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domingo, novembro 29, 2020

MUSEU DE NUMISMÁTICA: 120 ANOS

O museu foi montado por Bernardo Ramos, adquirido pelo governo do Estado, hoje, depois de passar por alguns endereços, é encontrado no Palacete Provincial. Merece ser visitado, há muito a nos ensinar.

Ao completar 120 anos de existência, nosso colega Adriel França, animado membro do Clube Filatélico do Amazonas (CFA), empenhou-se para carimbar esta data, produzindo o selo aqui compartilhado. O texto foi publicado no Jornal do Commercio.

 

Amostra do selo comemorativo

 Um selo para o Museu

Adriel França,

autor do projeto Guerreiros do Amazonas

 

No dia em que o Museu de Numismática completa 120 anos de existência, segunda-feira, 30|11, o CFA (Clube Filatélico do Amazonas), lança um selo em alusão à data. Vale ressaltar que o CFA, entre seus associados, possui vários filatelistas que também são grandes numismatas.

O Museu de Numismática começou a se formar ainda em 1899, quando o Governo do Estado autorizou a compra da coleção numismática de Bernardo d’Azevedo da Silva Ramos, com a intenção de criar um museu na capital amazonense. Naquela época, a coleção figurava na posição de 4ª maior do Mundo e a maior da América Latina.

Bernardo Ramos foi um dos fundadores do Clube Republicano, criado logo depois da chegada do conde D’Eu a Manaus, em agosto de 1889. Também foi um dos sócios fundadores do IGHA (Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas), em 1917, e seu primeiro presidente, além de importante comerciante em nossa cidade.

Em 20 de fevereiro de 1900, pelo Decreto 402, a compra foi efetivada pelo valor de 300 contos de réis, e finalmente em 30 de novembro do mesmo ano, pelo Decreto 460, criou-se a Seção Numismática na Imprensa Oficial e seu regulamento, dando origem legal ao museu, tornando-se então o primeiro museu de numismática no Brasil e possivelmente o primeiro da América Latina.

Antes da criação legal do museu, por ocasião das festividades do 4º centenário do descobrimento do Brasil, realizadas no Rio de Janeiro, então Capital Federal, a coleção foi exposta, de 5 a 31 de maio de 1900, no salão nobre do externato do Ginásio Nacional, hoje Museu Nacional. Após retornar para Manaus a coleção foi dividida em 24 vitrines feitas de mogno, com cristal bisotado, e logo aberta à visitação na sede da Imprensa Oficial, que funcionava na av. Sete de Setembro.

Parte da coleção de Bernardo foi enriquecida com a compra de peças do professor pernambucano Manoel Cícero Peregrino da Silva, criador do curso de Biblioteconomia no Brasil. Dentre as peças adquiridas estavam alguns milhares de selos nacionais e estrangeiros.

Pouco é mencionada a coleção filatélica de Bernardo Ramos, possivelmente quase nada deste ramo do colecionismo ainda exista, ou está guardada nos porões do Palacete Provincial. Bernardo Ramos, enquanto presidente do IGHA, organizou as comissões que seriam abordadas pelo Instituto, dentre elas, a de Filatelia, que ainda hoje figura nos seus estatutos.

E, para lembrar desta parte de sua coleção que se perdeu no tempo, o CFA realizará o lançamento do selo personalizado para marcar não só o aniversário do Museu, mas para mostrar que Bernardo também foi filatelista. A arte do selo foi dividida em dois planos. No primeiro podemos ver o retrato do próprio Bernardo Ramos, e as inscrições sobre os 120 anos do Museu, na parte inferior. Na parte superior, o emblema do CFA. Em segundo plano, a fotografia de uma das vitrines de mogno, com várias das peças expostas no Museu.

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