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Esta agremiação existiu à margem do igarapé do Mindu,
nas proximidades do Parque Dez de Novembro, onde a gente de poder econômico de
Manaus se reunia. Da reduzida junção de amigos, passou ao clube fundado em 24 de setembro de 1970. Em atenção ao regime legal, tornou-se uma
associação privada, todavia, hoje não passa de empresa inativa. O local de
congraçamento e curtição desapareceu, diante da modificação da estrutura local,
em particular do curso d’água.
Uma lasca dessa história vai aqui contada por um dos
frequentadores dos primeiros momentos – Waldir Garcia. Compartilhei-a de seu livro
À sombra dos igapós (Manaus: Imprensa Oficial, 199)
A princípio era um igarapé ermo de águas límpidas, escondidinho na sombra
de velhas árvores, ladeado de buritizeiros, patauazeiros, e mais acima uma campina
sombreada de muricizeiros, debaixo dos quais capins rasteiros formavam um
tapete esmeralda, onde se podia deitar e contemplar o céu sempre plúmbeo nos
meses chuvosos, ou olhar o sol aberto nos dias caniculares. Ali recolhiam-se
nas horas de lazer, Aluízio Marques Brasil, Celino Menezes, Lucano Antony e
outros destacados funcionários da Prefeitura Municipal de Manaus, do grupo do
Lucano e Aluízio. O lugar ermo e acolhedor era então denominado “Tenda de Ali”.
Conheci o local pela primeira vez, levado pelo companheirismo de meus
saudosos e pranteados amigos Danilo de Aguiar Corrêa e Ladislau Torres da
Silva. Depois surgiu na área o Grêmio Guanabara, ponto de frequência do professor
Lúcio Fonte de Rezende, Pietro Antonio Celani, Euclides Souza Lima e tantos
outros distintos cavalheiros, que elaboraram, inclusive, o primeiro Estatuto do
Clube, dando-lhe destinação de vida social.
No início o Grêmio Guanabara resumia-se num tapiri, coberto de
palha branca, com bancos toscos de madeira e uma pequena praia à margem do
igarapé do Mindu, onde nos reuníamos aos sábados e domingos para saborear o
delicioso pirarucu assado na brasa por essa figura simples, prestativa e amiga,
que ainda hoje serve ao Clube: o velho Chico. Seguindo à risca o gosto
brasileiro, arranjamos num areal próximo um improvisado campo de futebol, e ali
o praticávamos aos sábados à tarde e aos domingos pela manhã.
Lembro-me ainda dos companheiros de então: Luiz Monteiro, Douglas e James
Souza Lima, Roberto, Adauto, Tiba e Iran Caminha, Ruy e Ari Gavinho, Ilmar
Oliveira, Agobar Garcia, Roosevelt Pereira de Melo, Maurício Araújo, Oswaldo
Gesta, Flaviano Limongi, Walmizão, Chico Tinoco Guedes, Teomário Costa, Waldir
Pimenta, Rui Santos (Loide Aéreo), “Camisa Branca” e tantos outros craques consagrados.
No vôlei pontificavam com maestria Edgar Monteiro de Paula, Tical, Milton
Marques, Tito Grangeiro e tantos e tantos. No dominó, Giacomo Arone, Wanderley,
Clemente Simões, Manoel Octávio, Armando Freitas, Afonso Lima, José Cidade de
Oliveira, Felipe Abrahim, Mário Sahdo. No carteado era frequente a participação
de Acrisolda, Ilza Garcia, Helena de Paula, Alba, Dra. Dulce Costa. Havia
também u'a mesa cativa de Afonso Lima, Cleomilton Braga, Manoel Lima, Francisco
Monteiro de Paula, Mário Verçosa, Waldir Garcia, Agobar, Teomário Costa.
As manhãs de domingo eram sempre de uma confraternização sem par. Arnóbio
Valente armava no meio do igarapé a sua tenda e ali servia aperitivos
gratuitamente a todos os companheiros, ajudado por sua dedicada esposa, D. Zila
Said Valente. Havia uma velha árvore caída sobre o igarapé, que servira de
ponte de u'a margem à outra. Era denominada “O Pau dos Velhos”, que suportava
aos domingos e feriados mais de seiscentos anos de vida sobre ele. Eram o coronel
Auton Furtado, o comandante Montenegro, o Tabelião Antonio Marrocos, o Sr.
César ltuassu, Sílvio Malheiros Franco, Senhor Almeron Caminha Monteiro,
Euclides Souza Lima e Glicério Vieira, a desfilarem, num “papo” informal velhas
estórias de sua mocidade, do ciclo da borracha, do comércio antigo de Manaus,
da soledade de então, um recorde feliz da juventude de cada um. E o faziam sob
o manto protetor de fraterna, cordial e sincera amizade.
As reuniões sociais realizavam-se em casas de amigos. Todos contribuíam
com pratos e bebidas regionais. Dançava-se à vontade. Bebia-se, comia-se,
conversava-se a valer; enfim, confraternizava-se à moda da época. Há quantos
anos?
No dia 27 de abril último, o Grêmio Guanabara completou 30 anos de
fundação. Cresceu e prosperou sob a égide de seus diretores e associados. De
Euclides Souza Lima, seu primeiro presidente, a Clemente Simões, recentemente
eleito e empossado, medeiam três decênios de vida e progresso. Hoje o Grêmio
Guanabara tem um respeitável patrimônio: campo de futebol, de vôlei, piscinas,
salão de dança, bar, enfim, é um clube de campo que merece a dedicação, o
entusiasmo, mas, sobretudo, a reaproximação de todos os seus associados, velhos
e novos, para seu maior progresso, para sua maior glória e de todos que o
criaram, pelo seu sucesso cada vez maior.
Olá, encontrei este nome no seu texo: lucano Antony .. acreditoq ue seja esposo de emilia antony... pois bem minha avó está a procura das filhas dele chamadas Ana Amélia e Mariazinha... ela tbem lembra dos irmãos Kleber, lucemi..nepler.. poderia me dar alguma informação? Alineadvent@hotmail.com
ResponderExcluirOlá eu lí no seu texto o nome "lucano antony".. seria este marido da emilia antony? Minha avó está a procura de informações sobre duas filhas do casal: Ana Amélia e mariazinha
ResponderExcluirVc poderia enviar informações para Alineadvent@hotmail.com
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