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sexta-feira, novembro 18, 2022

PMAM – BANDA DE MÚSICA (II)

 Acerca do salão de ensaio e dos espaços ocupados pela Banda de Música em quartéis da Polícia Militar do Amazonas, escrevi este capítulo para um pretendido livro sobre esta corporação musical.
 

AQUARTELAMENTOS & SALÃO DE ENSAIO

Músicos da Banda em apresentação, década de 1970


A posse do colossal aquartelamento de Petrópolis, inaugurado em novembro de 1971 pelo 1º BPM, sob o comando do tenente-coronel PM Flavio Rebello, redundou em novel ocupação policial de Manaus e a consequente expansão da corporação. O Cosme e Damião acabava assim de atingir a periferia, pois, até então policiava o Centro da cidade e um escasso entorno. Em tempo oportuno, a Banda iria ocupar dependência dessa edificação, aliás, um segmento insignificante e malcheiroso, que findou constituindo-se na paragem provisória/definitiva. 

Construído para abrigar os serviços da PMAM, então possuindo um efetivo próximo de 1.000 homens, seu idealizador, o arquiteto Severiano Mário Porto, talvez tenha “olvidado” das dependências para a Música. Ou, oxalá planejadas, foram alocadas em um dos pavilhões deixados de construir. Somente o projeto com as plantas devidas, ora em “local incerto e não sabido”, poderia aclarar essa controvérsia.

Em meado de 1972, ao remodelar o interior do quartel da Praça da Polícia, o coronel Paulo Figueiredo removeu a Banda para o 1º BPM, como segue conhecido o quartel de Petrópolis, apesar da presença hoje do comando superior da corporação. A despeito de imensos espaços vazios, dada a desproporção de efetivo existente, nele não foi ajeitado um local apropriado para os músicos regidos pelo 1º tenente Raimundo Alves Bezerra, o Bezerrão, devido sua contextura corporal.

Tenente Bezerra, em dois momentos

Em decorrência disso, mestre Bezerra passou a ensaiar os músicos em uma casa de madeira mal-ajambrada “com dois pavimentos, coberta de telhas de alumínio, dispondo de uma porta e um janelão de frente” nos dois pisos, medindo 6x12, existente na rua Aristides Rocha, aos fundos do 1º Batalhão. Esse terreno somente seria adquirido a Fernando França de Melo e esposa, em fevereiro de 1977, no comando do coronel EB Mário Perelló Ossuosky (1975-79).

Removida a Banda da rua Aristides Rocha para o 1º Batalhão, o imóvel foi ocupado pelo CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças), que ali permaneceu até ser instalado no quartel da Ponte da Bolívia (hoje Barreira), quando foi substituído pelo Pelotão de Polícia Feminina, em 1983. Ainda no mesmo ano, este pelotão foi alojado precariamente no quartel da Praça da Polícia, no espaço desocupado foi instalada a Creche Infante Tiradentes, iniciativa do coronel PM Hélcio Motta (1983-87), que ainda ocupa o referido edifício, em nossos dias amplamente modificado.

Esta breve rememoração obtive do sargento reformado Lucas de Souza (1933-), que ingressou na PMAM em 1962, nela permanecendo até 1986. Segue ele relembrando: a Banda foi transferida para o 1º Batalhão, ocupando uma dependência anexa aos xadrezes desta Unidade. Para encurtar a conversa, onde ainda se encontra a “briosa” Banda, com uma sutil distinção, na caserna o xadrez foi desativado (já não há lugar para preso disciplinar!), o recinto após relativo arranjo passou a abrigar os músicos. “Não há estímulo para se convidar alguém para visitar nossas acomodações”, lamenta-se o atual regente. E completa acabrunhado: “ao ocorrer uma inspeção ou visitação oficial, o vexame, então, é acabado”. Neste local os músicos permaneceram, até que... houve novo terremoto.

 

A Companhia de Polícia Rodoviária, em maio de 1993, teve sua extinção cumprida. Quando essa OPM (Organização Policial Militar) desocupou o aquartelamento, ainda existente no entroncamento das avenidas Constantino Nery com Djalma Batista, cujo Elevado de Flores serve de referência, a Banda de Música ensaiou sua ocupação. Era seu regente, o tenente Francisco das Chagas de Souza Lima (1987-94). Todavia, não conseguiram se estabelecer na edificação, depois de circular pelo Japiim, voltaram para o quartel de Petrópolis.

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