Por isso, acrescentei pequenas notas à fala do autor, a fim de atualizar e facilitar o entendimento. Há muito este “roteiro” deveria ter sido reeditado. Quem sabe possamos vê-lo em breve.
Um detalhe final, a Polícia Civil era
dirigida pelo Chefe de Polícia, consoante menciona De Castro. Ainda alcancei
esse personagem, que reunia forte domínio, pois se ligava ao governador e possuía
as atribuições de prender, de investigar e, durante décadas, de dirigir a
penitenciaria. Essa figura, que foi substituída pelo secretário de Segurança,
deixou-nos muitos causos e incontáveis lembranças, nem sempre afortunadas.
Capa do livro, acervo da Academia Amazonense de Letras |
No espaço de um século a Polícia Civil
ocupou três prédios em ruas diferentes.
A instalação da' Província, em 1852, a encontrou situada na, atual praça Pedro II em um casarão assobradado que
também servia de cadeia pública e delegacia, precisamente no local onde hoje se ergue o Palácio Rio Branco [atualmente,
centro cultural].
Em 1875, não mais oferecendo segurança suas vetustas paredes, determinou o
governo a transferência da Chefatura para a casa que ocupa atualmente a marcenaria Leo fazendo canto com a rua Dr. Moreira e a praça Roosevelt, antigo
largo da Constituição [hoje, praça Heliodoro Balbi ou da Polícia].
Muitos anos se passaram antes que a sede
da Polícia Civil fosse instalada no amplo palacete em que ora funciona, a rua Marechal Deodoro. Em 1934, quando
Chefe de Polícia o Dr. Rui Araújo,
o prédio ficou acrescido por um
andar permitindo melhor funcionamento à seção de datiloscopia.
Também na gestão do Dr. Sady Tapajós
de Alencar [1940-41], a repartição policial recebeu notáveis melhoramentos, sendo adquirido o primeiro carro celular para
transporte de presos.
Na administração governamental do Dr. Pedro Bacelar [1913-17]
contava a cidade dois distritos policiais, cada um obedecendo a respectiva delegacia.
A primeira funcionou no prédio à rua Joaquim
Sarmento agora pertencente à Tipografia Fenix e a segunda, na' esquina da avenida Eduardo Ribeiro com a rua 10 de Julho.
Apesar de tecnicamente desaparelhada, não contando entre os seus investigadores
nenhum detetive de curso especializado, a Polícia Civil de Manaus
tem se distinguido inúmeras ocasiões ao demonstrar argúcia na pista de salteadores e
bravura no capturar indivíduos facinorosos quase sempre foragidos de outros
Estados.
Quando chefiava a repartição o Dr. Marcionilio
Lessa, no mês de fevereiro de 1934, em consequência de um conflito entre
militares e elementos da Guarda Civil, o próprio da rua Marechal Deodoro foi
invadido, desarmada a sua guarda e desacatados os comissários e escrivães de
serviço que foram recolhidos à Penitenciaria do Estado. [A chefia de Lessa
durou de 20.02 a 06.03.1935, que deve ter sido exonerado em decorrência desse conflito].
Anexa à Chefatura
funciona a Comissária da Polícia do Porto. No prolongamento do mesmo prédio,
mas de fachada para a rua Dr. Moreira [mais correto, rua Guilherme Moreira],
tem o seu quartel a Guarda Civil [desativada no início
do Governo Militar], montando um efetivo de sessenta homens. Sua fundação data de 1917.
Pelo Dr. Rui Araújo, em 1934, foi organizada a Guarda Noturna, a qual
juntamente aos guardas civis vem
prestando eficiente serviço no policiamento central e suburbano da capital.
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