A Crítica, 11 junho 2012 |
No sábado 9, ocorreu a Marcha para Jesus, empreendida pelos
evangélicos. E a contagem dos participantes oscilou entre 800 mil e um milhão
de pessoas. Absoluto exagero. Autêntico devaneio dos organizadores, apoiado
pela imprensa.
O exagero pode ser demonstrado em uma breve
conta. O IBGE indica que Manaus possui 1 milhão e 800 mil habitantes, mas
admitamos que chegue a dois milhões. A igreja católica, seguida por mais da
metade desta população, conseguiu levar cerca de 5% de fiéis. Os evangélicos, curiosamente,
marcharam com a metade da população. Quanta insensatez! Visto que a fonte
consultada (se o foi!), a Polícia Militar, nunca possuiu esse gabarito.
Por falar nisso, a Folha de São Paulo, de ontem, rompendo com a tradição de apoiar a divulgação
de executores, contestou com fundamentos a cifra de presentes a festa gay de
São Paulo. Apenas para cotejar, ano passo
compareceram à festa cerca de 4 milhões de pessoas.
A
16ª edição da Parada Gay de São Paulo,
um dos principais eventos turísticos da cidade, reuniu ontem 270 mil pessoas,
de acordo com o Datafolha - 65 mil
delas fizeram o percurso inteiro do evento.
Pela
primeira vez na história, a manifestação teve uma medição de público com
caráter científico. O Datafolha
inaugurou o método em maio na 28ª Caminhada da Ressurreição, procissão católica
por ruas da zona leste da capital.
Segundo o instituto, nenhum evento
similar no mundo tem medição científica de público. Em alguns países, ele é
estimado a partir do lixo produzido. Em outros, pela concentração de pessoas ao
longo da parada - este método, no entanto, não leva em conta o público
flutuante.
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