CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quarta-feira, janeiro 04, 2012

CINE PALACE (1965-1973) 1ª Parte


Arthur Reis, governador

No início de 1965, a empresa de cinemas A. Bernardino & Cia. Ltda., então dirigida por Aurélio Antunes, Adriano Bernardino Filho (Adrianinho) e Mário Bernardino, adquire um terreno no boulevard Amazonas (atual Álvaro Maia) esquina com a rua Ferreira Pena. Visando ampliar sua cadeia cinematográfica, nele constrói uma sala de exibição, denominada de Palace, com capacidade para 400 espectadores.
A inauguração oficial ocorreu em 18 de novembro do mesmo ano. Na manhã, o governador Arthur Cezar Ferreira Reis (1906-1993), acompanhado da esposa, Graziela Reis, da imprensa, de autoridades e dos proprietários do cinema, cortou a fita simbólica. Em seguida, discursou o advogado da empresa, Dr. Joaquim Ferreira Marinho (1912-1972).
Em breves palavras, entrega ao povo de Manaus um novo cinema e aproveita para revelar a motivação da data de sua inauguração: “Nesse dia, se estivesse vivo, estaria completando 64 anos de existência o Sr. Adriano Bernardino, sócio-fundador da firma que muito fez pelo seu progresso e bem estar” (O Jornal, 19 nov. 1965).
Prosseguindo o cerimonial, a esposa do governador descerrou a placa de bronze afixada no salão de espera, homenageando o fundador Adriano Bernardino (1901-1961). Arthur Reis, aproveitando a solenidade, em breve discurso, afirmou que o Amazonas precisava de obras de vulto como a que acabava de entregar ao povo amazonense, não somente por particulares, mas também de parte do governo estadual.
Encerrando a festividade, foi exibido o curta-metragem Roma em Madri, antecedido dos complementos A Marinha descobre o Brasil; Aprendizes do mar; e AM-1, história de uma rodovia, produzidos por J. Borges Filmes Ltda., além de um complemento nacional de Herbert Richers. Para o visitante mais jovem, complemento nacional nada mais era que uma espécie de documentário mostrando ações do governo.

Convite da inauguração publicado em jornal
Para o povo, a inauguração ocorre às 20h, ao preço de Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros), com distribuição para o público feminino da revista Grande Hotel, exibindo A Queda do Império Romano, superprodução da Paramount, com os astros Sophia Loren, Stephen Boyd e James Mason. Conforme os diários, após a inauguração desta sala, a direção da A. Bernardino estava cogitando em construir outro cinema, projetado para o bairro de São Jorge. Este projeto, infelizmente, não se concretizou. 
No palco do Cine Palace também eram realizados shows, como o realizado em 6 de novembro de 1966, quando houve a apresentação única do cantor francês Jacques Sasson. Os cantores nacionais, Wanderléia, Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Eduardo Araújo, Os Vips, Golden Boys, e outros da intitulada Jovem Guarda, também encantaram o público neste cinema.

Jornal do Commercio, 21 dez. 1966
No entanto, em 20 de dezembro de 1966, cerca do meio-dia, forte chuva provocou o desabamento do telhado do Cine Palace. O desastre assustou, destruindo cadeiras da platéia e provocando uma imensa nuvem de poeira. Felizmente, naquela hora, o prédio encontrava-se vazio. Em seu interior, apenas os funcionários da limpeza, que trataram de escapar ao ouvir os primeiros estalos da destruição. Por esses motivos, não houve registro de vítimas fatais.
Cessado o susto, o prédio do Cine Palace permaneceu fechado para reformas. Reabre em julho de 1967; ano da consolidação da Zona Franca de Manaus. A partir daí, com as benesses oferecidas pela Zona Franca, Manaus passa a se desenvolver mais rapidamente, assistindo a implantação das primeiras fábricas que, em nossos dias, compõem o Distrito Industrial. (segue)

Um comentário:

  1. quero saber quem foi o dono do cine ideal e se ainda tem alguem dessa familia vivo e quem e p/fvor.

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