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terça-feira, julho 21, 2020

PMAM: UM CAUSO DE SARGENTO


Esta postagem reproduz uma denúncia contra o sargento da PMAM, cujo nome de guerra era Camurça (ortografia correta), morador do bairro da Cachoeirinha. A publicação ocorreu em O Jornal, 8 de janeiro de 1965.
Na ocasião, Camurça já estava reformado por desequilíbrio mental. E não foram poucas as alterações que ele promoveu. Engajei na PM em 1966, e conheci o sargento por outra agitação, dentro do quartel da Praça da Polícia.
Certa noite desse ano, Camurça foi levado ao quartel, sendo recebido pelo oficial de dia, tenente (hoje coronel reformado Pedro Lustosa). Seu estado emocional alterado impacientou o oficial, que buscou de várias formas contornar o problema. Acabou sendo conduzido ao hospital psiquiátrico. Todavia, Camurça deu um show, ocorrência que ficou marcada naquele quartel.
 
Fragmento de O Jornal, 8 janeiro 1965

Uma comissão de moradores do bairro da Cachoeirinha eQtni eram à noite de ontem em nossa redação, a fim de que por nosso intermédio fizéssemos um apelo ao Comandante da Polícia Militar do Estado, no sentido abaixo.
No mencionado bairro reside um 3º Sargento daquela corporação de nome Camursa, o qual é considerado naquele populoso bairro, como um verdadeiro “manda chuva” e reincidente em diversos casos contra pessoas ali residentes.
Segundo um dos componentes da comissão, Sr. Osório, morador do bairro supra, assim como os demais, vieram à redação apenas para relatar um fato que se passou ontem à noite, para que o comandante da PME tome conhecimento e providências sobre o dito sargento.
Um motorista, cujo nome ignora-se, encontrava-se em um aniversário numa residência daquele bairro, na ocasião em que deveria sair para casa, se encontrava impossibilitado de levar seu carro para a garagem, o que fez o sr. Milton de tal, funcionário do DERA [Departamento de Estradas de Rodagem do Amazonas], entrar no veículo, por ser amigo do motorista, para conduzi-lo à garagem.
Surgiu o sargento Camursa dando voz de prisão aos dois. Milton incontinenti tirou de seu bolso sua Carteira de Habilitação para fazer ver ao sargento que poderia conduzir o veículo para onde quisesse. O Sargento disse que não interessava, que já havia dado voz de prisão aos mesmos e estava resolvido, sacando de sua arma, e botando várias pessoas para correr.
Disse-nos a comissão que o mesmo todas às vezes que o Sargento faz suas aventuras na via pública, e que saca de sua arma “é apenas para se mostrar para as mulheres”.

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