CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quarta-feira, outubro 29, 2014

CLUBE DA MADRUGADA: 60 ANOS | 3




Página (18) da Revista1 do Madrugada, 1955

Ainda em nossos dias, outra robusta discussão se trava sobre a denominação do Clube da Madrugada (CM). Quanto ao período do dia escolhido não restam dúvidas. Os membros dessa congregação conversavam e debatiam preferencialmente sob a luz das estrelas e, entre distraídos e empolgados, alcançavam a antemanhã. E Clube? Porque indica associação, coletividade, grêmio e por aí a fora, ideia talentosa do inesquecível poeta Luiz Bacellar.

Tudo bem. Mas, qualquer clube merece ou exige regras básicas que possam disciplinar as atividades do grupo e de seus associados. No primeiro instante, tal burocracia foi escusada, um ano depois, porém, em franca expansão, o CM resolveu editar uma revista.

Novamente, em conversa vai e vem com o poeta Jorge Tufic, fundador e o grande cronista do Madrugada, aprendi bem mais. Indicou-me seu livro sobre os 30 anos desta associação, que ainda me orienta. De fato, ali encontrei a descrição sobre a primeira constituição, na verdade, seu Manifesto. E sua Revista.

Já tratei deste manifesto em postagem Madrugada1, de 22 de junho do ano passado, plagiando o título da revista. Revista que se tornou a “primeira e última”, em razão da crise financeira que assolava o cube, ou melhor, seus abnegados integrantes. Escreve o cronista mor que “projetos para novas edições” não faltaram. Faltaram foram os anúncios, a propaganda.

O ano de 1961, sob a direção de Aluísio Sampaio, tornou-se emblemático para o Madrugada. Em parceria com O Jornal, da empresa Archer Pinto, então o mais influente matutino estadual, o CM passou a publicar uma página na edição de domingo. Esse trabalho prosperou por mais de dez anos, oportunizando a publicação de inúmeros trabalhos do grupo. Não somente os trabalhos literários, o clube, com sua página e sua parceria, foi capaz de promover diversos eventos culturais, marcados por “duas feiras gigantes”, uma, na praça da Matriz, e outra, na Ponta Negra.

Este material, com as publicações do CM, segue reclamando sua recuperação, que saia do limbo e que, editadas e publicadas, possam servir a quantos estudiosos se debruçam sobre esse movimento literário, acontecido em Manaus.

Por ocasião do cinquentenário, em 2004, revirei essas páginas de O Jornal em busca de obras do falecido padre-poeta L. Ruas. Então conheci a extensão desses trabalhos e, agora, lamento não ter aprofundado minha colheita, catando mais e mais páginas, que a cada geração se valorizam e se tornam valiosas.

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