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segunda-feira, junho 13, 2022

ANTONIO: O "SANTO" DE CASA

Era inescapável esse privilégio, de relembrar o aniversário do meu primeiro irmão: Antonio, nascido neste dia em 1948, que chegou com o nome de batismo pronto. Nem foi necessário consultar a folhinha, porém, como o casal Mendonça já havia decidido contemplar cada filho com dois nomes próprios, este foi antecedido de Henrique, que homenageia ao avô paterno. 

Antonio Lima Mendonça

No seio familiar sempre foi Antonio e outros apelidos bem peculiares, até que veio o exercício profissional, quando prevaleceu o primeiro nome. Eu e Antonio vivemos a vida que nos permitia aqueles tempos, passando inclusive pela morte de nossa mãe Francisca. Assim prosperou até que a maioridade nos afastou, quando ele enfrentou a grande metrópole paulista e, para nossa fortuna, a conquistou. Desse modo, ele no Sudeste e eu no Norte, nos afastamos pelo aeroporto e pelos mal entendidos da vida.

Roberto e Antonio (sentado)


Que o Santo Padroeiro do dia nos proporcione saúde e créditos, e estes a retomada de nova fase de vida com a satisfação do "dever cumprido". Abraços, meu mano ANTONIO, e suas amadas! 


O texto seguinte saiu da pena do Renato, o segundo irmão, que completa a tríade dos Mendonça.

Como sempre, havia uma esperança no nascimento de mais um integrante, mas dúvida também. Promessas à santa do Bom Parto não faltaram, principalmente porque Maria havia perdido, recentemente, os gêmeos natimortos, Cosme e Damião. Porém, Francisca viu sair de seu ventre, exatamente no dia de Santo Antônio, uma bela criança que chorou, para alegria de todos e para anunciar a chegada ao nosso mundo. Os traços eram os mesmos, feições semelhantes, apenas mais cabeludo e a tez mais clara. Talvez por isso Francisca reclamava de azia, diziam as irmãs, mais experientes em gestações.


Antonio esbanjando alegria

De novo a espera ansiosa para saber o nome. Desta vez, Manoel nem teve necessidade de ir ao calendário, o nome do santo estava mais do que massificado na memória da sociedade cristã. Cabia à Francisca harmonizar os dois nomes escolhidos, o seu que já estava gravado no seu íntimo e o da folhinha, para que soassem como uma melodia. E assim, com sua perspicácia e seu carisma de mãe, plena de felicidade por gerar uma nova vida, escolheu: Henrique Antônio. Discretamente, uma homenagem ao avô, Enrique, pai de Manoel, que ele não conheceu.


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