Arthur Reis, governador |
No início de 1965, a empresa de cinemas
A. Bernardino & Cia. Ltda., então dirigida por Aurélio Antunes, Adriano
Bernardino Filho (Adrianinho) e Mário Bernardino, adquire um terreno no boulevard
Amazonas (atual Álvaro Maia) esquina com a rua Ferreira Pena. Visando ampliar sua
cadeia cinematográfica, nele constrói uma sala de exibição, denominada de Palace, com capacidade para 400
espectadores.
A inauguração oficial
ocorreu em 18 de novembro do mesmo ano. Na manhã, o governador Arthur Cezar
Ferreira Reis (1906-1993), acompanhado da esposa, Graziela Reis, da imprensa, de
autoridades e dos proprietários do cinema, cortou a fita simbólica. Em seguida,
discursou o advogado da empresa, Dr. Joaquim Ferreira Marinho (1912-1972).
Em breves palavras,
entrega ao povo de Manaus um novo cinema e aproveita para revelar a motivação da
data de sua inauguração: “Nesse dia, se estivesse vivo, estaria completando
64 anos de existência o Sr. Adriano Bernardino, sócio-fundador da firma que
muito fez pelo seu progresso e bem estar” (O Jornal, 19 nov. 1965).
Prosseguindo o
cerimonial, a esposa do governador descerrou a placa de bronze afixada no salão
de espera, homenageando o fundador Adriano Bernardino (1901-1961). Arthur Reis,
aproveitando a solenidade, em breve discurso, afirmou que o Amazonas precisava
de obras de vulto como a que acabava de entregar ao povo amazonense, não
somente por particulares, mas também de parte do governo estadual.
Encerrando a festividade,
foi exibido o curta-metragem Roma em Madri, antecedido dos complementos A
Marinha descobre o Brasil; Aprendizes do mar; e AM-1, história de uma rodovia, produzidos por J. Borges
Filmes Ltda., além de um
complemento nacional de Herbert Richers. Para o visitante mais jovem,
complemento nacional nada mais era que uma espécie de documentário mostrando
ações do governo.
Convite da inauguração publicado em jornal |
Para o povo, a
inauguração ocorre às 20h, ao preço de Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros), com
distribuição para o público feminino da revista Grande Hotel, exibindo A Queda do Império Romano, superprodução
da Paramount, com os astros Sophia Loren, Stephen Boyd e James Mason. Conforme os
diários, após a inauguração desta sala, a direção da A. Bernardino estava cogitando
em construir outro cinema, projetado para o bairro de São Jorge. Este projeto,
infelizmente, não se concretizou.
No palco do Cine Palace também eram realizados shows,
como o realizado em 6 de novembro de 1966, quando houve a apresentação única do
cantor francês Jacques Sasson. Os cantores nacionais, Wanderléia, Jerry Adriani,
Wanderley Cardoso, Eduardo Araújo, Os Vips, Golden Boys, e outros da intitulada
Jovem Guarda, também encantaram o
público neste cinema.
Jornal do Commercio, 21 dez. 1966 |
No entanto, em 20 de
dezembro de 1966, cerca do meio-dia, forte chuva provocou o desabamento do
telhado do Cine Palace. O desastre assustou,
destruindo cadeiras da platéia e provocando uma imensa nuvem de poeira.
Felizmente, naquela hora, o prédio encontrava-se vazio. Em seu interior, apenas
os funcionários da limpeza, que trataram de escapar ao ouvir os primeiros
estalos da destruição. Por esses motivos, não houve registro de vítimas fatais.
Cessado o susto, o
prédio do Cine Palace permaneceu
fechado para reformas. Reabre em julho de 1967; ano da consolidação da Zona
Franca de Manaus. A partir daí, com as benesses oferecidas pela Zona Franca,
Manaus passa a se desenvolver mais rapidamente, assistindo a implantação das
primeiras fábricas que, em nossos dias, compõem o Distrito Industrial. (segue)
quero saber quem foi o dono do cine ideal e se ainda tem alguem dessa familia vivo e quem e p/fvor.
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