CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, junho 18, 2021

GRUPO ESCOTEIRO "TIRADENTES"

No Quartel General da Polícia Militar do Amazonas, localizado na Praça Heliodoro Balbi, conhecida popularmente como Praça da Polícia, foi criado um núcleo de escoteiros comandado pelo Tenente Jeminauá (sic) de Medeiros. Meu pai me inscreveu no núcleo que era denominado “Tiradentes", em homenagem ao patrono da Polícia Militar.

Como eu ainda era muito pequeno, não poderia ser registrado como escoteiro, e sim, como "lobinho". Ele comprou a farda, o chapéu, o facão, enfim toda a indumentária completa do escotismo criado por Robert Baden Powell, em 1907, na Inglaterra como um novo método de educação complementar (Scouting for boys), cujos princípios se baseiam em sempre ajudar o próximo.

Todo o material usado pelos escoteiros em Manaus era importado dos Estados Unidos, pois não havia fabricação dele no Brasil.

Além das aulas de Educação Cívica ministrada por oficiais da Polícia Militar, eu praticava esporte jogando futebol e rugby. Este último jogado com as mãos e uma bola oval de couro, com quinze jogadores de cada lado, disputado em dois tempos de quarenta minutos cada. Os integrantes do escotismo participavam dos eventos no núcleo somente na época das férias escolares. Creio que sou um dos poucos brasileiros que jogaram rugby, esporte do qual descende o futebol americano que é jogado até hoje em Manaus. (...)

 

Capa do livro mencionado abaixo


Dias passados, recebi de cortesia o livro Com a Cara e a Coragem, com o subtítulo – Uma aventura através da história, de Hilton de Oliveira Rego (Rio:2010). O autor, nascido em Manaus em 1936, narra com detalhes sua vida, escalonando- por décadas. Tomei-lhe emprestado o texto acima por dois pretextos: a presença da Polícia Militar do Amazonas e o escotismo, reverenciando o Dr. Daniel Sousa, aficionado por este movimento.

Tornou-se para mim uma vivaz surpresa esta nota, pois ainda não havia encontrado nos arquivos policiais menção a esta iniciativa, que vai relatada abaixo.

O tenente Geminauá Nery de Medeiros, da Polícia Militar do Estado, entre os cursos da área militar, possuía o brevê de piloto civil expedido pelo Aeroclube de Manaus. Nascido no Pará em 1912, ingressou na PM amazonense, mediante concurso, em 1942, vindo do Exército.

Com esta especialização, pode-se afirmar que ele foi o primeiro aviador da PMAM. No entanto, sua habilidade na condução de aeronave produziu o desastre noticiado pelo O Jornal – 24 de agosto de 1945 (compartilhada aqui em 29.06.2019). Em resumo: o avião de pequeno porte foi ao chão nas proximidades do Piquete, quartel pertencente a PMAM, onde hoje se aquartela o Comando do Policiamento Metropolitano (CPM), ponto de referência, aos fundos da Maternidade Balbina Mestrinho.

 

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