Vasculhando a “Biblioteca Mário Ypiranga
Monteiro existente no CCPA (Centro Cultural Povos da Amazônia), encontrei em livros
e revistas ali examinados notas críticas expressas pelo formador desta coletânea.
Ou seja, ali se encontram apreciações do saudoso mestre Mário Ypiranga em compêndios
manuseados pelo próprio. Anotações nem sempre elogiosas, quase sempre tóxicas.
Folha de rosto do livro |
Dou partida à série com a observação
inserida no livro Aparição do Clown, de L. Ruas (padre Luiz Augusto de Lima
Ruas), de 1958, mas com lançamento em fevereiro de 1959, vide a data manuscrita
pelo apreciador. Este livro se constitui de um longo poema religioso, bastante
controverso, que segue desafiando sua interpretação. Já relacionei meia dúzia
de intérpretes e, em parceria com o saudoso Jorge Tufic, publiquei-os em Intérpretes
de Aparição do Clown. (Fortaleza: Realce, 2010)
O prefácio deste livro-poema pertence ao acadêmico
André Araújo (da Academia Amazonense de Letras), desembargador e católico
atuante, portanto, o primeiro a encarar a difícil trajetória do “pássaro ferido”.
Sua análise se encerra com esta sentença: “ Que o entendam os que mergulharem
no profundo de sua dialética; que tenham ouvido aqueles para quem o poema é
dirigido; que vejam os olhos d’alma daqueles que devem ver os símbolos e os mistérios
que estão contidos nos versos áureos do imortal poeta de APARIÇÃO DO CLOWN”.
Pois bem. Mario Ypiranga grifou “... versos
áureos do imortal poeta...”. E à margem da página, sintetizando sua leitura e descrença,
escreveu somente um palavrão: Porra!
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