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quarta-feira, novembro 25, 2020

PMAM: ALMANAQUE DE OFICIAIS - 1967

 Há nas corporações militares um documento intitulado Almanaque, onde são lançados dos integrantes seus dados funcionais. A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) cumpria este procedimento, até que o tempo passando, o volume de policiais se avolumando, a informática assessorando, não mais permitiram a inclusão de dados históricos.
Capa do 
Almanaque

Talvez tenha sido o último a circular com vasto material histórico, o Almanaque para 1967. Nele se encontra a relação dos governadores amazonenses, a galeria dos comandantes-gerais e o Relatório de Cândido Mariano, divulgado em 1897, enfocando a Campanha de Canudos. Há nele, afinal, os TRAÇOS HISTÓRICOS. O texto vai aqui compartilhado, porém, em cor vermelha anotei alguns reparos sobre esta publicação.  


TRAÇOS HISTÓRICOS DA POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS

Quando mais intenso se fazia o movimento colonizador na Província Imperial do Amazonas, Estevão José Ferraz, então deputado, sentindo necessidade de proteger os núcleos que se tornavam dia após dia mais populosos, apresentou à Câmara Provincial o projeto de criação da Guarda Policial, constituída por 74 homens.
Sancionada a lei, em 26 de abril de 1876, foi designado para comandá-la, em 1° de maio do mesmo ano, o major da Guarda Nacional, Severino Eusébio Cordeiro. De conformidade com o decreto de sua criação, a milícia do Amazonas recebia do erário imperial 30% das suas despesas.

Nota: 1) Até o ano de 1972, a Polícia Militar do Amazonas havia “nascido” em 3 de maio de 1876, conforme acima. Em trabalho histórico, ficou provado que a PMAM fora criada em 4 de abril de 1837, que segue festejada. 2) Severino Cordeiro era 1º tenente reformado do Exército, não pertenceu a Guarda Nacional. Identificado como major, por ser o posto do comandante.

Proclamada a República, passou a Guarda Policial a servir ao regime recém instituído, sem que qualquer quebra de disciplina ou manifestação exterior de outra espécie, fizesse acreditá-la corrompida pela política. Continuou assim a Milícia Amazonense, a enriquecer suas tradições mantendo precisamente a 4 de agosto de 1897, o 1° Batalhão da então Força Pública do Amazonas, constituído por 249 praças e 24 oficiais, embarcou com destino à Bahia, a fim de tomar parte nas operações que se realizavam em Canudos, contra os rebeldes de Antônio Conselheiro.

Nota: o 1º batalhão de infantaria pertencia ao Regimento Militar do Estado, essa a denominação da Força Estadual entre 1897-1907.

Tão eficiente foi a colaboração dessa tropa na manutenção da ordem além das fronteiras de seu Estado, que ainda hoje pode ostentar, para orgulho dos homens da gleba, tinta pelo sangue e esfarrapada pelos impactos recebidos, a Bandeira Nacional que conduziu, quando fazia a vanguarda das forças que penetraram em igreja nova, último reduto dos fanáticos de Canudos.

Nota: a questão das bandeiras sempre foi discutível, aquela esfarrapada usada durante o conflito foi, de fato, entregue à tropa diante do governador, quando da partida. Aquela bordada a ouro, na verdade nada de ouro, foi confeccionada pelas esposas dos oficiais combatentes, em Manaus, enquanto aguardavam o desfecho da luta.

Coroa de louros oferta do governo do Pará 

Regressando ao seu Estado, posteriormente recebeu aquele Batalhão, como prêmio pela conduta mantida, rica bandeira bordada a ouro, oferta da mulher baiana. Não menos significativa foi a homenagem prestada pelo povo paraense aos 47 irmãos da Milícia Baré mortos nas caatingas baianas: a oferenda de magnífica coroa de louros fundida em ouro. Comandou a Força Pública, na campanha em referência, o tenente-coronel Cândido José Mariano.

Notas: o governo do Pará ofereceu uma coroa de louros fundida em prata. As bandeiras e a coroa estão no Museu Tiradentes. Candido Mariano era 1º tenente do Exército, apenas foi comissionado tenente-coronel PM para o comando do batalhão.

Atingiu a Corporação, em 1912, o apogeu, ostentando então o seu maior efetivo, 1.463 homens. Durante o ano de 1917, o decreto 1.237, aprovou o acordo com o Governo Federal, arregimentando a Força Pública do Amazonas, como reserva do Exército Nacional.
Vários festejos marcaram em 1926 a passagem do seu cinquentenário.

Nota: como me referi acima, esta corporação foi criada em 1876, daí os festejos de 1926. O Diário Oficial publicou um retrospecto pela data.

Convulsionado o país pela revolução de 1930, foi a Força Policial do Amazonas dissolvida. Em conformidade com o decreto n° 99, foi reorganizada em 20 de abril de 1936.

Nota: há 90 anos, em 29 de novembro de 1930, ocorreu a desativação. E levou mais de cinco anos para o retorno ao trabalho.


No decorrer da guerra contra as potências do Eixo, colaborou na Batalha da Produção; auxiliou a construção de hospedaria para imigrantes; policiou e organizou o transporte dos chamados "soldados
da borracha", e finalmente trabalhou nos serviços de estivas do porto de Manaus, durante três anos, empenhada no descongestionamento do tráfego fluvial, assegurando o abastecimento da hileia.

Nota: além da cooperação acima enumerada, cooperou na construção do edifício do Instituto de Educação do Amazonas, a fim ter liberado seu quartel das normalistas, que o utilizavam há dez anos.

Atualmente [1967] a Polícia Militar do Amazonas tem 823 homens em seu efetivo e desempenha a sua função normal, garantia da ordem pública e defesa das instituições em vigência na terra de Ajuricaba.

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