Era inescapável esse privilégio, de relembrar o aniversário do meu primeiro irmão: Antonio, nascido neste dia em 1948, que chegou com o nome de batismo pronto. Nem foi necessário consultar a folhinha, porém, como o casal Mendonça já havia decidido contemplar cada filho com dois nomes próprios, este foi antecedido de Henrique, que homenageia ao avô paterno.
Antonio Lima Mendonça |
No seio familiar sempre foi Antonio e outros apelidos bem peculiares, até que veio o exercício profissional, quando prevaleceu o primeiro nome. Eu e Antonio vivemos a vida que nos permitia aqueles tempos, passando inclusive pela morte de nossa mãe Francisca. Assim prosperou até que a maioridade nos afastou, quando ele enfrentou a grande metrópole paulista e, para nossa fortuna, a conquistou. Desse modo, ele no Sudeste e eu no Norte, nos afastamos pelo aeroporto e pelos mal entendidos da vida.
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Roberto e Antonio (sentado) |
Que o Santo Padroeiro do dia nos proporcione saúde e créditos, e estes a retomada de nova fase de vida com a satisfação do "dever cumprido". Abraços, meu mano ANTONIO, e suas amadas!
O texto seguinte saiu da pena do Renato, o segundo irmão, que completa a tríade dos Mendonça.
Como sempre, havia uma esperança no nascimento de mais um integrante, mas dúvida também. Promessas à santa do Bom Parto não faltaram, principalmente porque Maria havia perdido, recentemente, os gêmeos natimortos, Cosme e Damião. Porém, Francisca viu sair de seu ventre, exatamente no dia de Santo Antônio, uma bela criança que chorou, para alegria de todos e para anunciar a chegada ao nosso mundo. Os traços eram os mesmos, feições semelhantes, apenas mais cabeludo e a tez mais clara. Talvez por isso Francisca reclamava de azia, diziam as irmãs, mais experientes em gestações.
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Antonio esbanjando alegria |
De novo a espera ansiosa para saber o nome. Desta vez, Manoel nem teve necessidade de ir ao calendário, o nome do santo estava mais do que massificado na memória da sociedade cristã. Cabia à Francisca harmonizar os dois nomes escolhidos, o seu que já estava gravado no seu íntimo e o da folhinha, para que soassem como uma melodia. E assim, com sua perspicácia e seu carisma de mãe, plena de felicidade por gerar uma nova vida, escolheu: Henrique Antônio. Discretamente, uma homenagem ao avô, Enrique, pai de Manoel, que ele não conheceu.
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