Quando dei início as pesquisas sobre a participação da Polícia Militar amazonense em Canudos, visitei a Casa de Rui Barbosa, na capital do Rio. acolá, encontrei um conterrâneo - Geraldo Menezes, que muito me ajudou. Como lhe falasse sobre os comandantes da Força Estadual, ele me lembrou do capitão EB Marcio de Menezes, seu primo, na direção desta corporação (1949-50).
Para ampliar uma biografia do Marcio, Geraldo me prometeu recolher junto à família Menezes os dados disponíveis. Não conseguiu. Então, sem qualquer obrigação, enviou-me a carta aqui compartilhada para explicar o desacerto.
Ilustre amigo
Coronel Roberto Mendonça
Conforme havíamos combinado – após seu amável telefonema, logo que aqui chegou, em fevereiro último –, tentei um contato com o amigo, em primeiro de março, mas já não o encontrei no Hotel, segundo informação da gerência.
Todavia, com a maior lealdade, quero
lhe informar que o pedido que formulei à minha prima Maria Leonor (filha do coronel
Márcio), objetivando atender ao interesse do nobre conterrâneo, em relação à
coleta de subsídios para a biografia do meu primo, por incrível que pareça, não
surtiu o efeito que eu evidentemente esperava.
Foi para mim uma decepção total,
partindo sobretudo de quem deveria envidar todos os esforços para ver
satisfeito o proposito gentil de um historiador consciente de seu ofício.
Fiquei, em face disso, profundamente
envergonhado, manifestando de viva voz à viúva do Marcio o ato deselegante da falha,
oportunidade em que declarei a decisão de escrever ao ilustre amigo,
pedindo-lhe desculpas por essa desatenção impecável.
Quero adiantar que mandarei cópia da
presente carta à prima faltosa e indelicada, que não honra o sobrenome de saudoso
parente.
Renovando, pois, as minhas desculpas
pelo negligente ato que me deixou constrangido, (partindo de quem não tinha o
direito de praticá-lo), deixo aqui, e no Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro, os meus préstimos, para outros pleitos que, eventualmente, dependam
de minha pessoal consideração.
Com muito apreço, receba as saudações
cordiais do conterrâneo e admirador
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