CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

segunda-feira, agosto 31, 2020

A CASA AZUL

 A nota aqui compartilhada traz uma curiosidade bem característica da Manaus de antanho. A de marcar a casa comercial pela cor, a fim de que o freguês, em particular do interior, não se engane. Toma por exemplo o prédio Kahn &

A casa Kahn vista da
igreja Matriz

Polack, que ainda permanece no cruzamento da rua Instalação com a avenida Sete de Setembro (um simulacro de hotel, com lojas de variedades no térreo). Neste local, ao final do século 19, a Polícia Civil utilizou as dependências do andar superior.

Este recorte foi retirado do Jornal do Commercio, sem que saiba a data. 


Antigamente, as casas comerciais tinham como distintivo a cor da pintura de suas fachadas. Nos anúncios que faziam, dirigidos aos seus fregueses do interior indicavam quer a situação do estabelecimento quer a cor da tinta com que, permanentemente, eram pintados.

A casa Kahn & Polack teve sempre a cor azul.

Eis a transcrição de um desses anúncios, quase sempre publicados em a quarta página dos jornais, ocupando-a toda. Por sinal, é precisamente do estabelecimento de que tratamos:

 

Casa Kahn & Polack &. Cia.

Rua da Instalação junto ao grande prédio em construção, fronteira à rua Henrique Antony.

A frente é pintada de azul (Esta discrição é para os fregueses do interior não se enganarem com outro.  (1881)

***

Mas, consideremos a afirmação da nota supra transcrita: 0 terreno onde a firma Kahn & Polack levantou o grande sobrado que foi há poucos anos incendiado, foi comprado ao comerciante português Antônio José Lopes Braga.

Não é exato.

Esse terreno, os srs. Kahn & Polack adquiriram ao clínico paraense dr. Antonio Emiliano de Souza Castro, depois barão de Anajás, e sua esposa d. Mirandolina Fernandes de Souza Castro que o houveram por herança de seu sogro e pai João Francisco Fernandes.

A escritura respectiva foi lavrada em notas do tabelião Antonio Firmo Dias Cardoso. 

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