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terça-feira, abril 24, 2018

PMAM: CAVALARIA


Jornal  Amazonas Em Tempo, 17 abril 1988.
Orçado inicialmente em Cz$ 70 milhões [de cruzados], já está em construção o quartel do Esquadrão de Cavalaria, na rua Tiradentes, conjunto D. Pedro, bem atrás do Colégio La Salle, para que dentro de, no máximo seis meses, seja implantado em Manaus o Esquadrão de Polícia Montada, com um efetivo de 86 praças, 8 oficiais e 70 cavalos, comandados pelo major Wilde de Azevedo Bentes, que já está sendo nomeado para o cargo.
Modelada no Esquadrão de Cavalaria de Minas Gerais, "por ser a polícia mais bem equipada na área de cavalaria, segundo explicou o chefe da 5ª Seção da Polícia Militar, tenente-coronel Orleilson Guimarães, a Polícia Montada de Manaus dará mais segurança à cidade, penetrando em locais onde as viaturas não conseguem entrar, no caso, nas ruas de difícil acesso, principalmente nos bairros periféricos.
Ocupando uma área superior a 23 mil metros quadrados, o quartel do Esquadrão de Cavalaria terá três baias (locais onde ficarão os cavalos), picadeiro (onde se exercitarão os animais), área de encilhamento (local para se guardarem as arreias dos animais), garagem, depósito de rancho dos animais, alojamentos e pavilhão de comando.
Quartel atual
Assegurou Orleilson Guimarães que, a exemplo dos batalhões existentes em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas e outros grandes centros, Manaus também terá sua cavalaria de grande serventia para segurança maior da população. “O coronel Pedro Lustosa, comandante da Polícia está agilizando todo o processo de emprego de seu pessoal, esperando tão somente a conclusão das obras para entrar em atividade o Esquadrão”, ressaltou o Chefe da 5ª Seção da PM [hoje Diretoria de Comunicação Social]. 
Ele disse, também, que até, a comunidade está participando da criação da Polícia Montada, pois dois cavalos já foram doados para a corporação. Segundo explicou, o Esquadrão de Cavalaria será formado por cavalos que se adaptem às condições climáticas da região.

Observações sobre esta notícia:

Conhecendo, como conheço, ao coronel aposentado Orleilson Guimarães (perene diretor do trânsito), a notícia repleta de platitudes partiu de seu empenho em propalar a Polícia Militar. Até porque, à repartição que então dirigia, competia esta obrigação. Tem mais, ele sabia fazer isso muito bem, possuía competência em falar ao microfone de qualquer emissora, em especial a de TV.
Duas notas para a história do Esquadrão: no primeiro momento, a comunidade do Dom Pedro aprovou a ideia, pois a unidade policial traria mais segurança ao bairro. Tanto que veio apoio incondicional até com doação de animais. No entanto, o espaçoso aquartelamento absorveu outras unidades da PM, tal descumprimento aborreceu os moradores vizinhos.
Os cavalos foram adquiridos no Rio Grande do Sul. E, para transportá-los para Manaus, foi montada uma operação original, supervisionada pelo então major Antonio Ferreira Lima (falecido há dois anos). Era um policial de vasta experiência com “beiçudos”.
Em 29 de abril de 1988, tomou posse o primeiro comandante – major Wilde Bentes, que foi comandante-geral e hoje empresta seu nome ao esquadrão.

Coronel Lustosa saúda o governador
Vivaldo Frota (mesmo jornal)
Três décadas depois, a Cavalaria perdeu grande poder de policiamento, pois há viaturas demais na corporação, capazes de adentrar qualquer local. O espaço vem sendo bem aproveitado para aplicação da equoterapia (tratamento com uso de cavalos).
Enfim, o coronel aposentado Pedro Rodrigues Lustosa, comandante-geral da PMAM (1988-89), foi o gestor desta empreitada. Conseguiu com o governo a verba necessária e junto à comunidade a área para a edificação.

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