Recorte de O Jornal, domingo, 16 dezembro 1962 |
Finalmente, “às 11h20 de ontem” um avião Catalina, sob o
comando do piloto Patrick, avisou à torre de controle do aeroporto de Ponta
Pelada que avistara os destroços do PP-PDE. Avistados na então mata virgem, sem
que o piloto observasse sinais de sobreviventes.
Na tarde desse dia, cerca das 15h, os dirigentes e técnicos
da própria empresa fizeram as suas observações, voando sobre o local. O mistério
começava a ser desvendado, faltando somente esclarecer o alcance de vítimas. Enquanto
isso, pessoal do Exército e da Aeronáutica já se movimentavam, contando com a
colaboração da Comara (órgão encarregado da construção de aeroportos) e da
Petrobras, que possuía equipes de prospecção na região.
Conhecidas as coordenadas, ficaram assim estabelecidas as
distâncias do local da queda para outros pontos: 24 km para o rio Amazonas; 45
km até o aeroporto de Manaus; e 16 km para a estrada Manaus-Itacoatiara, ainda
em construção. E nehuma estrada vicinal nas proximidades. Tampouco helicópteros.
A reportagem deste matutino sobrevoou o local, em
aparelho da FAB, registrou que “o aparelho sinistrado abriu uma fenda
(clareira) de mais de 200m de extensão, por uns 30 a 50m de largura, onde se vê
apenas mato queimado, árvores derrubadas e, ao fundo, os destroços do aparelho”.
Na manhã seguinte, partiu em direção ao local a primeira
equipe oficial, composta de elementos do Exército e da Aeronáutica, auxiliada
por conhecedores da região. Há registro de que muitas pessoas se apresentaram
voluntariamente para acompanhar a expedição. A conhecida rodovia encontrava-se
em inicio de sua construção, por isso, a missão foi levada de carro até o rio
Preto, aonde se embrenharia na selva.
A reportagem de O
Jornal encerra suas manifestações, analisando a possibilidade de
sobreviventes. Para quem observara de perto a extensão do desastre, seria uma impropriedade
afirmar em contrário, por isso, assinalava que “é muito remota possibilidade sobreviventes”.
Como ficou provado, todos morreram.
Na Manaus de então, na segunda-feira não circulava
qualquer jornal. Por isso, na segunda 17, a cidade ficou em saber do avanço da
expedição em busca dos mortos.
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