O poema deste domingo foi
compartilhado do Jornal do Commércio (ed. 16 janeiro 1955), em sua
coluna “Social”, destinada a divulgar esta arte produzida pelos leitores
manauaras. Desconheço qualquer referência sobre o autor citado, lembro apenas
que na Polícia Militar estadual serviu o tenente Olympio da Rocha Catingueira, quiçá
um seu descendente.
INCOMPREENDIDO
Escreveu
Olympio da Rocha
Eu sou a vida, e sou a morte, a
desventura
Cresce em mim como espinhos
crescem nas roseiras,
Sinto a dor a sorrir, disfarço
essa amargura,
Num sonho de alcançar as ilusões primeiras...
Procuro
em vão a luz, nas ânsias derradeiras,
Perscrutando
onde irá o mal que transfigura
E traz o bem estar das crenças verdadeiras...
Tenho fé
e descreio, e sigo, e retrocedo,
Penso
que estou exausto e vejo-me tão forte
Mostro coragem e, contudo, sinto medo!...
Retardo
a vida, e mais se me encaminha a morte
Sepultei o meu sonho, exumando um
segredo,
Prevejo agora o fim de minha estranha sorte!...
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