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domingo, dezembro 16, 2012

DESASTRE DO PP-PDE – 50 ANOS (3º DIA)

No domingo 16, há 50 anos, a cidade de Manaus conhecia o destino trágico do Constellation da Panair do Brasil. A edição de O Jornal detalhava a localização do avião em vasta clareira aberta na selva. Dizia das providências que as autoridades, da FAB e da própria Panair, tomaram na busca da aeronave, avistada por uma tripulação desta companhia aérea. Enfim, a comoção que abrangeu aos parentes de passageiros e tripulantes.  

Recorte de O Jornal, domingo, 16 dezembro 1962
De parte da FAB, atuou o Serviço de Busca e Salvamento, sob a direção do capitão Ruy e do tenente Cesar. A Panair, representada em Manaus por Vasco Vasques, providenciou para que fosse vasculhada vasta área, cobrindo o Careiro da Várzea,  Paraná da Eva, Terra Nova e Cambixe, como se vê, nas proximidades de Manaus.

Finalmente, “às 11h20 de ontem” um avião Catalina, sob o comando do piloto Patrick, avisou à torre de controle do aeroporto de Ponta Pelada que avistara os destroços do PP-PDE. Avistados na então mata virgem, sem que o piloto observasse sinais de sobreviventes.

Na tarde desse dia, cerca das 15h, os dirigentes e técnicos da própria empresa fizeram as suas observações, voando sobre o local. O mistério começava a ser desvendado, faltando somente esclarecer o alcance de vítimas. Enquanto isso, pessoal do Exército e da Aeronáutica já se movimentavam, contando com a colaboração da Comara (órgão encarregado da construção de aeroportos) e da Petrobras, que possuía equipes de prospecção na região.

Conhecidas as coordenadas, ficaram assim estabelecidas as distâncias do local da queda para outros pontos: 24 km para o rio Amazonas; 45 km até o aeroporto de Manaus; e 16 km para a estrada Manaus-Itacoatiara, ainda em construção. E nehuma estrada vicinal nas proximidades. Tampouco helicópteros.

A reportagem deste matutino sobrevoou o local, em aparelho da FAB, registrou que “o aparelho sinistrado abriu uma fenda (clareira) de mais de 200m de extensão, por uns 30 a 50m de largura, onde se vê apenas mato queimado, árvores derrubadas e, ao fundo, os destroços do aparelho”.

Na manhã seguinte, partiu em direção ao local a primeira equipe oficial, composta de elementos do Exército e da Aeronáutica, auxiliada por conhecedores da região. Há registro de que muitas pessoas se apresentaram voluntariamente para acompanhar a expedição. A conhecida rodovia encontrava-se em inicio de sua construção, por isso, a missão foi levada de carro até o rio Preto, aonde se embrenharia na selva.

A reportagem de O Jornal encerra suas manifestações, analisando a possibilidade de sobreviventes. Para quem observara de perto a extensão do desastre, seria uma impropriedade afirmar em contrário, por isso, assinalava que “é muito remota possibilidade sobreviventes”. Como ficou provado, todos morreram.   

Na Manaus de então, na segunda-feira não circulava qualquer jornal. Por isso, na segunda 17, a cidade ficou em saber do avanço da expedição em busca dos mortos.

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