As regras básicas
de sua instituição são conhecidas, reponho no espaço apenas o primeiro e o último
artigo. E mais, os nomes dos membros da assembléia, crendo que apenas um –
Paulo dos Anjos Feitoza, desembargador aposentado, segue vivo, lembrando esse
episódio heroico.
ESTATUTOS da Sociedade dos
Bombeiros Voluntários de Manaus
Capítulo I - Da fundação, finalidade e sede
Art.
1º – A Sociedade dos Bombeiros
Voluntários de Manaus (SBVM), fundada no dia 24 de abril de 1952, é uma sociedade
civil, com personalidade distinta de seus associados, os quais não respondem
pelas obrigações contraídas pela Sociedade, com sede e foro em Manaus, capital
do Estado do Amazonas, sem prazo de duração determinado, com a finalidade
precípua de se organizar para dar combate aos incêndios e prestar socorros se
possível em caso de calamidade pública, por iniciativa própria ou quando solicitada
a sua interferência. É um órgão de beneficência, visando ainda promover
reuniões e movimentos outros de caráter desportivo, cultural, artístico e
cívico, visando melhor congregar seus associados. (...)
Art.
40 – Os presentes Estatutos entrarão em vigor logo após a sua aprovação.
Aprovados
em sessão da Assembleia Geral de 14 de maio de 1952.
Elias
Ferreira da Silva; Francisco Rebelo de Souza; Dr. Jorge Abrahim; Antenor C.
Braga; Wuppschlander Lima; Edgard Gama e Silva; Erminio Fernando Barbosa; Antonio César Montenegro; Desembargador
Rocha Carvalho; José Ribeiro Soares; Mansour
Francis Chehuan; Waldemar Pinheiro de Souza; Paulo dos Anjos Feitosa; Padre
Clemente; Carlos Barroco; José A. M. Teixeira; Oscar Maia; José Afonso; Severino
P. Freire; José Antonio Ventura; Dr. Leopoldo Amorim da Silva Neves; Aristóteles
Bonfim.
* * *
O
governador Plínio Ramos Coelho (1955-59) concedeu respeitável ajuda ao SBVM.
Além dessa, havia a colaboração do comércio e da prefeitura de Manaus (apesar
de possuir os Bombeiros Municipais). Embora houvesse tanta contribuição, nesse
tempo, as dificuldades financeiras paralisaram os Bombeiros Voluntários. Segundo
A Crítica, “A ajuda do
comércio não chega para cobrir as despesas só de combustível”, afinal a
elevação do preço da gasolina para Cr$ 8,20 “provocou sérios transtornos
na vida da cidade”. Para contornar a situação, os Voluntários decidiram “não mais continuar abastecendo de água
residências, hospitais e colégios”. Assim, diante dos “constantes e permanentes
faltas de água”, a cidade será privada desta valiosa ajuda.
O Jornal, Manaus, 2 set. 1958 |
Esse transtorno financeiro se sucedia
pela inadimplência da Prefeitura para com os Bombeiros, pois, havia quatro
meses que esta não liberava a dotação prevista. Buscando solucionar a situação
nefasta, o jornal endereçou veemente apelo ao prefeito Ismael Benigno, no
sentido de “solucionar esse problema de graves resultados para a nossa cidade”.
A Crítica igualmente apelou para o comércio de Manaus, “a fim de que os
Bombeiros Voluntários possam continuar realizando o seu trabalho diuturno de
fornecer água aos colégios, hospitais e residências”. Na verdade, a organização
servia mesmo para suprir de água a cidade. Combater incêndio, seu objetivo,
ficava em segunda ordem.
Em
fevereiro de 1957, os Voluntários
foram à luta, saíram às ruas em busca de auxílio. Ou seja, passaram a arrecadar
recursos junto à população. Obviamente, com o total apoio da imprensa.
Acompanhemos essa campanha em O Jornal,
então o matutino de maior circulação. A 3, sob a manchete - Compareça
com seu auxílio na campanha dos Bombeiros Voluntários, o jornal marcava para o dia 30 a “coleta de donativos suficiente para formar o
quanto for necessário de equipamentos para compor as modernas unidades”. E
arrematava a reportagem pedindo a todos que “não deixem de comparecer com a sua
contribuição”.
O Jornal, Manaus, 19 set. 1958 |
Novamente
na rua, hoje, os “Comandos” dos Bombeiros Voluntários, propalava O Jornal (24 fev. 1957). Ao anunciar
a coleta, o matutino esclarecia que a campanha financeira se destinava a
aquisição de dois carros de combate ao fogo. E que os bombeiros cumpririam o
seguinte itinerário: rua Ramos
Ferreira, praça da Saudade, praça do Congresso, rua Nova e rua Leonardo Malcher. (segue)
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