Sede da Academia Amazonense de Letras, 1984 |
Octavio estudou em escola militar no Rio, porém, sem que se alcance o motivo, não conquistou o oficialato. Ainda assim, aos dezoito anos, fez parte de um batalhão do Exército na 4ª expedição contra Canudos (1897).
De retorno a Manaus, em 1904, foi
incorporado ao círculo dos oficiais do Regimento Estadual, tendo alcançado o
posto de tenente-coronel em 1912. Nessa condição, comandou a Policia Militar do
Amazonas, interinamente, em 1919.
Lembrando que, no ano anterior, ocorreu a criação do Silogeu amazonense,
tendo Octavio inaugurado a Cadeira 21, do também poeta Tenreiro Aranha.
Exercendo o jornalismo em Manaus,
aproveitou para publicar nas páginas de periódicos, como habitual, alguns de
seus poemas. No entanto, não deixou obra editada. Talvez esse descuido o tenha
levado a ser tragado pela voragem do tempo, ingressando no rol dos “poetas
esquecidos”. Com a publicação de A Uiara
& outros poemas (Manaus: Valer, 2007), o acadêmico Zemaria Pinto
mobilizou esforços para retirá-lo do limbo.
Morto aos 47 anos, Octavio foi
sucedido pelo acadêmico Leopoldo Carpinteiro Péres (tio do saudoso acadêmico
Jefferson Péres), nascido no Cabo (PE 1901-RJ 1948) que, numa coincidência funérea,
morreu com a mesma idade do antecessor. Poeta e prosador, Péres deixou
publicado entre outros livros, O Jardim
das fontes silenciosas (poesia) e diversos poemas em jornais. Ainda assim,
restou conhecido como político.
Em 1950, a 4 de fevereiro, para
preencher a vaga de Leopoldo Péres foi eleito Ormando Sobreira de Sampaio (CE
1887-AM 1950). Nascido em Camocim (CE), cedo desembarcou em Manaus; aqui
radicado, iniciou o curso de direito, mas o concluiu na Faculdade de Direito do
Recife, em 1924. De retorno ao Amazonas, exerceu a política, a advocacia, o magistério na Faculdade de Direito local, e o jornalismo na empresa Archer Pinto. Eleito para a Cadeira 21, aos 63 anos, Ormando preparava-se para a posse, quando, durante a posse do acadêmico Hugo Bellard, morreu no plenário do Silogeu vitimado por um colapso. O óbito aconteceu a 18 de março, todavia, na sessão de 22, a corporação dos imortais decidiu, por unanimidade e pela primeira vez, considerá-lo empossado.
Mas, a Cadeira continuava “panema”.
Cinco anos depois, o padre salesiano José Pereira Neto (1911-79), então diretor
do Colégio Dom Bosco, foi eleito para a vaga. Na ocasião, conclamava o
presidente Pericles Moraes: a Academia deve “escolher um nome que esteja à
altura das tradições da cultura e talento, com que tem sido honrada a Cadeira
em apreço”. (segue)
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