CASSINO CLUBE
Reclame do estabelecimento |
Um enorme sobrado que existe na praça Pedro II,
esquina da rua Governador Vitório, fechado no ano de 1959 por uma arbitrariedade
do governo da época [Gilberto Mestrinho], cerrou suas portas com o nostálgico
e deprimente nome de "Cabaré Chinelo".
Pois bem: exatamente nesse prédio foi instalada e
ali funcionou por muitos anos, a nossa Escola Normal, hoje o querido Instituto
de Educação do Amazonas, isso a 6 de março de 1882, e foi seu primeiro diretor
o médico Epifânio José Pedrosa. Nesse casarão, alugado por NCr$ 0,10 mensais, e
era seu proprietário, sr. Francisco de Sousa Mesquita, a Escola Normal
funcionou até o ano de 1887.
Este prédio estava destinado a servir de palco a
outro fato histórico. Quando foi proclamada a República o prédio havia se transformado
no “Éden-Teatro” e lá, o povo em massa aclamou a Junta Governativa que depôs o último
presidente da Província, sr. Manuel Francisco Machado. A passeata partiu do “Éden-Teatro”.
Recorte do mencionado periódico |
Depois, no começo do século foi o “Hotel Cassina”
com hospedagem e alimentação. Com o passar dos anos transformou-se no Cassino
Clube, onde só era permitida a entrada em traje passeio, e, nos seus bailes de
fim de ano, traje era a rigor. Com o passar dos anos experimentou a sua fase de
decadência e terminou como "Cabaré Chinelo", deixando grandes
recordações nos boêmios.
O prédio adquirido pelo sr. Benjamin do Couto Ramos [desembargador
em Roraima] ainda pertence aos seus herdeiros, que já recusaram propostas verdadeiramente
astronômicas pelo velho e sólido prédio da praça Pedro II, que teve destaque na
História do Amazonas.
Notas próprias:
Este texto publicado há 50 anos, compartilhei
do Jornal do Commercio, 12 de outubro de 1969, coluna escrita por Fernando Collyer.
A Prefeitura de Manaus nesses dias embala-se
para reaproveitar o prédio, porém, urge recuperar o seu entorno, pois do
contrário será jogar dinheiro no lixo.
A história da Escola Normal encontra-se no
livro A Escola Normal da Província do Amazonas (Manaus: Valer, 2010), da
professora Assislene Barros da Mota, no qual relembra o Hotel Cassina.
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