Recorte da edição de O Jornal, 20 dezembro 1962 |
A busca pelo avião Constellation
da Panair do Brasil prosseguiu, esperando que a expedição terrestre alcançasse
a clareira em dois dias. Diante dessa dificuldade, a imprensa reproduziu informes
em gerais, restando aos manauenses aguardar.
Na edição de 19 de dezembro, duas notas alicerçam as
medidas e as consequências do desastre. Uma da Varig, a extinta empresa aérea, informando
que a atividade de seus aviões continuava normal, posto que fora suspensa a interdição
do Aeroporto de Ponta Pelada, por outro motivo, “a conclusão das obras que se
efetuam na pista”.
A outra veio da Associação Comercial do Amazonas (ACA),
revestida de luto pelo dramático acidente ocorrido com o Constellation, da Panair do Brasil. Lamenta o desaparecimento de
seu ilustre vice-presidente, Ermindo Fernandes Barbosa, de retorno de Belém
(PA), onde fora entrevistar-se com o Banco de Crédito da Amazônia (hoje Basa).
Ermindo Barbosa
era, ainda, dirigente da firma J. A.
Leite & Cia. (Aviamentos) Ltda., cuja empresa ainda prosperou por décadas. Talvez
tenha sido o passageiro mais ilustre, mais conhecido, por isso mais
reverenciado. Sua residência ainda hoje se encontra na avenida Joaquim Nabuco, próxima
da Cúria Metropolitana e a residência do arcebispo de Manaus. A casa segue
atraindo olhares, apesar de desfigurada e parcialmente esquecida, a casa mais
conhecida por “Bolo Confeitada” (veja ilustração).
Residência de Ermindo Barbosa, ainda existente na avenida Joaquim Nabuco |
Para melhor esclarecer a cidade, o diretor da Operação Resgate, major Henrique Cal, da Aeronáutica, reuniu a imprensa para
uma conversa, quando esclareceu as dificuldades que a expedição enfrentava para
chegar ao PP-PDE. Além dessa iniciativa, avião da Força Aérea levou jornalistas
para um sobrevoo na área do acidente.
Por todo dia 19, cinco dias depois do acidente, a
expedição ainda não alcançara o destino e, ao final do dia, acampara nas
proximidades, há cerca de 1 km ou duas horas de caminhada. Mas, havia outra expedição no caminho, a da Petrobras,
que alcançou a clareira do acidente às 10h30, de 20 de dezembro. Seis dias
depois do acidente.
Começava nova etapa para o recolhimento dos corpos e
destroços da aeronave. Esperava a equipe
principal abrir espaço para o pouso dos helicópteros, com brevidade. Para tanto,
receberam ferramentas necessárias, além de alimentos e equipamento de proteção pessoal
(como máscara antigás). A remoção dos mortos também foi difícil, muito
trabalhosa, basta se entender a deficiência de então.
No local, o Exército instalou uma Base de Treinamento, de
responsabilidade do CIGS, que a cada ano relembra os desdobramentos do desastre
do PP-PDE.
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