Recorte do boletim, de 19 junho 1949 |
Certo
dia, meu pai me presenteou com um folheto que, descolorido pelo tempo, juro não
dei a menor atenção, mas permaneceu aquela curiosidade. Apenas verifiquei que
se tratava de um boletim publicado pela paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, em Educandos, em 1949.
Em
outro certo dia, chegou o momento de me dedicar ao conteúdo do folheto. E qual não
foi minha surpresa quando em uma das páginas encontrei minha foto (veja as ilustrações), contando do meu aniversário naquele junho. Eu possuía solamente três
anos e pousava no estúdio Artístico.
Hoje,
17, completo 67.
Semanário da paróquia de Educandos
A
igreja de Educandos do padre Antônio Plácido foi meu primeiro porto seguro. O saudoso
sacerdote conseguiu-me uma vaga no Seminário São José, ali na rua Emilio
Moreira com a avenida Ramos Ferreira, onde hoje a Uninorte ensina os futuros
advogados. Consegui completar a metade da caminhada, se pensava em ser padre.
Foi
o vigário de Educandos que me ajudou a passar a primeira ponte que ligava o bairro a outro
destino: a Cachoeirinha. Depois vieram as minhas conquistas e topadas, as vivas
e as lágrimas e tantos outros incidentes. Passei no quartel da Praça da Polícia
a vida operativa, meu único emprego. Nestes agoras, à margem do igarapé de Manaus
dedico-me a catar papeis e a relembrar histórias. Como esta que meu pai protagonizou.
Escrevi
isso para agradecer ao velho pai – Manoel Mendoza, que me espia com seus olhinhos
cheios de nuvens que a catarata vai consumindo. Me espia de longe, bem longe.
Não, ele ainda vive quase centenário, em São Paulo, capital.
Para
ele, que soube guardar com carinho e devoção um pedaço história de Educandos saudoso e
da Santa padroeira que sei o protege, meus parabéns nesse dia festivo para mim.
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