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terça-feira, agosto 06, 2019

EDIFICAÇÕES EM MANAUS

Há 50 anos, com a instalação da Zona Franca, a cidade vê retomar o ciclo das edificações. Postagem com texto e fotos do Jornal do Commercio, em agosto de 1969 

Jornal do Commercio, 02 agosto 1969

Nasce Mais Um
Neste amplo terreno, situado na rua Saldanha Marinho, serão levantadas duas grandiosas obras: à esquerda, a Escola do SESC-SENAC, e à direita, o Edifício “Alfredo Cunha”, de dez pavimentos. O edifício, constituído de dois, um para a [rua] Saldanha Marinho; outro só de escritórios, de frente para a rua Barroso, — será o primeiro da nossa capital dotado de uma galeria de lojas, com acesso para as duas artérias antes referidas.
O lançamento do “Alfredo Cunha” ocorrerá ainda este mês, em data a ser previamente marcada.

Anotação pessoal
Exatos 50 anos nos separam desta foto, porém era dessa maneira que acontecia a construção.  Era “na marra”, para lembrar um esquecido caboquês. Observe que não há tapume para proteção de transeuntes ou de operários; operários trabalhando sem proteção individual e, melhor notando, vê-se um, somente de calção; a caçamba da empresa Oliva lembra a tragédia que abateu os proprietários, mortos por um familiar; enfim, talvez pelo entusiasmo da iniciante Zona Franca, tudo era permitido. Avaliei melhor este edifício, já em atividade, ao visitar o escritório do advogado Amazonilo Castro. E, entrando pela rua Barroso, quando visitei o consultório do dentista Sady  e o escritório de advocacia de Tude Moutinho.


Acima, vê-se um folder de lançamento do Edifício Maximino Correa, construído ali no alto da avenida Eduardo Ribeiro. A família destruiu o palacete para erguer este arranha-céu. Já contei esse detalhe, mas vou repetir:  era comandante do Corpo de Bombeiros, em 1974, quando fui alcançado em minha residência, creio que era sábado, para assinar o termo de vistoria (ou coisa parecida) elaborado pelos Bombeiros. Além do poder da família em âmbito local, o então ministro do Interior (general Albuquerque Lima) era casado com uma Maximino Correa. Que poderia fazer, pois, um “ilustre desconhecido” major-comandante?  Não pestanejei, confesso, “se é para o bem da cidade”, subscrevi o termo. E o edifício, desprovido de encanto, e mais, intruso no visual para quem desejasse fotografar o Teatro Amazonas, prossegue seu rumo num Centro Histórico cada vez mais degradado.

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