CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

terça-feira, julho 15, 2025

DIRETOR DO DETRAN

 O então major Osório Fonseca havia inaugurado a Companhia de Trânsito da Polícia Militar, em 1972, e, ao ser exonerado, foi nomeado diretor do Departamento de Trânsito. Escrevi em outra postagem que o colega havia trocado o uniforme, agora de paletó e gravata, e o local de trabalho. As duas repartições eram contíguas, o Detran ocupava um prédio na esquina da rua José Paranaguá com a Floriano Peixoto, edificação ainda de pé, porém, pertencente à empresa de eletrônicos Ramson’s.  Era um tempo de organização do trânsito em Manaus, daí o motivo do encontro descrito pelo Jornal do Commercio (23 julho 1975).

 

Recorte do diário

O major Osório Fonseca (foto) manterá hoje importante reunião com os proprietários de empresas dos transportes coletivos de Manaus, afim de serem fixados os novos pontos de estacionamentos dos ônibus e os itinerários desses coletivos. O DETRAN, atendendo solicitação da Prefeitura, está enfrentando o sério problema e, segundo se anuncia oficiosamente, até o dia 28 o assunto estará definitivamente resolvido.

Também a nova sinalização das ruas da cidade está em estudos, bem como a maneira de proporcionar aos usuários dos ônibus melhor tratamento por parte das empresas concessionárias desses serviços públicos.

Do encontro de hoje com os donos das empresas de ônibus deverá sair um esboço das definições a serem posteriormente adotadas pelo DETRAN e pela Municipalidade.


domingo, julho 13, 2025

POEMA DOMINICAL DO "POETA DO AZUL"

Conhecido na literatura amazonense como o Poeta do Azul, Ernesto Pennafort certamente iniciou suas composições bem antes dos primeiros livros, marcados por essa tonalidade. Talvez seja o caso do poema de sua autoria, que ilustra a postagem dominical, foi publicado há 70 anos. Aconteceu no diário A Gazeta, edição de 23 de agosto de 1955. 


EMPÁFIA

ERNESTO PENNAFORT

(Do Grêmio Cultural JUVENTUDE MODERNA)

 

És •mulher, és formosa, és fascinante,

Em teu corpo há belezas e esplendores,

Teu sorriso é sempre algo deslumbrante

És como Citera, a Ilha dos Amores...

Ao te olhar, certo estou, diria Dante:

“Tens o perfume das mais lindas flores,

A meiguice do canto exuberante

De um pássaro de penas multicores...”

Mas não te julgues deusa, isso é quimera,

Porque não são as flores mais bonitas

-- Segundo um sábio de longínquas eras –

          Que exalam os aromas mais suaves,

E nem aquele que melhor gorgita

A mais vistosa de todas as aves.

sábado, julho 12, 2025

CORPO DE BOMBEIROS DO AMAZONAS (1876-2025)

Ontem, o Corpo de Bombeiros do Amazonas festejou a data de sua criação. No próximo ano será o jubileu do Sesquicentenário. Já escrevi páginas e páginas, que agrupadas constituem o livro Bombeiros do Amazonas: retrospectiva 1897-1998 (2013). Dessa sorte, para festejar a véspera do jubileu vou me limitar a expor algumas fotos, que considero relevantes na trajetória do grupamento dos “homens e mulheres do fogo” no Amazonas, agradecendo cordialmente ao Carlos Navarro, mestre da Fotografia em Manaus, autor dos registros.

FFOOGGOO!! 





    

quarta-feira, julho 09, 2025

PLÍNIO RAMOS COELHO (1920-2001)

O governador Plínio Coelho (1920-2001) cumpria o segundo mandato no Palácio Rio Negro, quando o Governo Militar (1964-1985) cassou seu mandato. Era início de março de 64, portanto, a mudança de regime estava em processamento. Plínio era conhecido como atirador de elite. A participação dele nesse certame ocorreu por este detalhe, não por se tratar do mandatário do Estado. A Gazeta (09 março 1964), apesar de mencionar outra foto, falhou.

Recorte de A Gazeta, 9 março 1964

 O governador Plinio Coelho foi a principal atração das provas de tiro ao alvo realizadas na manhã de ontem, no “stand” do 27 Batalhão de Caçadores, sob o patrocínio do Balalaika Clube, que na oportunidade cumpria mais um ano de fundação.

Ao lado do Chefe do Executivo amazonense (visto na gravura à direita em um momento de grande sensação da competição) alinharam-se outros grandes nomes do esporte de tiro ao alvo em Manaus.

No outro clichê, aparecem os vencedores das provas: Adelson Veras, Tenente Cavalcante, Helena Marques Jezzini e Francisco Santana. O governador ficou entusiasmado com a organização do torneio, havendo prometido dar integral apoio à realização dos vindouros, dos quais o mais próximo ocorrerá a 21 de abril, em homenagem a Tiradentes. A presença do titular do Palácio Rio Negro na competição foi recebida com aplausos.

segunda-feira, julho 07, 2025

PALÁCIO DO RÁDIO - MANAUS

 Até a metade do século passado, as moradias no centro de Manaus utilizavam casas, com uma só exceção, o IAPETEC (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Empregados em Transportes de Cargas). O prédio, inaugurado em 1953, exibiu o primeiro elevador da cidade, porém, possuía uso misto, com salas comerciais e pequenos apartamentos, além da sede do próprio instituto. Somente dez anos depois, em 1964, surgiu um prédio de mesma altura do mencionado, com uma característica: exclusivamente de apartamentos. Trata-se do Palácio do Rádio, construído na avenida Getúlio Vargas, que ainda hoje pode ser observado; veja a foto que ilustra a postagem.



Recorte de A Gazeta, 10 jan 1964

A foto e a legenda sobre a inauguração do Palácio compartilhei de A Gazeta (10 janeiro 1964). 
 
Placa indicativa no prédio


UM EDIFÍCIO À ALTURA DO PROGRESSO DA CIDADE --

A fachada do edifício é, sem dúvida, uma das mais lindas que a cidade conhece. Executada em painel de madeira de lei envernizada, empresta beleza e graça ao conjunto. Fica na mais larga avenida da cidade — a Getúlio Vargas —, com vinte apartamentos, todos de frente para o nascente, cada um deles com sala-de-estar, três dormitórios, varanda, banheiro social, “hall”, copa e cozinha, quarto de empregada, banheiro de empregada e área de serviço.

Tem o privilégio de ficar próximo aos Grupos Escolares “Barão do Rio Branco” e “Saldanha Marinho”, ao Colégio Estadual do Amazonas, do Instituto Santa Dorotéia, do Ginásio Brasileiro, do hospital da Beneficente, do posto de serviço de automóveis “Nosso Posto”, do Teatro Amazonas, da igreja de São Sebastião e dos cinemas “Politeama” e “Guarani”.

Elevadores, social e de serviço, já instalados. Tem incinerador de lixo, para-raios, tomadas de telefone, rádio e TV, com válvulas de segurança, serviço preventivo contra incêndio e ainda duas caixas d’água. No térreo existem duas lojas.

Foto deste dia, obstruída pelas árvores


domingo, julho 06, 2025

POEMA PARA O DOMINGO

 

De novo, não encontrei dados sobre o autor desse poema – Osório Honda. Sigo buscando. Tudo quanto posso informar é que a peça foi escrita em 1956, mas, somente publicada em O Jornal, de 30 de maio de 1965. Acaba de festejar os sessentanos!




sábado, julho 05, 2025

BOCA DO IMBOCA - 1965

 

Raro há de análogo entre as duas fotos, que foram tomadas em idêntico ângulo, porém, defasadas em 60 anos. Hoje, restam tão-somente os resquícios da usina de óleos naturais, cujo prédio abriga a Creche Municipal “Madalena Arce Daou”, uma homenagem póstuma à esposa de Phillipe Daou, falecido fundador da TV Amazonas. No mais, carro, postes de energia e as casas da Boca e as “bocadas” deram lugar ao asfalto, ao lixo orgânico e humano debaixo da ponte e outras degradações.

Fotos em cores desta data


Publicação do Jornal do Commercio, de 19 setembro 1965

A “Boca do Imboca” abria a rua São João que, adiante, ao topar o Grupo Escolar Leopoldo Neves, se inclinava para a direita e tomava o nome deste ex-governador, adiante, em nova curva à direita e tendo como referência o clube Guanabara, mudava para rua Branco Silva, até seu término na av. Presidente Kennedy.

Ao professor Aguinaldo Figueredo, nascido e criado no pedaço, de quem solicito suprimento sobre a “Boca”. 

Boca do Imboca 

Na administração Vinícius Conrado não há bairros privilegiados. Entendendo que foi eleito para governar a capital do Estado, o chefe comunal não limita sua atividade a tal ou qual área, e abre frentes de trabalho sempre onde há necessidade. É este o princípio que adota, e em consequência, toda Manaus é beneficiada igualmente. Seja no cumprimento da simples, mas importante Operação “Tapa Buraco”, seja no calcetamento de ruas nunca antes olhadas, vai assim o prefeito Vinícius Conrado deixando seu nome ligado ao processo de embelezamento e urbanização da capital, sendo o aspecto fixado pelo clichê um exemplo: trata-se da entrada do bairro de Santa Luzia, que agora está sendo calcetada inteiramente.

sexta-feira, julho 04, 2025

LORD HOTEL MANAUS: 60 ANOS

 

Prestes a completar 60 anos desde sua inauguração em 1965, o Lord Hotel encontra-se desativado, as portas cerradas, impossibilitando qualquer movimento interno, assim o tenho visto. Apesar desse estado, li na internet que diversos sites de turismo ainda vendem hospedagem no Lord Manaus. São as amarguras do comércio. Que esta postagem recolhida do Jornal do Commercio (9 outubro 1965) sirva de grata recordação, de quando Manaus era um atrativo para as compras.

Recorte do Jornal do Commercio, 9.10.1965

 Novo “Lord Hotel”: Imponência e Beleza

Manaus possui, desde às 18 horas de ontem, mais um confortável e moderno hotel, sendo este o “Lord Hotel Ltda.”, de propriedade do sr. David José Tadros, edificado na esquina das ruas Marcílio Dias com Quintino Bocaiuva, tendo comparecido ao ato inauguratório, além de elementos de destaque das classes sociais da produção, conservadoras, hoteleiras, comércio e indústria, secretários de Estado e pessoas gradas, o governador do Estado, prof. Arthur Cézar Ferreira Reis, acompanhado de sua digna esposa, dona Graziela Reis, e a senhorita Maria Raquel Andrade, Miss Brasil 1965.

Cortou a fita simbólica, inaugurando o “Lord Hotel Ltda.” a primeira dama do Estado. sra. Graziela Reis, cabendo ao padre Jorge Normando, representando dom João de Souza Lima, dar a benção às instalações do novo Hotel. Falaram na ocasião o dr. José Lindoso, dizendo da satisfação do comerciante David José Tadros em entregar o novo e moderno Hotel ao povo, contribuindo para o progresso do Amazonas, e o governador Arthur Reis, que enalteceu o gigantesco empreendimento, que é a honra do nosso Estado, e que muito contribuirá para o progresso no campo de turismo.

Aos presentes foram servidos frios, quentes e gelados e todos ficaram maravilhados com as instalações do Lord Hotel Ltda., que possui 53 apartamentos, sendo trinta com ar refrigerado e cinco de luxo.

Nas fotos vemos, à esquerda, um ângulo do Lord Hotel Ltda., à direita, em cima, dona Graziela Reis cortando a fita simbólica, inaugurando o novo e moderno hotel; e, embaixo, o governador Arthur Reis cumprimentando o sr. David José Tadros proprietário do Lord Hotel Ltda., aparecendo, ao fundo, a encantadora Maria Raquel Andrade, Miss Brasil 65. (Fotos de J. Batista).

quarta-feira, julho 02, 2025

ANTONIO CARLOS VILLAÇA (1928-2005)

 

Quando em 2004 iniciei as pesquisas sobre a produção literária do padre-poeta L. Ruas (1931-2000), foi-me indicado pelo amigo comum, poeta Elson Farias, um livro de Antonio Carlos Villaça (1928-2005). “O Nariz do Morto” era o livro contendo uma referência ao Ruas, que foi colega de Villaça no seminário do Rio Comprido, em 1953. Entusiasmado, consegui conversar com o Villaça pelo telefone. Um único bate-papo. Vinte anos depois, pouco recordo de nosso papo, mas me ficou gravado o entusiasmo que ele possuía pelo “Ruas, de Manaus, um moreno inteligente, líder nato, falava muito bem mesmo, como poucos ouvi até hoje”.

Antonio C. Villaça (1928-2005)

Em janeiro do ano seguinte, lendo a coluna de Carlos Heitor Cony circulada em A Crítica, soube do fim de Antonio Carlos Villaça. E, passadas duas décadas, o texto vai postado em homenagem ao morto e ao seu colega, o falecido L. Ruas.

 

Detalhe da coluna, em A Crítica,
07 junho 2005

Antônio Carlos Vilaça

RIO DE JANEIRO - E assim mesmo. Morreu Antônio Carlos Vilaça, no sábado, 28 de maio. Apenas uma pequena informação, na seção dos anúncios fúnebres, noticiando o seu falecimento, providência de anónimos que o admiravam. Estava abrigado no asilo São Luís, destinado a idosos sem família e sem recursos, em fase de doença terminal. Durante algum tempo, por iniciativa de Marcos Almir Madeira, ocupava um quarto na sede do PEN Club do Brasil. Com a morte de Madeira, acho que foi despejado e foi parar num asilo. Vilaça escreveu uma obra-prima, “O Nariz do Morto”, que foi saudado pela crítica como ponto alto de nossa memorialística, colocado acima de Joaquim Nabuco, de Gilberto Amado e de Pedro Nava.

Na realidade, escrevia melhor do que todos eles, tivera apenas uma existência mais modesta, nada de espetacular em sua vida. Ganhou a mais alta láurea da nossa literatura, o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, que já premiou Guimarães Rosa, Rachel de Queiroz, Gilberto Freyre, Fernando Sabino e, neste ano, premiará Ferreira Gullar.

Poucos escreveram tão bem, tão limpamente e tão profundamente. Conhecia a literatura universal como um ‘scholar’, sabia de cor trechos e mais trechos dos clássicos, de Homero e Juan Rulfo.

Mas seu grande assunto era a santidade que não encontrou nas diversas ordens religiosas em que foi buscar o caminho não para se tornar santo, mas para entender a santidade dos outros. Fez noviciado entre jesuítas, dominicanos, beneditinos, buscou diversas ordens monásticas e até mesmo o sacerdócio secular. Na solidão, o grande crente parece que se tornou descrente de tudo.

A doença deformou-o, mas não afetou a sua lucidez, a ânsia de entender o homem. Morreu só. Se existe um céu, seja lá de que religião for, Vilaça estará nele, pela sua alegria e pelo seu sofrimento.

terça-feira, julho 01, 2025

HORA DA MERENDA: 1964

 

Hoje em dia, as bancas de venda de doces e guloseimas estão por toda a cidade, de forma que foi difícil encontrar uma correspondência exata com a publicação do jornal A Gazeta, que destacava essas particularidades na coluna Manaus em Foto. Expressões como “entala gato”, “morte lenta” e outros apelidos bem característicos foram usados por décadas, até que deixamos de chamar de “merenda” e passamos a usar o termo “lanche”, ... então, tudo mudou. A banca que aparece na foto servia à praça Tenreiro Aranha, na ilharga do antigo Hotel Amazonas. 

Recorte de A Gazeta, edição de 05 março 1964

UM “ENTALA GATO” MUITO CONCORRIDO

 

A fome dói, é coisa que todos sabem, por mais que seja bem-nascido. Quando vem aquele vazio no estômago, o jeito é desapertar.  E o bolo-de-macaxeira vem a propósito, pelas três da tarde, ou mais. Hora de merenda de quem trabalha e só pode “dar um pulinho”. Uns chamam de “entala gato”, outros de “comeu, morreu” ou “morte lenta” e mais nomes que [não] ocorrem no momento. Mas todos compram e se deliciam, que de fato é gostoso, bem feitinho, servindo até pra levar pra casa, num embrulhinho, pra completar a janta. (...)

Até o “bolo podre” também tem vez, como outras guloseimas. Tem freguesia certa e até selecionada. Fazem fila para comprar e, não raro, encosta um carro, de placa particular, pra uma compra ligeira.

O negócio vai aumentando e os compradores também. Todas as tardes o vendedor se estabelece, porque tem competência, na Teodureto Souto, pertinho da praça ao lado do Hotel Amazonas. E dizem que até turista estrangeiro, pra variar, ali comparece de quando em vez. Os graciosos chamam de entulho e lembram que o melhor tempero é a fome. Mas todos gostam e voltam.

domingo, junho 29, 2025

DIA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

Certamente, no dia em que nasceu seu terceiro filho, nosso pai - Manuel - deve ter se recordado sendo consumado católico da determinação do Mestre: “Tu es Petrus”. Assim foi batizado – Pedro Renato, que hoje completa 74 anos de idade. Nascido no consagrado bairro de Educandos, passou pelo Colégio Estadual do Amazonas e, depois do serviço militar, no qual obteve o terceiro lugar da turma de NPOR/72, desembarcou em Santos-SP, onde aproveitou. Vou parar aqui, senão estrago o filme. Parte do roteiro conta ele nesta crônica de aniversariante. A Igreja, apesar de nominar Paulo como santo do dia, efetua manifestação mínima, afinal Pedro é a pedra.

Ad multos annos, mano, recordando o linguajar seminarístico, do São José, deixado pro gran finale, onde seguramente aprendemos concretas lições para a vida.

Pedro Renato, de vermelho, abraça nosso pai Manuel

AINDA ESTOU AQUI

29.06.2025

Renato Mendonça (1951-)

 

Ao iniciar esta crônica, que faço a cada aniversário, fui orientado pela inteligência artificial para que o título fosse alterado para “continuo aqui”, pois considerou a forma uma expressão prolixa. Não acatei, pois a expressão usada carrega, na sua essência, um valor simbólico. Mas não descarto a utilidade dessa ferramenta aos usuários de qualquer natureza. No entanto, percebo que há uma superficialidade na sugestão da escrita, assim como falta sensibilidade para a escolha semântica dos termos. Cabe ao cronista deixar fluir para o papel a emoção não artificial, genuína, mormente nesta data, quando obrigatoriamente fazemos uma reflexão da vida.

Nesse instante de contemplação, percebo que estou revisitando memórias. Cada ano que passa carrega um pedaço do nosso mundo, e o ato de estar aqui, nesta data, com tantas histórias vividas, é em si uma celebração, um júbilo. Olho pela janela do trem da vida e encontro fragmentos que me moldaram, instantes que me elevaram o espírito e os desafios que me ensinaram a resiliência. É como se o tempo, ao invés de ser apenas um inimigo implacável a me sugar o vigor físico, fosse também um amigo sábio que, com as bênçãos de Deus, incitou-me a valorizar as verdades que floresceram a cada dia.

Quando ultrapassamos a barreira dos setenta, parece que o tempo anda mais apressado. Por vezes, me ocorre conversar com ele e questionar a sua relatividade, como nos propõe o famoso cientista Albert Einstein. E fico pasmo analisando o seu postulado ao dizer que o passado, o presente e o futuro são apenas ilusões persistentes, sendo assim criações da nossa mente. Sem nenhuma surpresa, ele me diz que somos ínfimos ao explanar sobre a grandeza temporal e espacial infinita do Universo; estima-se o tempo de existência em quatorze bilhões de anos, e a dimensão — praticamente incomensurável — só é medida em anos-luz.

Há quinze anos escrevi uma crônica, O Segredo da Vida, falando dessa incomensurabilidade do tempo, uma dimensão infinita que apenas é perceptível pela grandeza da nossa imaginação. Nessa narrativa, resgato a analogia do tempo do Cosmos com uma partida de futebol de noventa minutos. Ao compararmos o aparecimento do homem na Terra com a idade do Cosmos, o ciclo da vida humana só dura algo em torno de um décimo de segundo, desprezível.

Quanto à dimensão, também estamos aqui, fazendo parte de uma galáxia tão imensa que o homem, mesmo se tivesse recursos para viajar à velocidade da luz, jamais teria tempo de se deslocar para conhecer outros mundos. Assim, devemos nos resignar dentro da nossa ínfima porção universal, e procurar viver o que está ao nosso alcance ou o que nos rodeia. Aproveitar tudo o que Deus nos oferece para viajar para dentro de nós mesmos, tentando aprimorar a beleza espiritual; viajar também em direção ao nosso semelhante para tentar conhecê-lo melhor e promover o amor oblativo. 

Nessa longa caminhada, não deixei escapar nada que nos fosse benfazejo, como um dedicado aprendiz; não desmereci nenhuma manifestação de amor e valorizei cada gesto de carinho recebido; extirpei todos os rancores da mente, arranquei-os do coração sem o ferir nem o deixar sangrar por nenhuma forma de dor. Acho que Deus me deu uma certa imunidade quando tirou minha mãe tão precoce; hoje, sou um homem resignado e entendo que tudo estava dentro dos planos divinos. Mesmo assim, ainda retenho comigo a devoção por esta santa que me deu à luz do mundo, para quem dedico também o meu aniversário. E é muito gratificante conversar com Deus, através do rosto de uma mulher; é mais emblemático quando esta mulher é a sua mãe.

Nesta data, neste septuagésimo quarto Dia de São Pedro em minha vida — sem contar o dia em que nasci —, quereria recordar, na verdade, um ano radiante e jubiloso, 1974. O decurso da idade me traz de volta essa memória. Eu estava vivendo a porção primaveril da minha idade adulta; estava feliz com a conquista do primeiro emprego fixo, justamente na maior estatal do país, a Petrobrás. Depois de um ano que havia me habilitado como motorista, consegui comprar meu primeiro carro, um fusca ano 71, cor azul-pavão. Não gostava muito das letras contidas na placa, WC 3919, talvez porque a sigla em inglês significa “banheiro”, mas me identificava muito com o ano e a cor do carro.

A cidade de Santos, onde eu morava e trabalhava, me acolheu como um turista fascinado e mostrou-me a exuberância de sua orla marítima. E as praias tinham uma vasta extensão de areia que propiciava a prática do futebol nos finais de semana. Isso me deixava em plena forma, física e espiritual, que aliada à juventude dos 23 anos, transformava-me num atleta amador. E aconteceu que a Copa do Mundo daquele ano fez surgir no cenário futebolístico o “carrossel holandês”, nos apresentando exímios jogadores a recriar uma visão romântica do futebol. Uma estratégia dinâmica de jogo, onde os jogadores se movimentavam aleatoriamente sem guardar posição fixa. Esse esquema de jogo deu certo em quase todos os jogos, só falhando no jogo final. Uma pena! Mas, com a aposentadoria de Pelé, o jogador da Holanda, Cruyff, tornava-se um novo astro do futebol. Era o símbolo vivo daquela seleção. Por ele, eu nutria uma profunda admiração e me espelhava no seu comportamento em campo.

Um grupo de trabalhadores da construção civil, do meu sítio de trabalho, convidou-me para participar de um jogo de futebol num domingo do mês de julho, após a realização da Copa. Eles não sabiam se eu teria alguma habilidade como jogador, nem desconfiavam, pois me viam apenas como um assistente técnico envolvido na área de projetos. Entretanto, eu tinha bastante interatividade com eles, o que é normal quando se trabalha na indústria de petróleo.

E ocorreu que me convidaram para participar do “segundo quadro”, uma espécie de jogo preliminar. Naturalmente, o “primeiro quadro” jogaria logo depois, composto com os jogadores mais habilidosos e mais raçudos, mais “cascudos”, como se diz na gíria do futebol. Quando acabei de jogar o primeiro tempo do jogo preliminar, o técnico do time pediu que eu descansasse para jogar no primeiro quadro. “Fominha de bola”, não aceitei e garanti que tinha fôlego para jogar também o próximo. Consegui jogar bem, inspirado no craque e maestro holandês, três tempos dos dois quadros e saí elogiado pela minha desenvoltura em campo, marcando gols e correndo feito um velocista de curta distância. E para corroborar a minha atuação em campo, logo depois do jogo, o técnico me convidou para fazer parte do time de futebol que ele administrava, o Esporte Clube São Bento, e me trouxe, na semana seguinte, uma credencial de sócio atleta, que ainda guardo com todo carinho. Assim, foi um jogo memorável — inesquecível mesmo após cinquenta anos — de um jovem com a rebeldia dos cabelos longos e isento de consciência política, embora vivêssemos os “anos de chumbo” dos governos militares no Brasil. Naquela época, eu queria mesmo era trabalhar e jogar futebol. Duas paixões que se uniam visceralmente na minha solteirice.

Agora, depois de tantos anos, olho novamente pela janela e vejo o futuro. É apenas o futuro, sem grandes aspirações, com grandes preocupações com a saúde e buscando viver as verdades de Deus a cada dia. Desejando que o Amor nunca me abandone, para poder exprimir sempre o sentimento de gratidão; encantar-me com a beleza humana e a presença do Criador na natureza. O meu espírito ainda se ilude com a mágica do tempo e pensa que está jovem. É uma boa conduta, que eleva a autoestima e nos deixa aptos — não gosto dos clichês, mas vou usar — para novos desafios.

Sendo assim, o importante é manter a jovialidade do espírito, não por sabedoria artificial, mas por acreditar que isso possa ser congregado com boas ações, com atitudes honradas e ajuda aos necessitados e doentes, evocando sempre a alegria e fomentando a paz.  Desejo, ainda, manter a cognição intacta, para recordar os bons momentos vividos e possa discernir, nesse momento especial de comemoração, que ainda estou aqui completando essa belíssima missão de viver. 

Post Scriptum – O título da crônica faz referência ao belíssimo filme dirigido por Walter Salles, que recebeu o Oscar de “Melhor Filme Internacional” em 2024. Este filme aborda as ações autoritárias dos regimes militares no Brasil, especialmente os eventos relacionados ao sequestro, tortura e assassinato do ex-deputado Rubens Paiva em 1971.    

terça-feira, junho 24, 2025

PATRONATO "SANTA TERESINHA"

 A presente postagem vem do diário A Gazeta que, em 10 de março de 1964, publicou a foto com ampla legenda do Patronato Santa Teresinha. Incapaz de afirmar todo o trabalho da Congregação Salesiana em Manaus, deixou-nos, contudo, um registro competente sobre este trabalho. A respeito deste empreendimento, recolhi do livro "De Tupan a Cristo", comemorando o jubileu de prata dos salesianos na Amazônia, o texto que segue: 

    O nome de Álvaro Maia, que vem honrar a primeira turma de normalistas                 formada no ano passado naquele instituto, afirma a gratidão que os     Salesianos e as Filhas de Maria Auxiliadora lhe devem como a um dedicado amigo e protetor.  Mas, o que melhor ainda atesta a amizade de Álvaro Maia, é o Patronato Santa Teresinha de Cachoeirinha [inaugurado em 1936], que é incontestavelmente a melhor obra de assistência feminina gratuita de todo o Norte do Brasil. (...)

Aproveito, ainda, para externar minha opinião sobre o Patronato, de quem passa diariamente nos horários escolares: vejo um fluxo muito pequeno de alunos deste colégio, as janelas sempre fechadas, o edifício talvez precisando se adaptar aos novos requisitos escolares.    

Recorte de A Gazeta, 10 março 1964, com a legenda transcrita abaixo


MAIS DE MEIO SÉCULO DE VITÓRIAS

O terreno era baldio, existindo na esquina uma velha casa, assobradada, salvo engano de propriedade do sr. Sátiro Marinho. A casa estava abandonada e um dia, para surpresa dos moradores das redondezas, ali surgiram umas freiras – mais precisamente: duas – anunciando que iam ensinar catecismo às meninas e construir um colégio. Eram Irmãs da Congregação Salesiana, vindas do Colégio N. S. Auxiliadora. Apareciam apenas aos domingos, ensinando catecismo. Na sala da frente da velha casa ergueram um altar dedicado à Santa Teresinha do Menino Jesus, onde o saudoso padre Lourenço Gatti, aos domingos, celebrava a Santa Missa. A casa assobradada foi sofrendo reformas e adaptações, e surgiu o colégio com aulas de ensino primário e prendas domesticas.

As duas freiras que por primeiro ali chegaram – Irmãs Glória e Margarida – foram substituídas, surgindo a figura firme e progressista da sempre lembrada Irmã Michelina Nokki, para erguer de fato o Patronato Profissional “Santa Teresinha”, dando novas esperanças e um futuro mais promissor a centenas de moças e crianças não apenas das ruas circunvizinhas, mas, também, de Educandos, Praça 14 e Cachoeirinha.

A obra das irmãs salesianas, de monsenhor Pedro Massa (preferimos chama-lo assim, que lembra melhor a grandeza de sua luta), foi crescendo e se tornando grandiosa. Mais de vinte e cinco anos são decorridos, da velha casa apenas resta a recordação para alguns, porque esse monumento do saber e cultura, de bondade e sacrifício, de abnegação e coragem tomou o lugar. Desde o Jardim da Infância – modelo até o ginásio industrial, tudo de graça, dando almoço e jantar a mais de 500 pessoas. O que aparece na foto nada é em comparação com o que existe lá por dentro, outros edifícios, a majestosa Igreja, o Museu Etnológico. Recordando nomes como da Irmã Luizinha, que recentemente deixou a direção do Patronato para ir empregar seu dinamismo, sua coragem e força de vontade em local onde se faz mais necessária. Este, leitores, é o Patronato “Santa Teresinha”, que caberia melhor numa ampla reportagem.


domingo, junho 22, 2025

POEMA PARA O DOMINGO

 O  poema deste domingo pertence à obra poética de Américo Antony (1895-1958). Tudo quanto aprendi sobre este poeta é que ele produziu número respeitável de poemas, publicados em jornais e revistas, e somente um livro: Os sonetos das Flores (em segunda edição pela Valer, 1998). Para ilustrar esta postagem recorri aos especialistas de nossa cidade, e nada sobre Antony. Desse modo, consulto o Dicionário Biográfico dos Acadêmicos Imortais do Amazonas, do saudoso Almir Diniz (2002), dispondo de notas biográficas costumeiras. “O poeta que pertenceu também ao IGHA (Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas) deixou publicado apenas um livro (...). E alguns inéditos – A Alma das árvores; Crisóis; Cromos Amazônicos; e Canções Perdidas. São famosos vários sonetos e outros poemas (A Fonte; Canção Campestre; Nova Messe; Manoa; Conory)”. Seu nome crisma a biblioteca da Fundação Doutor Thomas.

Recorte de O Jornal, 20 março 1946
 

A ÁGUA

-- I –

A Água, — uma serpente de cristal,

Faz-se em canais, em golfos, em caudais,

Em espelhos sobre o mar, e no canal

Paisagens de verão, frios hibernais...

 

Brincos em cada estema ao capinzal,

De ouro e diamante, — Aljôfares reais —

De um príncipe invisível, do ideal,

vozes da cor, do encanto dos cristais...

 

Mas, quando a água ferida em seu percurso,

Represada se infiltra, e um só recurso

Vê nas prisões da rocha, em fonte escura,

 

Chora as lágrimas claras do passado,

As emoções do seu cristal fechado

Na pensativa Selva que murmura.

-- II –

A Água, — a plasmadora das visões

Cristalinas da Selva, e do Universo!

Em reentrâncias de golfo, e nos grotões,

Animando o esplendor de um lindo verso!

 

Cambiar de perspectivas tão diverso!

Ânimo e sol da sombra aos corações,

Exuberância de um vergel disperso,

Voz do penhasco em córregos, canções...

 

Lagoa alegre e pântano sombrio...

Atmosfera e oceano, lago e rio...

Brejo e igapó... ânfora em solidão...

 

Chuva! transmigração da Água à alva nuvem,

E dela à terra, arco-íris de onde pluvem

Olhos de Deus nos prantos da Ilusão!


sábado, junho 21, 2025

GAROTOS DE ANTEONTEM

 Não tenho muito a acrescentar à legenda sobre os garotos, que buscavam, como buscam os nossos hoje, sucesso no futebol. Apenas que eles nos parecem treinar sem utilizar qualquer equipamento do esporte, apenas um calção e os pés descalços. Qual deles venceu, não há registro, salvo se um deles, aos 70 ou mais anos, reconhecer a turma. Torço que aconteça, pois o registro foi postado em A Gazeta, edição de 18 de março de 1964.

Jornal A Gazeta, 18 março 1964

 COMO SÃO BELOS OS DIAS DO DESPONTAR DA EXISTÊNCIA

Embora não corram pelas campinas, atrás de borboletas azuis, ainda andam de pés descalços, braços nus, principalmente quando chega a hora da pelada. Aí, cada um deles se sente um Pelé, Garrincha ou Nilton Santos em potencial. Para ser Gilmar, só na torcida, que jogar no gol ninguém quer, isto aí todos nós fizemos em nossos tempos de meninice, sem direito, porém, a retrato no jornal, que certamente será guardado para, na posteridade, lembrar os companheiros, com seus apelidos divertidos.

E estão na gravura, numa pose especial para “A Cidade em Foto”: Cobra, Amarelão, Nato, Colorau, Cabeção, Torpedo, Léo, Casqueta, Pé- chato, Mucura, Coelho e Tá-tá-tá.

O futuro, para todos eles, é uma incógnita, mas, enquanto isto, se divertem no campinho da sede do Nacional e se sentem uns futuros heróis dos gramados, quase uns campeões do mundo. Nada de nome completo com filiação e outras identidades. O gostoso é guardar os apelidos, para relembrar depois, quando forem grandes e tiverem vencido na vida. Com muitas saudades destes tempos ditosos que passarão céleres.  

quinta-feira, junho 19, 2025

MENINO, PAPAGAIO E FUSCA

 A tarde deste feriado religioso – Corpus Christi – estava propícia à prática de empinar papagaio de papel, que o modernismo trocou para pipa. Sol exuberante desde a manhã. Ao ler esta legenda revi minha meninice no bairro, repetindo mentalmente a escala de tarefas até levantar o “famão”. E relembrei outros fatos, um deles veio de pronto à memória, a presença de seu Manoel ao lado dos filhos, meu pai era exímio empinador de papagaio. Chega, mas não esqueça de anotar a placa do Fusca. Deixo aos aficionados, novos e velhos, a postagem publicada há 60 anos no diário A Gazeta (24 março 1964).

A Gazeta, 24 março 1964

UM “FAMÃO” SEMPRE TEM MUITA PERSONALIDADE

Não pense que seja fácil. Fazer uma “rabiola” de pano velho ou mesmo de papel, moer vidro, misturar com goma, passar o cerol na linha e suspender um “banda-de-asa”, qualquer um faz. Quero ver lá em cima, obrigar um “casqueta” qualquer, comprado no mercado ou feito às pressas no quintal de casa, dar umas “flechadas legais”. Daquelas de ir “buscar o chão”, mostrar numa “trança” que de fato é dos bons, que sabe dar por baixo, bem no “pé do peitoral” do outro, colher um pouquinho e... e queda!!! Ou então dar por cima e descair.

Quem nunca botou um “papagaio” não pode avaliar a beleza que aquilo tudo encerra. O bicho lá em cima, nos céus, obedecendo à nossa vontade. Manobrando de acordo com o nosso pensamento.  A intrincada combinação de puxavões na linha que uma “trança” requer, exige um grande esforço, físico e mental. O braço sofre, a vista fica doída, a imaginação trabalha. Pegar o outro pela “rabiola”, evitando a gilete, não é para qualquer um. E depois dos dois engasgados, o braço tem que ser bom pra colher e levar vantagem.

O menino da foto é um exemplo vivo daquilo que todos nós fomos, e que muitos ainda hão de ser: incorrigíveis empinadores de papagaios de papel, sem distinção de cor, credo ou posição social. No ar, todos se igualam. Do menino rico ao garoto pobre lá dos bairros distantes. Se obrigassem a todo “play boy” que anda por aí, fazendo o que não deve, a empinar papagaio, o mundo seria muito melhor. Tem poesia, desenvolve a inteligência, alegra o espírito. Por isso tudo, melhor que ninguém, o empinador de papagaio compreendeu porque aquele primeiro astronauta russo disse que a Terra é azul. E deve ter completado, sorrindo: com bolinhas cor-de-rosa.

quarta-feira, junho 18, 2025

PMAM: 1º CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS

Aconteceu no saudoso Piquete, quando abrigou o CIM (Centro de Instrução Militar), existente na rua Dr. Machado. Terá sido o primeiro curso deste jaez em 130 anos, pois até então o policial ingressava na graduação por curso PM ou advindo do 27º BC, já diplomado. A partir daí, as promoções ocorriam somente por antiguidade.



Esta turma, possivelmente em 1969, cuja fotografia emoldura o painel no Museu Tiradentes, obteve o privilégio de constituir a primeira turma. Os componentes estão relacionados observando a posição na foto (a partir da esquerda): Francisco Gaio de Moraes; Jonathas Pereira da Silva Neto; Luís Alves de Carvalho; Rossely de Araújo Bastos; Pedro Torres de Lima; Arnaldo Augusto de Souza; Marciano Maciel da Silva; Vicente Ferreira da Silva; José Rodrigues de Castro; José Rodrigues de Freitas; e Severiano Albano Martins.

terça-feira, junho 17, 2025

QUASE 80 ANOS

 Reunido com filhos e neta e nora para agradecer os votos pelos quase 80, hoje meus 79 anos. Grato igualmente às manifestações de amigos e parentes



segunda-feira, junho 16, 2025

CÂNDIDO MARIANO: PATRONO DA ROCAM

 Volto a operar nos arquivos da corporação policial militar em busca de  embasamentos para sua história. Assim, revirando meus arquivos, encontrei a peça que vai postada, de autoria do jornalista Evaldo Ferreira, que a elaborou para o jornal Amazonas em Tempo (23 maio 2010), sobre Cândido Mariano, contando com auxílio. 

Amazonas em Tempo, 23 maio 2010

domingo, junho 15, 2025

POESIA PARA O DOMINGO

 

Perdão, caro internauta, mas nada sei ou alcancei sobre a autora. Apenas que ela publicou numerosos poemas na década de 1950, como este em O Jornal, edição de 15 de janeiro de 1956. 


Fortuna — brisa incerta, caprichosa...

Muda de direção e, de repente;

fugindo à residência luxuosa,

bafeja a do indigente!

Glória — mulher de encantos divinais;

que a vaidade humana em si resume.

Fulgindo passa e não nos deixa mais,

que um rastro de perfume!

Amor — um sonho azul, uma ilusão!

Doce veneno em cálice dourado!

Esperança... incerteza... inquietação...

Prazer amargurado!

E à ti, Felicidade, o que te cabe

nestas comparações?... O que serás?

Como te definir?! Se ninguém sabe

o que és... e onde estás!