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terça-feira, abril 17, 2018

GREVE DE ÔNIBUS

A paralisação do serviço de transporte coletivo sempre trouxe perturbação à população. Não é privilégio ou desconforto de nossos dias. Veja este tormento acontecido em 1954, descrito com bastante ênfase pelo Diário da Tarde, de 26 de janeiro. O vespertino pertencia à empresa Archer Pinto, que ainda fazia circular o matutino O Jornal.
A foto muito precária permite, no entanto, identificar a igreja dos Remédios ao fundo, e a construção à direita, que abrigava a Inspetoria de Trânsito, antecessora, e muito, do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), situada na esquina da rua José Paranaguá esquina da então praça Ribeiro Junior. Identificando por outra referência: atrás do Quartel da Polícia Militar, hoje Palacete Provincial.

Extraído do Diário da Tarde, Manaus, 26 janeiro 1954
  Sem aviso prévio, num verdadeiro acinte ao povo e às autoridades, os ônibus entraram em greve na manhã de hoje, enquanto seus proprietários, gente de prestígio nesta terra dos barés, dirigiram um ultimato ao Poder Público, exigindo, sob ameaces, o aumento das passagens. E o Poder Público, atemorizado, baixou a cabeça e cedeu, submetendo o povo, os pobres operários, a gente humilde dos bairros, ao sacrifício de ter de pagar o preço absurdo de Cr$ 1,50 por uma passagem num calhambeque.
No flagrante acima, os ônibus em greve, estacionados nas proximidades da Inspetoria do Tráfego Público, enquanto seus proprietários entregavam às autoridades a intimação, aguardando a capitulação, que se verificou horas depois, para tristeza do povo amazonense. (Foto Gleba).

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