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Edição junho/julho 1937 |
Catador de
papeis, acabei deparando com esse poema, e dele me encantei. Sei apenas que
circulou na Revista do Estudante,
edição de junho/julho de 1937. O autor da peça foi Jovino Lemos, somente.
Sonhei-te branca...
tão branca que teus mamilos róseos,
na alvura dos teus peitos empinados,
boiavam como carbúnculos insolentes...
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e as sombras se suicidavam no teu corpo
alvo como os teus dentes...
E eras tão loira, Amor...
tão loira que teus cabelos
e a poeira doiro dos teus pelos...
semelhavam-se a linguados,
de incêndios eterizados,
lambendo teu corpo nu...
Teus olhos?... Duas lagoas ensombradas,
profundas,
estranguladas
por densas ramarias... (a volúpia)
Lagoas que assistiram das iaras desmaiadas,
no vórtice lacustre das orgias...
Tua pele era setinea, lisa...
tão lisa que os meus desejos algemados,
na cega exaltação dos meus sentidos,
espojavam-se nas sinuosas divinas do teu corpo,
como Tântalos enlouquecidos...
Vi o teu corpo soberbamente nu...
aos látegos do sol aos beijos do luar,
escandaloso e rútilo...
gemendo,
contorcendo-se,
longamente, no abraço constritor da gleba sensual...
Branco, como a Tabua de Moisés;
loiro, como um canto matinal...
E eras tão loira que me feriste
tão branca que me cegaste,
tão lisa que me fugiste....
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