Bernardo Cabral (*)
Direito do antigo Distrito Federal.
Araújo Lima homenageado pelo presidente da Academia de Letras, Mendonça de Souza (à dir.), em um tempo que o jovem governador Amazonino Mendes (sentado), contemplava a sabedoria dos mais velhos |
Advogado, escritor, não só no ramo do Direito Penal, mas na literatura e no
jornalismo; autor de mais de uma dezena de livros; orador primoroso - voz de
timbre metálico, dispensava os microfones - sempre ouvido com o mais respeitoso
silêncio.
Tinha
admiração pessoal por Portugal, país em que, durante
algum tempo, lá permaneceu realizando pesquisas que lhe
valeram publicar o livro "Carta de Segurança", que se transformou em valioso subsidio aos que se interessavam pela matéria. E o que dizer sobre os "Os grandes processos do Júri", em 3 volumes, obra que recebeu os mais rasgados elogios de Nelson Hungria, Roberto Lyra, Evandro Lins e Silva, só para ficar em diminuta citação.
Um outro trabalho, "Cruzando a Ponte", mereceu encômios dentro e fora do país, sobretudo porque ele fazia questão de ressaltar que ali abordou "uma criminologia realista, não contemplativa".
algum tempo, lá permaneceu realizando pesquisas que lhe
valeram publicar o livro "Carta de Segurança", que se transformou em valioso subsidio aos que se interessavam pela matéria. E o que dizer sobre os "Os grandes processos do Júri", em 3 volumes, obra que recebeu os mais rasgados elogios de Nelson Hungria, Roberto Lyra, Evandro Lins e Silva, só para ficar em diminuta citação.
Um outro trabalho, "Cruzando a Ponte", mereceu encômios dentro e fora do país, sobretudo porque ele fazia questão de ressaltar que ali abordou "uma criminologia realista, não contemplativa".
Nesse passo, recordo que o sempre lembrado Umberto
Calderaro
Filho, fez questão de publicá-lo, em edição de bolso, salientando: "A Crítica, com a divulgação deste trabalho para todo o Brasil, está afirmando sua certeza de que a "ponte será cruzada" e nosso filhos vão encontrar o Brasil que merecem".
Filho, fez questão de publicá-lo, em edição de bolso, salientando: "A Crítica, com a divulgação deste trabalho para todo o Brasil, está afirmando sua certeza de que a "ponte será cruzada" e nosso filhos vão encontrar o Brasil que merecem".
Era a singela homenagem prestada pelo velho amigo ao autor
de "O abraço da semana", crônica que durante anos manteve no espaço
desta página. A nossa correspondência era intensa e, costumeiramente, as suas
cartas de conteúdo profético.
Dou como exemplo - Já que se fala muito na linguagem dos Ministros do Supremo Tribunal - parte de um texto que ele enviou de
Friburgo (cidade que considerava a sua Manaus refrigerada), datado de 15/04/1987, "Juristas do Brasil! Cultivem a simplicidade e falem sem usar o barroco! Frequentem o contato com o povo, na universidade do seu sofrimento e do seu bom senso. É nisso que está a frente renovadora do Direito. Menos biblioteca, mais contato do homem com o Homem!"
Que bela lição. Esse era Carlos Dagoberto de Araújo Lima. Dou como exemplo - Já que se fala muito na linguagem dos Ministros do Supremo Tribunal - parte de um texto que ele enviou de
Friburgo (cidade que considerava a sua Manaus refrigerada), datado de 15/04/1987, "Juristas do Brasil! Cultivem a simplicidade e falem sem usar o barroco! Frequentem o contato com o povo, na universidade do seu sofrimento e do seu bom senso. É nisso que está a frente renovadora do Direito. Menos biblioteca, mais contato do homem com o Homem!"
(*) Publicado em A Crítica, 9 dezembro.
PS. Apenas tentei postar às 12 horas.
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