Uma lição de vida ensinada por Saint-Exupéry (autor de O Pequeno Príncipe) compartilhada de Terra dos Homens (25ª edição, tradução de Rubem Braga, Rio: José Olympio, 1983):
“E a morte é tão doce quando
está na ordem das coisas, quando o velho camponês da Provença, ao termo de seu
reinado, passa aos filhos seu lote de cabras e de oliveiras para que o
transmitam, por sua vez, aos filhos de seus filhos. (...)
Vi uma vez, três camponeses
junto ao leito de morte de sua mãe. Sem dúvida era doloroso. Pela segunda vez
era cortado o cordão umbilical. Pela segunda vez o nó se desfazia: o nó que une
uma geração à outra. Aqueles três filhos ficavam sozinhos, sem a mesa comum
onde se reuniam em dia de festa, sem o polo em que todos se encontravam. Mas eu
descobria também, naquela ruptura, que a vida pode ser dada pela segunda vez. Aqueles
filhos, eles também, por sua vez, se fariam cabeça de fila, pontos de união,
patriarcas, até a hora em que por sua vez passariam o comando à garotada que
brincava lá fora.”