CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sábado, dezembro 10, 2011

Manáos versus Manaus do IGHA


Capa do album Manáos...
O Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) reuniu-se nesta manhã, com apenas nove associados, para uma dupla jornada: assistir a prestação de contas (ainda que parcial) da diretoria e o lançamento de dois livros.
O presidente, Geraldo dos Anjos, expôs a situação financeira da organização e as realizações no decurso do corrente ano. O IGHA fecha para férias, retornando as atividades em 1º de fevereiro.

Na segunda parte da sessão foi realizado o lançamento de dois livros: Manáos: uma nobre sedução; e Manaus: uma visão contemporânea, organizados por Geraldo dos Anjos (presidente do IGHA) e Jaime Pereira, secretário-executivo do Conselho de Cultura Municipal.

Na verdade, trata-se de dois álbuns de fotografias de Manaus. Como indicam os títulos, o primeiro da Manaus do passado “que nos ajudam a entender as mudanças vividas pela cidade”, segundo a apresentação do prefeito Amazonino Mendes. O segundo álbum fornece a contraposição, mostrando “um passeio pela cidade”, ainda embevecida pela Ponte Rio Negro.

Talvez o afogadilho com que foi produzida estas obras, as tenha prejudicado em vários aspectos. A fotografia encontra-se sem reparos. Agora as legendas estão deficientes, algumas fotos sem as obrigatórias informações, como se este álbum tenha sido publicado apenas para os conhecedores da cidade.

Não houve interesse em ampliar as informações, de corrigi-las, quando se reproduz a Ponte de Ferro da Cachoeirinha que, na pagina seguinte, foi batizada de Eduardo Ribeiro.
Outra improcedência: o Mercado Adolfo Lisboa, 1906, quando se sabe que esta denominação somente alcançou este centro de comércio em 1975, quando prefeito de Manaus, coronel Jorge Teixeira.
Capa do álbum Manaus...

Por que não se atualizou os nomes das ruas? Seguir repetindo rua Municipal, quando poucos sabem que se trata da avenida Sete de Setembro. As praças deveriam ter seus nomes oficiais. Enfim, a Biblioteca Pública que foi inaugurada em 1910, é mostrada em foto de 1906.

Agora sim, finalmente. Na Apresentação, os organizadores reproduziram versos do poeta Luiz Bacellar (Balada das 13 casas).  Sei que a Prefeitura, que foi a patrocinadora destes álbuns, tem poder para demolir algum imóvel, porém demolir uma das casas do poeta Bacellar: “são 12 casas nascidas no mesmo lance de rua” (sic), é no mínimo um desrespeito.

Que não se preocupem, caros organizadores, na próxima edição tudo isso pode ser sanado. E mais, os bons autores cometem esses deslizes, e para ficar na província, nosso competente secretário de Cultura, Roberio Braga, na edição de hoje de A Crítica, transferiu a propriedade de Grande sertão veredas para Graciliano Ramos. Ficou engraçado, confesso.

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