A implantação administrativa do Estado do Amazonas, proclamada a República, foi um tanto esdrúxula. Não faltaram disputas de toda ordem, as políticas e as militares foram as mais destacadas, em algumas ocasiões engajando as duas vertentes. Vou lembrar o primeiro governador e sua excêntrica substituição, porquanto Villeroy “desertou” deste ofício, segundo pode-se inferir dos documentos expostos, encerrados no Arquivo Público local.
Chamava-se Augusto Ximeno de
Villeroy (1862-1942) e foi promovido a capitão da Força Terrestre tão logo
assumiu a governança. Possuía 28 anos incompletos. Nomeado pelo general Deodoro
da Fonseca, presidente do Brasil, frustrou aos políticos locais que se bateram
pela queda imperial e, concomitante, pela primazia deste emprego. Villeroy assumiu
nos primeiros dias de janeiro e se retirou do Paço da Intendência Municipal e
do encargo no Dia de Finados de 1890. Segundo narravam os bondes da cidade, viajou
para a Capital Federal a fim de acudir a esposa que se encontrava em Manaus gravemente
enferma. Segundo se pode deduzir a partir do registro em monumento existente no
cemitério São João, no Ossuário ali construído encontra-se o nome do filho de Villeroy.
Terá a esposa dele desenvolvido alguma enfermidade, decorrente do parto e da
morte do rebento, deveras grave que a obrigou a se retirar de Manaus?
Circular de 1º nov. 1890 |
Ao se retirar de Manaus, o
governador fez circular dois documentos: um endereçado aos Chefes de
Repartições em 1º de novembro, “convidando-os e aos demais empregados para
assistirem, no dia 2, às 10h, a posse do cidadão Dr. Eduardo Gonçalves Ribeiro
para governador deste Estado.”
"Bilhete" de Villeroy para Eduardo Ribeiro, em 02 nov. 1890 |
O segundo, qual um bilhete, escrito
de maneira apressada pelo próprio governador, visto as correções ali assacadas,
o subscritor assegura que se retira de Manaus “para o Sul da República, com
permissão do Governo Central”. Prosseguindo, informa que foi autorizado “em
vista de telegrama recebido” daquele Poder. Assim, convida ao Dr. Eduardo
Ribeiro para assumir a administração (em seguida, borra esta palavra, e a
substitui por “fazenda(?)”) do Estado. Saúda o convidado com S. F. (Saúde e
Fraternidade) e rubrica - A. X. de Villeroy.
O desenrolar desta história,
já conhecemos.
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