Benedito Souza, o atleta, em primeiro plano, 1950 |
Para isso, valho-me da revista – Rionegrino -- que o ARNC fez circular por vários anos. Da edição nº 29, do início de 1950, transcrevo a notícia da participação do Amazonas na prova de São Silvestre, que ocorre na virada do ano. Lembrando que em nossos dias, sob o patrocínio da TV Globo, passou para a tarde e, no ano passado, para a manhã desse dia.
Recorte da revista Rionegrino, 1950 |
Constituiu, sem dúvida, um acontecimento
impar na vida da cidade, a realização em Manaus, a 10 de dezembro (1949), da Prova Preliminar da XXVI “Corrida
de São Silvestre”, promovida pela A
Gazeta Esportiva, de São Paulo, destinada a indicar o representante do
Amazonas à maior prova pedestre da América do Sul, que se realiza todos os
anos, na capital bandeirante, à meia-noite do dia 31 de dezembro.
O Atlético Rio Negro Clube esteve
presente à grande prova, não como simples participante, mas como sério
concorrente, e alinhando uma equipe valorosa, preparada graças ao esforço de
Manoel da Costa Reis, professor Waldir Oliveira e Carlos Almada.
E o “Alinhaderrimo” juntou ao rosário
de feitos gloriosos que ornam seu pavilhão mais um triunfo, cabendo-lhe a
grande honra de dar à terra de Ajuricaba o seu representante à XXVI Corrida de
São Silvestre, que o idealismo do saudoso jornalista Casper Libero fez
realizar, pela primeira vez em 1926, e que hoje pertence não apenas ao Brasil,
mas ao mundo inteiro, dado que o empreendimento de A Gazeta Esportiva já rompeu as fronteiras de nossa Pátria,
irrompendo nas Américas; deixou de ser também das Américas, para propagar-se na
Europa, para firmar-se como uma das mais importantes do mundo.
Venceu o Rio Negro, através do
atleta Benedito Constantino de Souza, “sprinter” dos mais consagrados na barelândia,
cobriu a distancia de 5.000m, em 17min07, credenciando-se a participar em São Paulo,
como representante do Amazonas na tradicional prova da meia-noite.
A 20 de dezembro(1949), daqui partiu a delegação do Amazonas, integrada do jornalista
Irisaldo Godot e do atleta rionegrino Benedito
Constantino de Souza, sendo portadora das apresentações do Atlético Rio Negro Clube aos seus coirmãos Clube
do Remo, de Belém do Pará, e São Paulo Futebol Clube, da Pauliceia. (...)
Ambos colocaram à disposição do
atleta baré as suas instalações, salientando-se o clube bandeirante, que foi de
uma fidalguia a toda prova, cercando Benedito Constantino de Souza e Irisaldo
Godot de todas as atenções, procurando servi-los em tudo que estivesse ao seu
alcance.
Sob forte aguaceiro, foi disputada a
majestosa prova da meia-noite, em São Paulo. Venceu categoricamente o atleta
belga Lucien Theys, colocando-se o corredor amazonense, dentre 1.600
concorrentes, em 234º lugar, fazendo jus à valiosa medalha, vencendo o corredor
do vizinho estado do Pará, cuja classificação foi a 285ª.
O
texto oferece várias e reluzentes informações: o Rio Negro possuía vários
apelidos: entre outros, o de Alinhaderrimo.
O Benedito pertencia à equipe do “atleta sozinho”, pois seguia acompanhado apenas
de um jornalista; será que a viagem ocorreu de avião? Deve ter sido de navio,
com parada em Belém. Finalmente, para não enfadar, a provincial disputa entre Amazonas
e Pará, aqui patenteada com a posição do amazonense sobre o paraense, que
sequer teve o nome registrado. Quem fim levou o Benedito Constantino de Souza?
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