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quinta-feira, setembro 03, 2020

PMAM: NOTAS PARA SUA HISTÓRIA

Flaviano Gastão, primeiro tenente de Intendência do EB, foi comandante da Força Policial, em nossos dias Polícia Militar do Amazonas (PMAM), entre 1913 e 1917. Legou, entretanto, uma participação, no mínimo, peculiar. Em 24 de janeiro daquele ano, foi classificado “no posto de tenente-coronel comandante”, consoante o decreto 1003, do dia anterior. Como não se encontrava em Manaus, foi considerado “não apresentado”, essa e as seguintes alterações foram compartilhadas do Livro de Alterações de Oficiais, acervo do Arquivo Histórico.

Na Galeria dos comandantes da PMAM não existe 
a foto de Flaviano Gastão e os dados sobre este e
Sinésio Benevides estão incorretos. 

Flaviano nasceu em Manaus quando seu pai, oficial do Exército, aqui servia. Transferido para o Rio, ali faleceu, o que ensejou à viúva – Idalina Gastão – a solicitação de passagens de retorno para o Amazonas. Mais adiante, ingressou na Força de Terra e, estando no Rio, foi nomeado comandante da PMAM.

Uma elucidação oportuna: em janeiro de 1913 ocorreu a posse do governador Jonathas Pedrosa, que reorganizou a corporação, expurgando os amotinados do ano anterior (isso é outra história). No entanto, Pedrosa suportou durante seu governo a situação do coronel Flaviano, situação bastante esdrúxula, como se descreve.

 

Sigamos com o Flaviano, que ainda em julho não chegara a Manaus, portanto, não assumira o comando. Deste modo, para “quebrar o galho”, foi considerado “à disposição do governador do Estado”. Enfim, aqui desembarcou, e assumiu o comando do quartel da Praça da Polícia, em 2 de agosto. Não há indicação do que se ocupava o comandante para não chegar a Manaus.

Em novembro de 1913, conforme a lei 747, o posto de comandante passou a ser de coronel. Por isso, em fevereiro seguinte, Flaviano foi “promovido a coronel comandante”. E, nesse cargo, superou o ano de 1914. No ano seguinte, logo em janeiro, foi posto “à disposição do Governador, a fim de viajar à capital da República”. Viajou, e nunca mais voltou.

O substituto do titular foi o capitão Raimundo Sinésio Benevides, comandante da 1ª companhia. Inicialmente, segundo a Ordem do Dia (OdD) 21, passou “a responder pelo expediente do comando”. Somente em 1º de maio, Sinésio Benevides assumiu “interinamente o comando da Força Policial do Estado” (OdD 121), nesse encargo passou o ano de 1916. Em conformidade com anotação em livro próprio, o titular Flaviano encontrava-se em LTS (Licença para Tratamento de Saúde).

Na abertura de 1917, empossado o novo governador – Pedro de Alcantara Bacelar, este reorganizou a Força Estadual. A 19, Sinésio “foi elogiado pelo governador do Estado pela atividade” ao combater “tristes acontecimentos desenrolados nesta Capital, nos dias 1º e 2 do corrente” (janeiro), em meio dos quais soube se impor. Em 3 de fevereiro, dispensou o comandante coronel Flaviano, “exonerado do posto e cargo por abandono do emprego”.

Enfim, em 5 de fevereiro, em conformidade com o Boletim Regimental (BR) 1, o governador promoveu ao posto de major-fiscal o capitão Sinésio Benevides. Além disso, nomeou o capitão reformado do Exército Luís Marinho de Araújo, ao posto de coronel comandante da Força Policial do Estado. Marinho era secretário do então coronel Rondon.

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