CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

domingo, abril 15, 2012

Titanic na imprensa de Manaus

O centenário do desastre deste transatlântico que ocorre hoje, e que o cinema imortalizou inclusive em 3D, vem produzindo uma respeitável dose de impressos, de vídeos e de outras mídias. Certo mesmo é que a imprensa mundial vem se empenhando nas mínimas informações, creio que sem antecedente.

Titanic, na célebre foto da
inauguração
Também eu, confesso, fui tomado por essa incursão, por essa disputa até certo ponto salutar, apesar de exageros e de desinformações, que acabam por se converter em lendas.

Não tenho muito a acrescentar. Apenas imaginei como deveria ter chegado a Manaus a informação do afundamento do Titanic e as decorrências da catástrofe. Sabedor de que o contato mais dinâmico com o mundo era realizado pelo telégrafo, aquele sistema que utilizava o Código Morse, restava, pois, aos manauenses o jornal.

Jornais e revistas circularam à vontade. No entanto, apenas um matutino conseguiu percorrer esse centenário, portanto, ainda em circulação. Os demais sucumbiram pelo caminho e se encontram recolhidos a acervos diversos.
Falo do Jornal do Commercio, que foi inaugurado em 1904, pelo major Rocha dos Santos. Morto este, pertenceu ao doutor Vicente Reis, pai de Arthur Reis, que foi governador do Amazonas no período de 1964-67.
Algumas mudanças direcionais depois, hoje este jornal destina-se basicamente a cobrir a atividade industrial do PIM.

Jornal do Commercio, 17 abril (acima)
e 18 abril (abaixo)



Devo salientar que o Commercio é o primeiro jornal a ter seu acervo digitalizado, desde a fundação, tornando mais simplificada a pesquisa. Foi nesse material que busquei a notícia do desastre do Titanic. Eu não esperava encontrar grandes reportagens, afinal os textos eram reprodução de telegramas. Mas, não esperava que fossem tão telegráficos. Por isso, acredito que os manauenses somente compreenderam a extensão da tragédia ao manusear jornais do Sul do país ou do exterior. Em qualquer das opções a demora seria de aproximadamente trinta dias, que era o tempo de viagem de um barco entre a Capital Federal ou porto europeu e o porto de Manaus.
Dia 17 de abril saiu a primeira notícia, como afirmei, apenas uma cópia de telegrama. No dia seguinte, o leitor conferiu nova menção e, dia 21, mais outra nota. Todas curtas e sem nenhum comentário redacional, que passavam a impressao de que fora mais um desastre com um navio que se aventurara demais pelas águas oceânicas.

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