1 A FORÇA AÉREA NACIONAL NO CONTEXTO DA SEGUNDA GUERRA
Com a invasão da Polônia pelos nazistas, a Segunda Guerra Mundial colocou as sociedades perante um novo cenário econômico, bélico e ideológico (ALVES, 2002). O Velho Mundo entrava em um de seus piores instantes, um verdadeiro cenário de caos, forçando as nações antinazifascistas a assumirem uma postura defensiva. Os Estados Unidos, após o ataque de Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, declarou guerra ao Eixo (Alemanha, Itália e Japão), consequentemente empregando um projeto de reaparelhamento e modernização de suas Forças Armadas e empregando também uma nova política externa para com as nações vizinhas (FERRAZ, 2005).
Como destacado, em quase dois anos o Brasil teve uma perda de pouco mais de duas dezenas de navios, afundados por submarinos alemães. Desta forma, oficializou o seu envolvimento no conflito com a declaração de guerra e a concordância com a política externa americana. Quanto ao último ponto, é importante lembrar que, mesmo antes de um abandono definitivo das relações com os alemães, já se observava, segundo Alves (2002, p. 170), que “os portos de Salvador e Recife” estavam à inteira disposição da Quarta Frota dos Estados Unidos, sendo Recife o ponto principal da esquadra Americana.
Aeroporto de Ponta Pelada, 1968 |
Com a invasão da Polônia pelos nazistas, a Segunda Guerra Mundial colocou as sociedades perante um novo cenário econômico, bélico e ideológico (ALVES, 2002). O Velho Mundo entrava em um de seus piores instantes, um verdadeiro cenário de caos, forçando as nações antinazifascistas a assumirem uma postura defensiva. Os Estados Unidos, após o ataque de Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941, declarou guerra ao Eixo (Alemanha, Itália e Japão), consequentemente empregando um projeto de reaparelhamento e modernização de suas Forças Armadas e empregando também uma nova política externa para com as nações vizinhas (FERRAZ, 2005).
Entre outros fatores, deram início à construção de pistas
de pouso ao longo do continente americano através de uma política de
aproximação (MARTINELLO, 1988). Além da corrida estratégica na qual se buscava a
autorização para implantação de bases militares, procurou-se ainda o
fornecimento de matérias-primas para o abastecimento da indústria bélica, isso
devido à abundância de recursos agrícolas, produtos extrativistas vegetais e
minerais que transpareciam nos territórios adjacentes (FERRAZ, 2005).
Não obstante, nos anos seguintes, após uma sequência de
afundamentos que aniquilariam inúmeros navios e vidas, e ainda sob forte
pressão social, o governo brasileiro afastou-se definitivamente do caráter ideológico defendido pela Alemanha (ALVES, 2002).
Ainda sobre esse envolvimento, Alves destaca que, entre:
[...] fevereiro e março (1942), cinco navios brasileiros foram
afundados (Cabedelo, Buarque, Olinda, Arabutã e Cairu), todos ao longo da costa
atlântica dos Estados Unidos. Entre maio e junho, sete navios foram perdidos
(Parnaíba, Gonçalves Dias, Alegrete, Pedrinhas, Tamandaré, Piave e Barbacena),
todos afundados no Caribe ou mares imediatamente adjacentes [...] Em agosto
foram destruídos os primeiros navios nacionais no litoral do País (Baependi,
Araraquara, Aníbal Benevolo, Itagiba, Arará e a barcaça Jacira), causa imediata
para declaração de guerra brasileira à Alemanha e Itália. Após a formalização
de sua beligerância, o Brasil ainda
perderia mais doze navios até fins de 1943 (Osório, Lages, Antonico, Porto
Alegre, Apalóide, Brasilóide, Afonso Pena, Tutóia, Pelotaslóide, Bagé, Itapagé
e Campos). Destes, somente dois foram perdidos longe dos mares litorâneos
brasileiros. (ALVES, 2002, p. 169-170).
Como destacado, em quase dois anos o Brasil teve uma perda de pouco mais de duas dezenas de navios, afundados por submarinos alemães. Desta forma, oficializou o seu envolvimento no conflito com a declaração de guerra e a concordância com a política externa americana. Quanto ao último ponto, é importante lembrar que, mesmo antes de um abandono definitivo das relações com os alemães, já se observava, segundo Alves (2002, p. 170), que “os portos de Salvador e Recife” estavam à inteira disposição da Quarta Frota dos Estados Unidos, sendo Recife o ponto principal da esquadra Americana.
Paralelo ao contexto que transcorria na Europa, no Brasil,
as autoridades militares, antes mesmo do envolvimento direto no conflito,
arquitetaram a proposta de uma nova força armada. Em 1941 foi realizada a fusão
das aviações do Exército e da Marinha. Em um primeiro momento, essa nova
instituição militar passou a se chamar Forças Aéreas Nacionais e,
posteriormente, foi denominada Força Aérea Brasileira (CARVALHO, 2004). Contudo,
as autoridades brasileiras viram-se forçadas à instauração de estruturas
capazes de atender a esta nova aviação que se moldava.
Mirando os anseios da Força Aérea Brasileira e as
necessidades desta nova força, no ano de sua concepção, a capital amazonense
recebeu o Técnico Francisco Oliveira, do Departamento de Aeronáutica Civil, e
que no dia 31 de março de 1941 foi recebido pelo Interventor Álvaro Maia no
Palácio Rio Negro (sede do governo). Sua viagem, coordenada pelo então Ministério
da Aeronáutica, teve em vista a fiscalização e
o acompanhamento da construção de uma pista de pouso.
Como exposto pelo tabloide A Tarde (O FUTURO..., 1941), seguindo as orientações do então Ministério da Aeronáutica, era necessária uma região que possibilitasse futuras modernizações e ampliações e que fosse capaz de atender à aviação e aos encargos que norteavam este
setor. Em um primeiro momento, os terrenos de Ponta Pelada não foram aceitos e, diante desse parecer, a obra direcionou-se para a região de Flores, sendo iniciada em 2 de abril de 1941. (segue)
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