Em 1896, na transição do governo estadual entre Eduardo Ribeiro e Fileto Pires ocorreu uma movimentação extraordinária na questão da Segurança Pública. A Força Policial estava consolidada, já ocupando o quartel recém restaurado na Praça da Polícia. Restava cuidar do serviço de Bombeiros, que se arrastava em prédio alugado, quase sempre sem condições, e efetivo reduzido. Para sanar esta questão, o governo enviou a Recife (PE) o tenente Theophilo Gomes de Oliveira.
Eduardo Ribeiro (esquerda) e Fileto Pires |
“Agora somos
informados que a polícia auxilia o negócio, convertendo o engajamento em
recrutamento, tendo sido compelidos diversos homens a embarcar no vapor Olinda
que anteontem por aqui passou, só deixando de seguirem todos que foram colhidos
na rede por falta de acomodações a bordo, e punidos com prisão os que procuraram
fugir à tamanha violência de seus direitos!...”
Adiante, conclama:
“Que o Amazonas procure gente para compor a sua companhia de bombeiros ou para
explorar as suas riquezas vegetais ou minerais, está no seu direito.” Todavia,
adverte: “Que muitos dos nossos coestaduanos, perfeitamente esclarecidos do
destino a que se encaminham, aceitem as promessas que lhes fazem e se dirijam
para ali em busca de melhorar as suas condições, a que a todos é dado aspirar”.
Por isso a advertência produzida
pelo referido matutino em seu editorial. No dia imediato, o mesmo jornal publica
a contestação da Questura Policial do Estado, que comprova a inexistência de “indivíduos
contratados para a Companhia de Bombeiros do Amazonas” com o atestado do
diretor da penitenciária. Ainda desse modo, o mesmo editorialista elencou distintas
considerações, tais como: “não podemos deixar de braços cruzados que os nossos patrícios,
seduzidos por falazes promessas, pois a vida no Amazonas custa quatro vezes
mais que entre nós, vão morrer improficuamente de miséria e impaludismo em inóspitos
seringais, ficando Pernambuco despovoado, como pela mesma causa já o foi o
Ceará”.
Para concluir: ao consultar o
Arquivo Histórico da PMAM para elaborar meu livro Bombeiros do Amazonas
(2014), foi fácil tabelar o número de nordestinos no efetivo da corporação à época
mencionada: eram 9, entre 10 policiais. E mais. O corpo da Força Policial
intitulada de Regimento Militar, constituída de dois batalhões e outros serviços,
era da ordem de 900 homens.
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