A lembrança do poeta Almir Diniz, ontem falecido aos 91 anos, segue intenso e categórico. Desejo lembrá-lo por esta semana, ele merece, e para seguir este ritual, compartilho o Artigo do advogado Júlio Antonio Lopes, hoje circulado na edição de A Crítica.
Faleceu ontem o jornalista, escritor e poeta
Almir Diniz de Carvalho, membro, dentre outras instituições culturais do estado
e do país, da Academia Amazonense de Letras (AAL), do Instituto Geográfico e
Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação dos Escritores do Amazonas
(ASSEAM); da qual, inclusive, foi presidente. Diniz nasceu em 6 de novembro de
1929. Contava, portanto, com 91 anos, muito bem vividos. Ele foi prefeito e
fundador do município do Careiro da Várzea. Era também advogado, inscrito na
OAB/AM sob n° 266.
Eu estreitei meus laços com ele durante a
gestão do nosso amigo comum Armando Andrade de Menezes na presidência da AAL,
entre 2014 e 2015, quando, invariavelmente os dois, que coisa notável, ambos já
em idade avançada, davam expediente diário na sede do Silogeu, para a qual, aliás,
Diniz foi eleito em 24 de setembro de 1999, assumindo a cadeira de n° 5, cujo
patrono era Araújo Filho, antes era Martins Jr, sucedendo a Paulo Pinto Nery.
Como ele próprio descreve no fantástico
"Acadêmicos Imortais do Amazonas - Dicionário biográfico", de sua
autoria, assumiu a titularidade em 24|09|1999, saudado pelo acadêmico José
Braga, durante a gestão de Max Carphentier.
Como jornalista Almir Diniz foi agraciado com
vários prêmios, inclusive, com dois Prêmios Esso de Reportagem, nos anos de
1956 e 1957. O Esso era uma espécie de Óscar do jornalismo brasileiro. Ele
trabalhou nos jornais Folha do Povo, O Combate, A CRÍTICA,
O Jornal, e, também, no Diário da Tarde.
Escreveu os seguintes livros de crônicas,
contos e poesias: Encontros com a natureza, Caminhos da Alma, Andanças
poéticas, Os deuses, O elogio do caboclo, Plumas humanas,
Algemas de ternura, O império das águas, Minha roça de urtigas,
Floradas do corpo, O pitoresco e o hilariante na Imprensa, Paiol
de lembranças, Nos remansos da saudade, Sob a concha da Panacaria,
O capineiro, Agenda literária do Amazonas, além do Dicionário
biográfico, já mencionada. Era um dos próceres do famoso Chá do Armando.
Almir Diniz
Num de nossos encontros pela manhã, na sede
da Academia, a meu pedido, pude ouvi-lo declamar algumas de suas poesias. Uma
delas, a que mais encantou e enterneceu o coração, a que considero uma das mais
belas de toda a literatura brasileira, chama-se "O JARDIM DA MINHA
MÃE", que gravei no meu celular e disponibilizei na época na minha página
de Facebook, e ontem repostei, porquanto foi um momento mágico e único que
merecia e que merece ser compartilhado, melhor dizendo, merece ser eternizado.
A propósito, o movimento Manaus+Verde,
que propugna pela rearborização de nossa cidade, fundado pela minha filha Laís,
editou o poema e o distribuiu nas escolas e nos eventos ambientais, em
parceria, também, com a ASSEAM. Diniz, no poema, fala da saudade de sua mãe
Lídia, que cultivava aquele cantinho do céu em sua casa. Revisitando o espaço
encantado e sentindo-se incapaz de cuidá-lo com o mesmo zelo, mas cheio de
amor, resolve, afirma em seus versos, refazer o pomar, onde sua mãe ia orar,
depois de saudar seu jardim...
Descanse em paz, amigo e irmão. Sentiremos a
sua falta, mas somos gratos a Deus por ter compartilhado a luz de sua
existência.

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