DIA NACIONAL DO SELO
Ainda que claudicante, o CFA (Clube Filatélico do
Amazonas) continua organizado e, mais, preparando-se para comemorar 50 anos de
existência. Diante da incerteza, com a prometida privatização dos Correios, a
direção local dos colecionadores de selos vem se empenhando em manter viva a
tradição. As reuniões acontecem todas as sextas-feiras, à tarde, na sede do
Correio, na praça do Congresso.
Para lembrar o Dia Nacional do Selo, o presidente
Jorge Bargas escreveu o texto aqui compartilhado.
DIA DO SELO BRASILEIRO (1843 -2019)
Introdução
A criação do selo postal foi idealizado na Inglaterra, país precursor do
serviço postal no uso da estampilha com valor impresso, cujo objetivo era sanar
o problema da entrega de correspondência ou encomenda enviada a uma pessoa que
normalmente se recusava a pagar a despesa de envio ao portador (entregador)
pelo serviço não autorizado pelo destinatário.
Ao ser regulamentada e aprovada a proposta da taxa de pagamento
antecipado pelo Parlamento, surgiu em 1840 a primeira emissão postal do mundo.
A invenção deu tão certo que a Suíça aprovou a primeira emissão de selos em seu
território (cantão), em seguida, foi adotada pelo Brasil.
Cronologia dos primeiros selos do Brasil
Ao adotar a novidade criada pela Inglaterra, o Brasil foi a segunda nação
a praticar o uso do seio adesivo nas correspondências postais, porém, o
terceiro país na emissão, ao autorizar, inicialmente, a primeira série de três
selos que, posteriormente, ficou conhecida mundialmente pelo nominativo de “Olhos-de-Boi”.
Vejamos um pouco que nos conta sua trajetória:
Em 1623, a 25 de janeiro, foi iniciado em nosso país o serviço postal. Em
1798, foi criada a Administração dos Correios do Rio de Janeiro, pelo Alvará de
20 de janeiro, adotando-se a prática do uso dos carimbos postais.
Em 1801, foram criadas as caixas postais, com a finalidade de organizar a
entrega de cartas; em 1826, foi estabelecido o sigilo da correspondência; em 1901,
foi votada e aprovada a Lei que instituiu o selo postal, assinada por Dom Pedro
II, a 20 de novembro de 1842.
Série de Olhos de Boi |
Entretanto, pela ausência de máquinas adequadas e por dificuldades
técnicas, os selos brasileiros somente entraram em circulação no ano seguinte,
apesar desses obstáculos, em 1º de agosto de 1843 foi lançada a série de três, nos
valores de 30, 60 e 90 réis. Com isso, foi atribuído a novidade ao Brasil os primeiros
selos postais, fato incontestável na história dos Correios das três Américas e
do mundo.
Fatos relacionados à primeira emissão
Regime político
do Brasil: Império
Monarca:
Imperador Dom Pedro II
Cidade de
lançamento: Rio de Janeiro, metrópole do Império Gravadores dos selos: Carlos
Custódio de Azevedo e Quintino José de Faria.
Tipo de gravação:
Em talho doce, gravação diretamente no aço, o que conferia às unidades postais brasileiras
extraordinária segurança contra falsificações.
Tonalidade: preto
(cor única).
Destino de
circulação: Nacional, os valores de 30 e 60 réis; Internacional: o valor de 90
réis.
Valor 90 réis, uso internacional |
Curiosidade: "... conta-se que a Diretoria dos Correios planejou
cortejar o então jovem imperador Pedro II, colocando sua efigie no selo.
Entretanto, esbarrou na indignada recusa da Corte, que recebeu a proposta como
um desrespeito à figura do monarca. Resolveu-se então simplesmente desenhar os
algarismos indicativos do valor do selo sobre um fundo de linhas onduladas e entrelaçadas". Alcunha: Devido os traços artísticos, os selos foram apelidados de “Olhos-de-Boi”.
Emissão subsequente
Em 1845, foi lançada a primeira série chamada Olhos-de-Cabra, composta de
sete valores, tendo os algarismos desenhados no sentido inclinado(s), desse
modo ficou conhecida. Em 1850, passou a circular a segunda série, contendo oito
valores, com os números gravados na posição vertical, ambas as séries sem
picotes.
O dia do selo
Em 1943, na comemoração do centenário dos Olhos-de-Boi, o 1º de agosto foi
instituído o Dia do Selo. (...)
Aspecto cultural
As administrações postais cumprem a obrigação de lançar as emissões
programadas para a comercialização na fonte, contendo seu respectivo valor
facial, mas, fora dos Correios os selos ganham o aspecto cultural, que podem
apresentar raridade e diferenças de impressão, conferindo às unidades preços
centenas de vezes maiores que do valor facial, características normalmente
detectadas e consequentemente valorizadas por colecionadores filatelistas.
Em 1º de agosto de 2019, os selos “Olho-de-Boi” completam 176 anos, marco
histórico mundial através dos Correios do Brasil.
FILATELIA — cultura sem fronteiras.
Manaus, julho de 2019
Jorge Bragas, presidente do CFA
Nenhum comentário:
Postar um comentário