De certo, Joaquim Marinho, o colecionador de tão inusitados objetos, e hoje recolhido em sua residência cuidando da saúde, já não recorda da festa que vou relembrar.
Joaquim Marinho, maio 1969 |
Refiro-me ao I
Festival de Cinema Brasileiro do Norte, conduzido por ele, então dirigente do Depro
(Departamento de Turismo e Promoção do Estado), precursor da secretaria de
Cultura, órgão do governo Danilo Areosa (1967-71).
O festival ocorreu em dezembro de
1969, porém, sua preparação exigiu demais. Tanto que em maio daquele ano, portanto,
há 50 anos, o Jornal do Commercio (4 maio) publicou a notícia aqui compartilhada.
Cópia do Jornal do Commercio, 4 maio 1969 |
No ano do tricentenário
de Manaus, o Departamento de Turismo e Promoção do Estado [Depro] está organizando
uma excelente programação; constando inclusive de um festival de cinema
brasileiro; o Primeiro do Norte do país.
E o mais interessante
é que a iniciativa não trará praticamente nenhum ônus para o Estado uma vez que
as passagens dos artistas e participantes serão dadas pela Transister, uma empresa de turismo de São Paulo, que em troca deseja
apenas a primazia na organização dos grupos que virão para o nosso Estado.
O acontecimento
será no cinema Odeon cedido especialmente para esse fim pelo sr. Luís Severiano
Ribeiro, entre os dias 19 e 26 de outubro do corrente ano, participando do
mesmo os astros, como Paulo José; Jece Valadão; Leila Diniz; Odete Lara; Irene
Stefania e outros.
O filme vencedor
de “longa metragem” receberá o prêmio de Dez Mil Cruzeiros Novos [NCR$ 10.000,00]. A comissão organizadora
do 1° Festival Norte do Cinema Brasileiro está constituída dos srs. José Gaspar,
cronista cinematográfico local, Cosme Ferreira Neto, diretor da Cinemateca do
Rio, e Márcio Souza, cineasta amazonense.
É um
empreendimento de grande significação para o nosso Estado com divulgação nacional
e internacional; e que não pesará nos cofres públicos.
Vale acentuar
na oportunidade, e a lembrança é nossa, de que foi com festivais de cinema que
a Espanha e Itália tiraram aos Estados Unidos milhares de dólares do imposto de
renda; uma vez que as empresas produtoras descobriram nesses países cenários
naturais excelentes para as suas produções e ali se fixaram.
É oportunidade de mostrarmos as belezas da paisagem
amazônica para a produção de certas películas, interessando produtores e cineastas.
Será mais dinheiro que circulará no Estado.
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