A postagem deste domingo pertence ao Renato Mendonça, irmão de fé, camarada, que lembrou o Dia da Padroeira do Brasil em prosa e verso, e as Crianças, pelo seu dia.
A festividade de hoje sempre desperta uma curiosidade para saber por que o Dia das Crianças está no mesmo pacote de comemoração com o da Padroeira. O contexto histórico sempre nos facilita a ver como esses dias entraram nas nossas vidas. O Dia de Nossa Senhora Aparecida remonta ao século XVIII, em 1717, quando a santa foi encontrada por três pescadores no rio Paraíba do Sul, no Estado de São Paulo, próximo ao vilarejo de Guaratinguetá. Dezessete anos depois, foi construída a primeira capela no Morro dos Coqueiros, próximo ao local onde foi encontrada. E somente cem anos depois, em 1834, iniciou-se a construção da Igreja em Aparecida, onde hoje está situada a Basílica Velha.
Nesta Basílica, durante a comemoração do
jubileu dos 50 anos do dogma da Imaculada Conceição, em 1904, foi feita
a coroação da Santa, utilizando-se a coroa de ouro doada pela Princesa Isabel,
que, segundo a tradição, era uma fervorosa devota. Daí então passou a ser
considerada Rainha e Padroeira do Brasil. Mas, somente em 1930, após decreto do
Papa Pio XI, foi oficializada a cerimônia, que cinquenta anos depois passaria a
ser instituída como Feriado Nacional, após a visita do Papa João Paulo II ao
Brasil.
O Dia das Crianças precede a data do decreto
papal. Iniciou-se após o Congresso Sul-americano da Criança, no Rio de Janeiro,
então Capital Federal, em 1923, quando foram discutidas pautas de educação e
alimentação, principalmente. Talvez a incipiência do Estatuto da Criança e
Adolescente, criado por Lei em 1990. Um ano depois da realização do Congresso, o
Dia da Criança foi oficializado por decreto, mas sem ser considerado feriado.
Somente em meados da década de 1950, após uma campanha publicitária da fábrica
de brinquedos Estrela, iniciou-se a popularização do Dia das Crianças no
Brasil.
Sendo assim, vemos que não há nenhum conflito
de interesses nestas datas comemorativas. Pelo contrário, devemos juntar o
aspecto religioso de Aparecida ao aspecto lúdico das Crianças.
E Aparecida quer ser a mãe de todos os
brasileiros; quer abençoar e proteger não só devotos cheios de fé, mas
principalmente todos os futuros cidadãos e cidadãs do nosso porvir. Quer
retirar dos adultos incautos todas as mazelas sociais impostas nos últimos
anos, corrigir os desvios de condutas e comportamentos inescrupulosos; mostrar
à sociedade um caminho melhor para evitar os " becos-sem-saída "do
ódio, da discriminação, do desamor e da misoginia.
“Deixem que as crianças venham a mim e não
proíbam que elas façam isso, pois o Reino de Deus é das pessoas que são como
estas crianças” (Lucas 18:16-22). Este é, também, um dos mandamentos
adotados por Aparecida para prosseguir na evangelização do seu filho, Jesus.
Quer por questões de credo, carência de fé ou ceticismo, não há por que ignorar
a existência de Aparecida, ela é Maria!
Podemos fazer outras ilações sobre os desejos
de Aparecida. Ela deseja uma sociedade mais humana, mais solidária e mais
fraterna. Afinal, somos todos filhos dela. E devemos nos sentir honrados por
isso; para que essa maternidade possa nos aproximar dos nossos irmãos, criando
laços cada vez mais apertados entre nós, produzindo a unidade. Quando houver
alguma desavença, procure a reconciliação e exerça o sentimento do perdão, com
humildade e paciência.
Quanto às crianças, respeite-as e delibere para
exercerem também o respeito com os pais ou os mais velhos. Não há motivos para
deixar a educação para os canais de televisão ou as redes sociais. Nossos pais
e avós deixaram um legado fabuloso de educação familiar, basta fazer um upgrade
desses ensinos e melhorar o que já era bom.
Para finalizar esta minha simplória crônica, quero evocar sempre a importância da mãe de Jesus e, por extensão, a mãe nossa de cada dia. Fiquem na paz da mãe de Deus!
APARECIDA
Tudo começou em 1717, pescadores e um rio./ Eram três, em Guaratinguetá, Domingos, Felipe e João,/ Na rede apenas uma imagem terracota, mas peixe não!/ Um susto, uma mulher sem cabeça, negra feito um tizio.
Continuaram a pesca para esquecer o desvario,/ Agora, a cabeça, somente ela, tudo em vão!/ Pensaram abandonar a pesca, por pura frustração,/ Um deles, com fé, pediu a Deus um adjutório.
E com a imagem completa, algo novo se sucedeu,/ A confiança encontrou morada em seus corações./ Surpresos, viram a rede repleta, venturosa lida
Faltou espaço em suas canoas, o milagre aconteceu./ Nasce a santa para reger todas as nossas ações,/ Torna-se a Padroeira, Senhora da Conceição Aparecida!