daí passamos a
ser sucessos e éramos admirados por todos e visados por Espírito Santo e São
Paulo que, igualmente a nós, já se encontravam classificados. Fomos para a final.
Ou não fomos, porque ordem do departamento médico era que ninguém poderia
jogar, todos estavam no estaleiro, esmagados e sem condição de jogar. Então
tivemos que nos conformar com a classificação, já que nossa meta era o campeonato.
Mas o médico proibiu e disse que não se responsabilizava quem teimasse e
jogasse. Ganharíamos facilmente de São Paulo, mas não fomos à quadra. Nem mesmo
andar a turma conseguia.
VIAGEM HEROICA
A delegação Amazonense
composta de nove atletas, um assistente técnico, um dirigente e um repórter de A
Crítica, saiu de Manaus dia 24 do mês anterior até a cidade de Fortaleza,
donde, irmanados com colegas do Ceará, iniciaram uma viagem heroica. Treinou em
Fortaleza com a Escola Técnica local, e venceu por 12x0. O repórter não mandou
a notícia porque o leitor pensaria não ser verídica. O treino deu início as movimentações
da Escola do Amazonas. Passamos quatro dias ainda no Ceará, saindo em seguida para
uma viagem por rodovia até ao outro extremo do País.
Passamos por
28 cidades, atravessamos os Estados do Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, S. Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foi uma
viagem cansativa de cinco dias e quatro noites, noites sofridas de frio. Em
Santa Catarina, paramos a viagem. Caía neve, e não tivemos condição de
continuar. Uma viagem saudosa e de clima as [ilegível] cidade de Manaus, a
acentuada diferenciação climática e a fadiga da viagem foram compensadas pelo
ambiente festivo e empolgante desta grande realização cívico-desportiva do
Ensino Industrial.
Vale ressaltar
a boa realização dos dirigentes da Escola Técnica do Amazonas em lutar para que
o Amazonas participasse dessa união de estudantes brasileiros. Pela primeira
vez a nossa Escola participou de Jogos assim, isso representa o início dos trabalhos
de uma nova diretoria, que luta pelo o engrandecimento da Escola Técnica
Federal do Amazonas.
Puxa, excelente documentário sobre a participação dos amigos atletas desta Escola Técnica Federal do Amazonas no JEBEI-IV-1969 em Pelotas -RS; eu acabei de postar em minha página assunto inerente ao JEBEI-IV donde participei como atleta de natação junto com os amigos Domingos Ferreira (ex-técnico de natação do clube do remo Pará-PA); Nicolau e Roberto Estevam Lobato - conhecido como Pelé; éramos aprox. 48 estudantes atletas da ETFPa-escola técnica federal do Pará, foi um evento esportivo que ficou em nossas memórias. Encontrei o seu blog devido estar pesquisando sobre o JEBEI-IV que ocorreu em Pelotas entre 03 e 11 de novembro de 1969; na minha página do face inserí fotos sobre o evento; fomos campeão destes jogos e encontrei algumas taças na ETFPa; fiz um montão de amizades e que agora estou a procura do João Bosco, Arthur, Miguel, etc; um caso atípico ocorreu dentro da escola técnica entre os amigos atletas do Maranhão e Rio de Janeiro que se propagou por entre os que estavam presentes, foi a "guerra" de jaca da Bahia, apareceu de repente e pum foi JACA pra todo o lado, tivemos as orelhas puxadas pelos mestres e fomos lavar os salões que ficaram infestados de caroços de JACAS da BAHIA, nunca esquecí desta brincadeira que uniu mais os amigos de quase todos os Estados do Brasil; meus agradecimentos por voce ter retirado do fundo do baú esta excelente reportagem e um grande abraço a todos os Amazonenses. Heraldo Amoras_Monte Dourado-Almeirim-Pará-PA_09-04-2021.
ResponderExcluirPuxa, excelente documentário sobre a participação dos amigos atletas desta Escola Técnica Federal do Amazonas no JEBEI-IV-1969 em Pelotas -RS; eu acabei de postar em minha página assunto inerente ao JEBEI-IV donde participei como atleta de natação junto com os amigos Domingos Ferreira (ex-técnico de natação do clube do remo Pará-PA); Nicolau e Roberto Estevam Lobato - conhecido como Pelé; éramos aprox. 48 estudantes atletas da ETFPa-escola técnica federal do Pará, foi um evento esportivo que ficou em nossas memórias. Encontrei o seu blog devido estar pesquisando sobre o JEBEI-IV que ocorreu em Pelotas entre 03 e 11 de novembro de 1969; na minha página do face inserí fotos sobre o evento; fomos campeão destes jogos e encontrei algumas taças na ETFPa; fiz um montão de amizades e que agora estou a procura do João Bosco, Arthur, Miguel, etc; um caso atípico ocorreu dentro da escola técnica entre os amigos atletas do Maranhão e Rio de Janeiro que se propagou por entre os que estavam presentes, foi a "guerra" de jaca da Bahia, apareceu de repente e pum foi JACA pra todo o lado, tivemos as orelhas puxadas pelos mestres e fomos lavar os salões que ficaram infestados de caroços de JACAS da BAHIA, nunca esquecí desta brincadeira que uniu mais os amigos de quase todos os Estados do Brasil; meus agradecimentos por voce ter retirado do fundo do baú esta excelente reportagem e um grande abraço a todos os Amazonenses. Heraldo Amoras_Monte Dourado-Almeirim-Pará-PA_09-04-2021.
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