A postagem foi compartilhada do livro de Assis Brasil - A Poesia Amazonense no Século XX. Apenas acrescentei o ano de falecimento do padre-poeta L. Ruas, como se identificava literariamente. Esta preocupação foi necessária diante do trabalho que venho desenvolvendo na divulgação da obra deste mestre. Além de pequena biografia, dele organizei Cinema e Crítica Literária (2010) e Poesia Reunida (2013), e ainda há trabalhos no prelo, aguardando bons tempos.
L. Ruas
L. Ruas |
L. Ruas (1931-2000)
Como poeta é dono de uma sensibilidade
artística e um domínio da palavra que nos lembram Jorge de Lima e Carlos
Drummond de Andrade.
Carlos Eduardo Gonçalves
Transferindo-se
para Fortaleza, faz o Curso de Filosofia no Seminário Metropolitano, iniciando
ainda o Curso de Teologia, que vai concluir no Seminário São José do Rio Comprido,
no Rio de Janeiro. Volta à terra natal para se ordenar sacerdote na Catedral
Metropolitana de Manaus, no dia 31 de outubro de 1954.Capa do livro
L. Ruas,
como passou a assinar suas crônicas e poemas, em colaboração permanente em vários
jornais de Manaus, desenvolve então intensa atividade como professor de várias
disciplinas, em destaque Psicologia na Faculdade de Filosofia do Amazonas, onde
chegou a ser diretor da entidade. Foi assessor ainda da Fundação Cultural do
Amazonas e membro do Conselho Estadual de Cultura, caracterizando-se seu
ministério pastoral em ação nas comunidades carentes onde foi vigário.
O primeiro
livro de poesias de L. Ruas sai em 1958, Aparição do Clown, prefaciado por
André Araújo. Um livro emblemático, na paráfrase do homem e do palhaço: “O que
o Padre Luiz Ruas procura é a face verdadeira, a que se parte, desse palhaço
eterno que é o homem em si, artista, poeta, músico ou dançarino”.
O poeta é
um dos muitos intelectuais que vão pagar tributo ao famigerado golpe de 1964. A
acusação generalizada de subversão o leva ao cárcere onde permanece por 40
dias, quando aproveita para fazer a tradução do livro de Rimbaud Une saison
en enfer. O livro, entre outros, lhe tinha sido enviado pela sua mãe. A
segunda coletânea de poemas é publicada em 1985, Poemeu, que já tinha
conquistado o Prêmio de Poesia Governador do Estado do Amazonas em 1970. Belo
livro, onde se destacam os “Estudos Barrocos em tom menor”.
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