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quarta-feira, maio 01, 2019

JOAQUIM MARINHO

De certo, Joaquim Marinho, o colecionador de tão inusitados objetos, e hoje recolhido em sua residência cuidando da saúde, já não recorda da festa que vou relembrar. 

Joaquim Marinho, maio 1969
Refiro-me ao I Festival de Cinema Brasileiro do Norte, conduzido por ele, então dirigente do Depro (Departamento de Turismo e Promoção do Estado), precursor da secretaria de Cultura, órgão do governo Danilo Areosa (1967-71).
O festival ocorreu em dezembro de 1969, porém, sua preparação exigiu demais. Tanto que em maio daquele ano, portanto, há 50 anos, o Jornal do Commercio (4 maio) publicou a notícia aqui compartilhada. 

Cópia do Jornal do Commercio, 4 maio 1969

No ano do tricentenário de Manaus, o Departamento de Turismo e Promoção do Estado [Depro] está organizando uma excelente programação; constando inclusive de um festival de cinema brasileiro; o Primeiro do Norte do país.
E o mais interessante é que a iniciativa não trará praticamente nenhum ônus para o Estado uma vez que as passagens dos artistas e participantes serão dadas pela Transister, uma empresa de turismo de São Paulo, que em troca deseja apenas a primazia na organização dos grupos que virão para o nosso Estado.
O acontecimento será no cinema Odeon cedido especialmente para esse fim pelo sr. Luís Severiano Ribeiro, entre os dias 19 e 26 de outubro do corrente ano, participando do mesmo os astros, como Paulo José; Jece Valadão; Leila Diniz; Odete Lara; Irene Stefania e outros.
O filme vencedor de “longa metragem” receberá o prêmio de Dez Mil Cruzeiros Novos [NCR$ 10.000,00]. A comissão organizadora do 1° Festival Norte do Cinema Brasileiro está constituída dos srs. José Gaspar, cronista cinematográfico local, Cosme Ferreira Neto, diretor da Cinemateca do Rio, e Márcio Souza, cineasta amazonense.
É um empreendimento de grande significação para o nosso Estado com divulgação nacional e internacional; e que não pesará nos cofres públicos.
Vale acentuar na oportunidade, e a lembrança é nossa, de que foi com festivais de cinema que a Espanha e Itália tiraram aos Estados Unidos milhares de dólares do imposto de renda; uma vez que as empresas produtoras descobriram nesses países cenários naturais excelentes para as suas produções e ali se fixaram.
É oportunidade de mostrarmos as belezas da paisagem amazônica para a produção de certas películas, interessando produtores e cineastas. Será mais dinheiro que circulará no Estado. 

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