Almir Diniz e Roberto Mendonça |
Novamente
remexendo meus alfarrábios revi esta pérola, que me presenteou o poeta Almir
Diniz. Foi-me entregue na residência do saudoso Anísio Mello, quando em 14 de
outubro de 2005, ali se reuniu o sempre lembrado Chá do Armando.
Obrigado,
mestre do soneto, que o Natal lhe seja abençoado!
Ao toque da campainha
pisando em seda, ela vinha
tremente o olhar, fria a mão...
No mesmo instante incendido,
o amor que traz, escondido,
fagulha no coração.
Ardendo em febre, abre a porta,
o medo que tinha, exorta,
o braço dourado, estende...
O amado a tremer, também,
pesquisa, não vê ninguém,
no peito dela se prende.
Sós, no sofá – deuses no Éden! –
Olham-se! Querem... Despedem
torrentes ébrias de beijos.
E emitindo sons esparsos
fundem-se, os braços nos braços,
segredam tensos desejos.
Marota..., finge fugir...,
mas retoma, em lingerie
de transparência estelar.
E malandra e sedutora
diz – e nisso é professora –
“mas como é bom
namorar!”
E namoram, pois se adoram;
os lábios, tensos, exploram
fontes de eterno luar.
Depois, rumor de emoções,
doces cascatas de sons,
vozeando: é bom amar!...
Almir Diniz
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