Há nas corporações
militares um documento intitulado Almanaque, onde são lançados dos
integrantes seus dados funcionais. A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) cumpria
este procedimento, até que o tempo passando, o volume de policiais se avolumando,
a informática assessorando, não mais permitiram a inclusão de dados históricos.Capa do
Almanaque
Almanaque
Talvez tenha sido o último a circular com vasto material histórico,
o Almanaque para 1967. Nele se encontra a relação dos
governadores amazonenses, a galeria dos comandantes-gerais e o Relatório
de Cândido Mariano, divulgado em 1897, enfocando a Campanha de Canudos. Há nele,
afinal, os TRAÇOS HISTÓRICOS. O texto vai
aqui compartilhado, porém, em cor vermelha anotei alguns reparos sobre esta
publicação.
Sancionada a lei, em 26 de abril de 1876, foi designado para comandá-la, em 1° de maio do mesmo ano, o major da Guarda Nacional, Severino Eusébio Cordeiro. De conformidade com o decreto de sua criação, a milícia do Amazonas recebia do erário imperial 30% das suas despesas.
Nota: 1) Até o ano de 1972, a Polícia
Militar do Amazonas havia “nascido” em 3 de maio de 1876, conforme acima. Em trabalho
histórico, ficou provado que a PMAM fora criada em 4 de abril de 1837, que
segue festejada. 2) Severino Cordeiro era 1º tenente reformado do Exército, não pertenceu
a Guarda Nacional. Identificado como major, por ser o posto do comandante.
Proclamada a República,
passou a Guarda Policial a servir ao regime recém instituído, sem que
qualquer quebra de disciplina ou manifestação exterior de outra espécie,
fizesse acreditá-la corrompida pela política. Continuou assim a Milícia
Amazonense, a enriquecer suas tradições mantendo precisamente a 4
de agosto de 1897, o 1° Batalhão da então Força Pública do
Amazonas, constituído por 249 praças e 24 oficiais, embarcou com destino à
Bahia, a fim de tomar parte nas operações que se realizavam em Canudos,
contra os rebeldes de Antônio Conselheiro.
Nota: o 1º batalhão de infantaria
pertencia ao Regimento Militar do Estado, essa a denominação da Força Estadual
entre 1897-1907.
Tão eficiente foi a
colaboração dessa tropa na manutenção da ordem além das fronteiras de
seu Estado, que ainda hoje pode ostentar, para orgulho dos homens da
gleba, tinta pelo sangue e esfarrapada pelos impactos recebidos, a
Bandeira Nacional que conduziu, quando fazia a vanguarda das forças que
penetraram em igreja nova, último reduto dos fanáticos de Canudos.
Nota: a questão das bandeiras
sempre foi discutível, aquela esfarrapada usada durante o conflito foi, de
fato, entregue à tropa diante do governador, quando da partida. Aquela bordada
a ouro, na verdade nada de ouro, foi confeccionada pelas esposas dos oficiais
combatentes, em Manaus, enquanto aguardavam o desfecho da luta.
Coroa de louros oferta do governo do Pará |
Notas: o governo do Pará ofereceu
uma coroa de louros fundida em prata. As bandeiras e a coroa estão no Museu
Tiradentes. Candido Mariano era 1º tenente do Exército, apenas foi comissionado
tenente-coronel PM para o comando do batalhão.
Atingiu a Corporação, em 1912, o apogeu, ostentando então o seu maior
efetivo, 1.463 homens. Durante o ano de 1917, o decreto 1.237, aprovou o acordo com o Governo Federal,
arregimentando a Força Pública do Amazonas, como reserva do Exército
Nacional.
Vários festejos marcaram em 1926 a passagem do seu cinquentenário.
Nota: como me referi acima, esta
corporação foi criada em 1876, daí os festejos de 1926. O Diário Oficial
publicou um retrospecto pela data.
Convulsionado o país pela
revolução de 1930, foi a Força Policial do Amazonas dissolvida. Em
conformidade com o decreto n° 99, foi reorganizada em 20 de abril de 1936.
Nota: há 90 anos, em 29 de
novembro de 1930, ocorreu a desativação. E levou mais de cinco anos para o
retorno ao trabalho.
No decorrer da guerra contra as potências do Eixo,
colaborou na Batalha da Produção; auxiliou a construção de hospedaria
para imigrantes; policiou e organizou o transporte dos chamados "soldados
da borracha", e finalmente trabalhou nos serviços de estivas do porto de
Manaus, durante três anos, empenhada no descongestionamento do tráfego
fluvial, assegurando o abastecimento da hileia.
Nota: além da cooperação acima enumerada,
cooperou na construção do edifício do Instituto de Educação do Amazonas, a fim ter
liberado seu quartel das normalistas, que o utilizavam há dez anos.
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